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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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58 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

hesitar a encarar todas as misérias traduzidas nas reprovações, na pobreza,<br />

na morte e no ódio, ao promover o reino <strong>de</strong> Deus. 22<br />

Alguns interpretam esta cláusula como se Paulo quisesse enaltecer<br />

o culto que <strong>de</strong>clarou prestar a Deus porque estava em harmonia<br />

com a prescrição do evangelho. Na verda<strong>de</strong> nos é or<strong>de</strong>nado no<br />

evangelho um culto espiritual. A primeira interpretação é <strong>de</strong> todas<br />

a melhor, a saber: ele <strong>de</strong>dicava seu serviço a Deus na pregação do<br />

evangelho. Nesse ínterim, contudo, ele se distingue dos hipócritas<br />

que ocultavam outros motivos além do culto <strong>de</strong>vido a Deus, visto<br />

que a maioria <strong>de</strong>les se <strong>de</strong>ixava dominar pela ambição ou algo parecido,<br />

e se achavam longe <strong>de</strong> <strong>de</strong>sincumbir-se <strong>de</strong> seu ministério fiel<br />

e piedosamente. A conclusão é que Paulo se revela sincero em seu<br />

ofício magisterial, pois falar <strong>de</strong> sua própria <strong>de</strong>voção é algo bem apropriado<br />

para o caso particular que se acha diante <strong>de</strong> nossos olhos.<br />

Deduzimos disso alguns pontos úteis, os quais <strong>de</strong>vem injetar não<br />

pouco ânimo nos ministros do evangelho, ao ouvirem que, ao pregar<br />

o evangelho, estão prestando um aceitável e valioso serviço a Deus.<br />

Há porventura algo que <strong>de</strong>ve impedi-los <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>rem assim quando<br />

sabem que seu labor é muitíssimo agradável e aprovado por Deus,<br />

e <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como um culto mui sublime? Paulo, finalmente,<br />

o <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> o evangelho <strong>de</strong> seu Filho. É por meio <strong>de</strong>le que<br />

Cristo se faz conhecido, e este é <strong>de</strong>signado pelo Pai para o glorificar,<br />

quando, em contrapartida, ele mesmo é glorificado.<br />

Como incessantemente faço menção <strong>de</strong> vós. O apóstolo prossegue<br />

expressando sua afeição com veemência ainda mais forte, através<br />

<strong>de</strong> sua própria constância em interce<strong>de</strong>r por eles. E uma das gran<strong>de</strong>s<br />

provas <strong>de</strong> sua afeição por eles consiste em que nunca orava ao Senhor<br />

sem fazer menção <strong>de</strong>les. Para que o significado <strong>de</strong>sta frase seja ainda<br />

mais claro, tomo a palavra πάντοτε, sempre, no sentido <strong>de</strong> “em todas as<br />

minhas orações”, ou “sempre que me dirijo a Deus em minhas orações,<br />

22 ἐν τω̑ εὐαγγελίω, “pela pregação do evangelho etc.”, Stuart. “Ao pregar o evangelho – na<br />

pregação do evangelho”, Beza. “Sirvo a Deus, não ao ensinar ritos legais, mas uma doutrina<br />

muito mais celestial”, Grotius.

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