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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 349<br />

não precisamos recear mal algum. Ninguém, pois, <strong>de</strong>monstrará possuir<br />

verda<strong>de</strong>ira confiança em Deus, senão aquele que se satisfaz com<br />

sua proteção, que nada teme nem per<strong>de</strong> sua coragem. Certamente<br />

que os crentes às vezes tremem, porém nunca ficam irremediavelmente<br />

<strong>de</strong>struídos. Em suma, o objetivo do apóstolo era mostrar que<br />

a alma piedosa <strong>de</strong>ve manter firme o testemunho interior do Espírito,<br />

e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> nada que seja externo.<br />

32. Aquele que não poupou a seu próprio Filho. Visto que<br />

é algo <strong>de</strong> incomensurável importância que estejamos profunda e<br />

plenamente persuadidos do amor paternal <strong>de</strong> Deus, que continuemos<br />

a gloriar-nos nele sem temor, Paulo reitera o valor <strong>de</strong> nossa<br />

reconciliação a fim <strong>de</strong> confirmar os favores divinos para conosco.<br />

É uma notável e brilhante prova <strong>de</strong> seu inestimável amor, que o Pai<br />

não hesitou em entregar seu Filho para nossa salvação. Paulo, pois,<br />

extrai seu argumento do maior para o menor, ou seja: visto que nada<br />

é mais querido, mais precioso ou mais excelente do que seu Filho,<br />

então ele não negligenciará nada que perceba ser-nos proveitoso. 36<br />

Que esta passagem sirva para admoestar-nos e excitar-nos a consi<strong>de</strong>rar<br />

o que Cristo traz consigo para nós, pois como ele é o penhor<br />

do amor solícito <strong>de</strong> Deus para conosco, então ele não foi enviado para<br />

que vivêssemos privados <strong>de</strong> quaisquer bênçãos ou para chegar-se a<br />

nós <strong>de</strong> mãos vazias, mas cheias <strong>de</strong> todos os tesouros celestiais, <strong>de</strong><br />

modo que aqueles que os possuem não sentem carência <strong>de</strong> coisa<br />

alguma que lhes seja necessária para sua plena felicida<strong>de</strong>. Entregar,<br />

aqui, significa expor à morte.<br />

33. Quem intentará acusação contra os eleitos <strong>de</strong> Deus? A primeira<br />

e principal consolação dos santos, nas adversida<strong>de</strong>s, é serem<br />

eles persuadidos da munificência paternal <strong>de</strong> Deus. Daqui proce<strong>de</strong><br />

tanto a certeza da salvação quanto a tranqüila segurança da alma,<br />

36 Calvino traduz χαρίσεται por ‘donaret’; Capellus, mais plenamente, “gratis donabit – dará<br />

graciosamente”. Cristo mesmo, e tudo o que vem com ou através <strong>de</strong>le, é um favor gratuitamente<br />

concedido, e não o que merecemos. Isso encerra, como Pareus observa, tudo o<br />

que é meritório da parte do homem. Tudo é graça. O “todas as coisas” inclui cada coisa<br />

necessária para a salvação – cada graça agora e a eterna glória por vir.

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