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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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548 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

Ao conectar paz com alegria, ele está expressando, creio eu, o<br />

caminho <strong>de</strong>sta alegria espiritual, porque, por mais <strong>de</strong>satentos e insensíveis<br />

sejam os réprobos, a consciência só se <strong>de</strong>leita e se alegra<br />

quando sente Deus reconciliando-se com ela e sendo-lhe favorável.<br />

Só esta paz po<strong>de</strong> produzir genuína alegria. Ainda que fosse do interesse<br />

<strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong>clarar, ao mencionar estes gran<strong>de</strong>s dons, que o<br />

Espírito era o Autor <strong>de</strong>les, nesta passagem ele <strong>de</strong>sejava sugerir o<br />

contraste que existia entre o Espírito e as bênçãos externas, para<br />

que soubéssemos que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> todos os dons que<br />

pertencem ao reino <strong>de</strong> Deus sem o uso <strong>de</strong> comida.<br />

18. Pois aquele que <strong>de</strong>ste modo serve a Cristo. Paulo extrai seu<br />

argumento dos efeitos. Quando alguém é aceito por Deus e aprovado<br />

pelos homens, o reino <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong> senão vicejar e frutificar<br />

perfeitamente nele. Os que servem a Cristo em justiça, com uma<br />

consciência tranqüila e saturada <strong>de</strong> paz, se recomendam tanto a<br />

Deus quanto aos homens. Portanto, sempre que a justiça, a paz e<br />

a alegria espirituais se fazem presentes, o reino <strong>de</strong> Deus se revela<br />

pleno em todas suas partes. Ele não consiste, pois, <strong>de</strong> coisas materiais.<br />

Aquele que obe<strong>de</strong>ce à vonta<strong>de</strong> divina, diz Paulo, é aceitável a<br />

Deus e, <strong>de</strong>clara ele, é aprovado pelos homens, visto que estes não<br />

po<strong>de</strong>m fazer outra coisa senão dar testemunho daquela virtu<strong>de</strong> que<br />

vêem com seus próprios olhos. Com isso não se quer dizer que os<br />

perversos sempre vão poupar os filhos <strong>de</strong> Deus. Realmente, mesmo<br />

quando não há ocasião, às vezes os cumulam <strong>de</strong> muitos insultos e<br />

difamam os inocentes com falsas <strong>de</strong>clarações. Numa palavra, eles<br />

convertem as boas ações em erros através <strong>de</strong> sua interpretação<br />

maliciosa. Paulo, contudo, está se referindo aqui ao julgamento<br />

justo, e este está isento <strong>de</strong> mau humor, <strong>de</strong> ódio, ou <strong>de</strong> superstição.<br />

Justiça, paz e alegria, mencionadas aqui, são coisas aceitáveis a Deus e aprovadas pelos<br />

homens. Então <strong>de</strong>vem ser coisas aparentes e visíveis, que os homens po<strong>de</strong>m ver e observar;<br />

e seguir “as coisas da paz” tem a ver com a conduta. ‘Justiça’, pois, aqui significaria<br />

fazer o que é certo e justo em relação uns aos outros; ‘paz’, concórdia e unanimida<strong>de</strong>,<br />

como opostas a discórdia e contendas; ‘alegria’, o fruto <strong>de</strong>sse estado pacífico, um profundo<br />

<strong>de</strong>leite, um mútuo regozijo, em vez <strong>de</strong> dor e tristeza ocasionadas pela discórdia;<br />

e estas “proce<strong>de</strong>m do Espírito Santo” e são produzidas por ele; e as falsas religiões não<br />

po<strong>de</strong>m apresentar semelhanças <strong>de</strong> tais virtu<strong>de</strong>s e graças [veja-se Gl 5.22, 23].

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