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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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104 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

religiosos, promulgam leis para a punição do adultério, do latrocínio e<br />

do homicídio, e louvam a boa fé nas transações e contratos comerciais.<br />

Assim, eles provam seu conhecimento <strong>de</strong> que Deus <strong>de</strong>ve ser cultuado,<br />

que o adultério, o latrocínio e o homicídio são ações perversas, e que a<br />

honestida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser valorizada. Não é nosso propósito inquirir sobre<br />

que tipo <strong>de</strong> Deus eles o tomam, ou quantos <strong>de</strong>uses têm eles inventado.<br />

É suficiente saber que acreditam que há um Deus, e que honra e culto<br />

lhe são <strong>de</strong>vidos. Pouco importa, também, que não permitam que se<br />

cobice a mulher do próximo, possessões, ou alguma coisa que tenham<br />

como sua, se toleram as faltas sem rancor e ódio, porque tudo aquilo<br />

que julgam como sendo ruim sabem também que não <strong>de</strong>ve ser cultivado.<br />

Sua consciência e seus pensamentos, ora acusando-os, ora <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os.<br />

O testemunho <strong>de</strong> sua própria consciência, que é equivalente<br />

a mil testemunhas, era a mais forte pressão que po<strong>de</strong>ria ter causado<br />

neles. Os homens são sustentados e confortados por sua consciência<br />

e boas ações, porém, interiormente, são molestados e atormentados<br />

quando sentem ter praticado o mal – daí, o aforismo pagão <strong>de</strong> que a<br />

boa consciência é um espaçoso teatro, e que a má [consciência] é um<br />

dos piores verdugos, e atormenta os perversos com a mais feroz <strong>de</strong><br />

todas as fúrias. Há, pois, [no homem], um certo conhecimento da lei,<br />

o qual confirma que uma ação é boa e digna <strong>de</strong> ser seguida, enquanto<br />

que outra será evitada com horror.<br />

Notemos como Paulo <strong>de</strong>fine a consciência <strong>de</strong> forma judiciosa. Adotamos,<br />

diz ele, certos argumentos com o fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r certo curso<br />

<strong>de</strong> ação que assumimos, enquanto que, por outro lado, há outros que<br />

nos acusam e nos convencem <strong>de</strong> nossos maus feitos. 13 Ele se refere a<br />

13 Calvino parece consi<strong>de</strong>rar que a última parte do versículo é apenas uma expansão ou<br />

uma exposição da cláusula prece<strong>de</strong>nte relativa à ‘consciência’. Mas tudo indica que ela<br />

contém uma idéia distinta. O testemunho da consciência é uma coisa, o que é instantâneo,<br />

sem reflexão; e os pensamentos ou os raciocínios – λογισμω̑ν –, que alternada ou<br />

mutuamente se acusam ou se escusam, parecem referir-se a um processo levado a cabo<br />

pela mente, por meio do quê a voz inata da consciência se confirma. Este é o ponto <strong>de</strong><br />

vista assumido por Stuart e Barnes, e ao qual Hodge se inclina.<br />

Outro ponto <strong>de</strong> vista da última cláusula é expresso por Doddridge, Macknight, Haldane<br />

e Chalmers. O último formula esta paráfrase <strong>de</strong> todo o versículo: “Pois mostram que a<br />

essência da lei está escrita em seus corações – sua consciência testificando o que é certo

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