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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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244 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

livre do vínculo <strong>de</strong> sua acusação, também a morte, livrando-nos <strong>de</strong>sta<br />

presente vida, nos faz livres <strong>de</strong> todas nossas responsabilida<strong>de</strong>s. 7<br />

Além do mais, embora este seja um exemplo que não po<strong>de</strong> ser<br />

encontrado em parte alguma entre os homens, contudo não há<br />

razão para consi<strong>de</strong>rar esta afirmação como uma especulação fútil,<br />

nem razão para <strong>de</strong>sespero por não figurarmos no número daqueles<br />

que crucificaram completamente sua carne. Esta obra divina não se<br />

completou no momento em que teve início em nós, mas se <strong>de</strong>senvolve<br />

gradualmente, e diariamente avança um pouco mais até chegar<br />

a sua plena consolidação. Po<strong>de</strong>mos sumariar este ensino <strong>de</strong> Paulo<br />

da seguinte forma: “Se porventura és cristão, então <strong>de</strong>ves revelar<br />

em ti mesmo pelo menos um sinal <strong>de</strong> tua comunhão na morte <strong>de</strong><br />

Cristo [communionis cum morte Christi]; e o fruto disto consiste em<br />

que tua carne será crucificada juntamente com todos os <strong>de</strong>sejos<br />

<strong>de</strong>la. Não <strong>de</strong>ves presumir, contudo, que esta comunhão não é real<br />

só porque ainda encontras em ti traços <strong>de</strong> carnalida<strong>de</strong> em plena<br />

ativida<strong>de</strong>. Mas é forçoso que continuamente encontres também<br />

traços <strong>de</strong> crescimento em tua comunhão na morte <strong>de</strong> Cristo, até<br />

que alcances o alvo final.” Já é suficiente que o crente sinta que sua<br />

carne está sendo continuamente mortificada, e ela não avança mais<br />

enquanto o Espírito Santo tem sob seu controle o miserável reinado<br />

exercido por ela [carne]. Há ainda outra comunhão [communicatio]<br />

na morte <strong>de</strong> Cristo, da qual o apóstolo fala com freqüência, como<br />

7 Este versículo tem ocasionado várias explicações. O significado mais óbvio da primeira<br />

frase é que ‘morrer’, aqui, significa morrer com ou <strong>de</strong> uma maneira semelhante a Cristo,<br />

pois no próximo versículo, on<strong>de</strong> a idéia é resumida, ‘com’ ou como ‘Cristo’ é expressamente<br />

afirmada. O verbo δεδικαίωται, ‘é’ ou foi ‘justificado’, tem sido consi<strong>de</strong>rado pelos<br />

primeiros comentaristas e a maioria dos últimos no sentido <strong>de</strong> ser isentado ou libertado.<br />

Este é o ponto <strong>de</strong> vista, entre outros, <strong>de</strong> Crisóstomo, Basílio, Ecumênio, Beza, Pareus,<br />

Hammond, Grotius, Doddridge e Macknight. Deve-se acrescentar, porém, que é significado<br />

do qual não há outro claro exemplo no Novo Testamento, ainda que o verbo ocorra com<br />

freqüência. Scott, ciente disso, lhe dá um significado comum, ‘justificado’; e ainda que<br />

ele não assuma o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Venema, Chalmers e Haldane, quanto à implicação da<br />

primeira parte <strong>de</strong>ste capítulo, todavia consi<strong>de</strong>ra que ser “justificado do pecado”, aqui,<br />

é ser justificado <strong>de</strong> sua culpa e pena. Tampouco é irrelevante ao tema em pauta referir-<br />

-se à justificação, porquanto é uma verda<strong>de</strong> muito importante <strong>de</strong>clarar que morrer para<br />

pecado é uma evidência <strong>de</strong> ser justificado <strong>de</strong> sua culpa.

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