27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

116 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

que é <strong>de</strong> real importância nele. É possível notar que quando o apóstolo<br />

fala a cristãos sobre sinais fora do contexto <strong>de</strong> controvérsia teológica,<br />

ele os conecta com a eficácia e cumprimento das promessas que a eles<br />

pertencem. Mas quando argumenta contra intérpretes obtusos, que<br />

não se acham familiarizados com a natureza dos sinais, ele omite toda e<br />

qualquer menção do caráter genuíno e próprio dos sinais, e volta todos<br />

seus argumentos contra sua falsa interpretação.<br />

Muitos eruditos, vendo que Paulo se refere à circuncisão antes que<br />

a qualquer outra obra da lei, presumem que o apóstolo está eliminando<br />

da justiça somente as cerimônias. Os fatos, contudo, são completamente<br />

diferentes. Aqueles que ousam estabelecer seus próprios méritos contra<br />

a justiça <strong>de</strong> Deus, sempre se vangloriam em observâncias exteriores<br />

mais do que na excelência real. Ninguém, que é seriamente tocado ou<br />

movido pelo temor <strong>de</strong> Deus, jamais ousará erguer seus olhos ao céu,<br />

visto que, quanto mais se esforça por obter a genuína justiça, mais claramente<br />

perceberá quão longe se acha <strong>de</strong>la. Com respeito aos fariseus,<br />

que se contentam em simular um pretexto <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> externa, não<br />

carece ficarmos surpresos que tão facilmente se ilu<strong>de</strong>m. Paulo, pois,<br />

não tendo <strong>de</strong>ixado ao ju<strong>de</strong>u nada senão este paupérrimo subterfúgio<br />

em vangloriar-se <strong>de</strong> sua justificação por meio da circuncisão, agora tira<br />

<strong>de</strong>les até mesmo esta vã pretensão.<br />

26. Se, pois, a incircuncisão guarda as or<strong>de</strong>nanças da lei. O<br />

argumento é muito forte. Os meios são sempre inferiores ao fim, e se<br />

subordinam a este. A circuncisão tem como referencial a lei, e <strong>de</strong>ve,<br />

pois, ser inferior a esta. Conseqüentemente, é muito mais importante<br />

guardar a lei do que a circuncisão, a qual foi estabelecida por causa<br />

da lei. Deduz-se disto que, se o incircunciso guarda a lei, então ele é<br />

mais excelente do que o ju<strong>de</strong>u com sua infrutífera e inútil circuncisão,<br />

caso seja ele transgressor da lei. Embora seja ele poluído por natureza,<br />

todavia será santificado pela observância da lei, <strong>de</strong> tal maneira que a<br />

incircuncisão lhe será imputada como circuncisão. O termo incircuncisão<br />

<strong>de</strong>ve ser tomado em seu sentido próprio na segunda cláusula, porém<br />

pejorativamente na primeira, ou, seja, os gentios; o sinal, pelas pessoas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!