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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Prefácio à Tradução Brasileira • 17<br />

alguns exemplos. Calvino analisando a forma correta <strong>de</strong> interpretar os<br />

Mandamentos divinos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> alguns que torcem o sentido<br />

das Escrituras, acrescenta: “Impõe-se indagar, digo-o até on<strong>de</strong> a interpretação<br />

<strong>de</strong>va ir além dos limites dos termos, <strong>de</strong> sorte que se ponha à<br />

mostra que não é um apêndice aposto <strong>de</strong> glosas humanas à Lei divina,<br />

mas o puro e genuíno sentido do Legislador fielmente exposto”. 28 Portanto,<br />

“é óbvio que a sóbria interpretação da Lei vai além das palavras.<br />

(...) Logo, julgo que esta haverá <strong>de</strong> ser a melhor norma: se à razão<br />

do mandamento se atente, isto é, que se pon<strong>de</strong>re em relação a cada<br />

mandamento por que nos haja ele sido dado”. 29 “Destarte, <strong>de</strong>ve-se examinar<br />

em cada mandamento <strong>de</strong> que assunto se trata; em seguida, <strong>de</strong>ve<br />

buscar-se o propósito, até que <strong>de</strong>scubramos quê, propriamente, o Legislador<br />

certifique aí agradar-lhe ou <strong>de</strong>sagradar-lhe”. 30<br />

Este princípio aplica-se, em especial, aos textos que usam <strong>de</strong> linguagem<br />

metafórica. Ele enten<strong>de</strong> que os símbolos são “imagens <strong>de</strong><br />

cousas ausentes”. 31 Por exemplo: Calvino entendia que os sacramentos<br />

são sinais visíveis que representam uma realida<strong>de</strong> espiritual, sendo-<br />

-nos concedidos para ajudar a nossa fé – como pedagogos 32 –, em sua<br />

limitação, 33 propiciando um recurso material para exemplificar uma<br />

realida<strong>de</strong> mais ampla e profunda, selando uma promessa que sempre<br />

lhes prece<strong>de</strong>; 34 sendo como que colunas <strong>de</strong> nossa fé apoiadas sobre<br />

a Palavra que é o fundamento; 35 portanto,. eles nada acrescentam à<br />

Palavra, 36 mas nos conduzem sempre <strong>de</strong> volta à Palavra, atestando a<br />

sua fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong>. 37<br />

28 João Calvino, As Institutas,II.8.8.<br />

29 João Calvino, As Institutas, II.8.8.<br />

30 João Calvino, As Institutas, II.8.8.<br />

31 João Calvino, As Institutas, IV.17.21.<br />

32 João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 2, (Sl 65.4), p. 613.<br />

33 Vejam-se: J. Calvino, As Institutas, IV.14.1,3,6,8,9,12; João Calvino, Exposição <strong>de</strong> 1 Coríntios,<br />

São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 11.24), p. 357; João Calvino, Instrução na Fé, Goiânia:<br />

Logos Editora, 2003, Cap. 26, p. 73).<br />

34 João Calvino, As Institutas, IV.14.3.<br />

35 João Calvino, As Institutas, IV.14.6.<br />

36 João Calvino, As Institutas, IV.14.5.<br />

37 João Calvino, As Institutas, IV.14.6.

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