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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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474 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

chama aqueles a quem antes escolhera. Contudo, visto que o evangelho<br />

foi pregado aos gentios, contrariando assim a expectativa do<br />

mundo, então ele corretamente compara esta graça com a antiga<br />

eleição dos ju<strong>de</strong>us, a qual se manifestou muitos séculos antes. A<br />

eleição, pois, <strong>de</strong>riva seu nome a partir <strong>de</strong> sua antigüida<strong>de</strong>, porquanto<br />

Deus ignorara o resto do mundo e escolhera um povo para ser<br />

peculiarmente seu.<br />

Diz ele: amados por causa dos patriarcas, não porque <strong>de</strong>ssem<br />

algum motivo <strong>de</strong> serem amados, mas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> a graça <strong>de</strong> Deus<br />

ter fluído através <strong>de</strong>les para sua posterida<strong>de</strong>, em consonância com<br />

a forma do pacto: “O teu Deus, e o Deus <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>scendência” [Gn<br />

17.7]. Já ficou <strong>de</strong>clarado como foi que os gentios obtiveram a mercê<br />

divina através da incredulida<strong>de</strong> dos ju<strong>de</strong>us. Deus, irado com os<br />

ju<strong>de</strong>us em razão <strong>de</strong> sua incredulida<strong>de</strong>, volvera sua benevolência<br />

para os gentios. A afirmação que vem imediatamente a seguir, <strong>de</strong><br />

que foram movidos à incredulida<strong>de</strong> pela mercê divina direcionada<br />

agora para os gentios, além <strong>de</strong> um tanto áspera, não obstante não<br />

contém nada <strong>de</strong> irracional, visto que Paulo não se <strong>de</strong>tém a explicar<br />

sua cegueira, senão que simplesmente preten<strong>de</strong> mostrar que os<br />

ju<strong>de</strong>us haviam privado a si mesmos daquela bênção divina que fora<br />

transferida para os gentios. Entretanto, para que não concluíssem<br />

que haviam obtido através dos méritos <strong>de</strong> sua fé o que os ju<strong>de</strong>us<br />

haviam perdido através <strong>de</strong> sua incredulida<strong>de</strong>, Paulo faz menção<br />

somente da misericórdia. Resumindo, pois, visto que Deus <strong>de</strong>sejava<br />

<strong>de</strong>monstrar compaixão para com os gentios, os ju<strong>de</strong>us foram, por<br />

esta razão, privados da luz da fé.<br />

32. Porque Deus a todos encerrou na <strong>de</strong>sobediência. Esta<br />

magnífica conclusão do apóstolo nos revela que não há razão<br />

alguma para que os que possuem alguma esperança <strong>de</strong> salvação<br />

<strong>de</strong>vam menosprezar a outrem. À luz <strong>de</strong> sua atual condição, <strong>de</strong>vem<br />

lembrar: foram outrora o que muitos continuam sendo agora. Se<br />

tão-somente pela mercê divina emergiram da incredulida<strong>de</strong>, então<br />

<strong>de</strong>vem dar lugar a que esta misericórdia também opere em favor

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