27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

230 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

19. Porque, como pela <strong>de</strong>sobediência<br />

<strong>de</strong> um só homem muitos se tornaram<br />

pecadores, assim também por<br />

meio da obediência <strong>de</strong> um só muitos<br />

se tornarão justos.<br />

19. Quemadmodum enim per disobedientiam<br />

unius hominis peccatores<br />

constituti sunt multi; sic et per obedientiam<br />

unius justi constituentur<br />

multi.<br />

19. Isto não constitui uma tautologia, e, sim, uma explicação<br />

necessária do versículo prece<strong>de</strong>nte. Paulo mostra que a ofensa <strong>de</strong><br />

um só homem é <strong>de</strong> uma gravida<strong>de</strong> tal que nós mesmos nos fazemos<br />

culpados. Ele previamente dissera que estamos con<strong>de</strong>nados, porém,<br />

para evitar que alguém alegue inocência, quis acrescentar também<br />

que todo mundo está con<strong>de</strong>nado, visto que somos todos pecadores.<br />

Quando ele, subseqüentemente, afirma que nos tornamos justos pela<br />

obediência <strong>de</strong> Cristo, daqui <strong>de</strong>duzimos que Cristo, ao satisfazer o Pai,<br />

granjeou justiça para nós. Segue-se disso que aquela justiça inerente<br />

a Cristo é uma qualida<strong>de</strong>, mas aquela justiça que propriamente lhe<br />

pertence [por conquista] nos é imputada. Ao mesmo tempo, ele<br />

expõe o caráter da justiça <strong>de</strong> Cristo ao referir-se a ela em termos <strong>de</strong><br />

obediência. Notemos aqui o que se nos <strong>de</strong>manda trazer à presença <strong>de</strong><br />

Deus, caso queiramos ser justificados pelas obras, a saber: obediência<br />

à lei; não uma obediência parcial, mas uma obediência absoluta em<br />

todos os aspectos. Se um justo cai, absolutamente nada <strong>de</strong> sua justiça<br />

anterior é lembrado. Devemos apren<strong>de</strong>r também disto que os homens<br />

fazem pressão sobre Deus, com artimanhas egoístas, com o pretexto<br />

<strong>de</strong> satisfazer a justiça divina. Só quando seguimos o que Deus nos<br />

or<strong>de</strong>nou é que verda<strong>de</strong>iramente o adoramos e ren<strong>de</strong>mos obediência<br />

a sua Palavra. Portanto, não tenhamos nada a ver com aqueles que,<br />

confiadamente, reivindicam a justiça proce<strong>de</strong>nte das obras, a qual só<br />

po<strong>de</strong> existir <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cumprirmos plena e cabalmente a observância<br />

que a lei prescreve. Tal coisa, com certeza, não existe em parte alguma.<br />

Semelhantemente, <strong>de</strong>duzimos que aqueles que se vangloriam<br />

diante <strong>de</strong> Deus com base em obras <strong>de</strong> sua própria invenção, as quais<br />

Deus estima como sendo <strong>de</strong> menos importância que o esterco, não<br />

conseguem atinar que a obediência é superior ao sacrifício.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!