27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 4 • 195<br />

Mas pela fé se fortaleceu. Isto é confrontado com a frase anterior,<br />

na qual Paulo disse que Abraão não fraquejou na fé, subenten<strong>de</strong>ndo<br />

com isso que ele subjugara a incredulida<strong>de</strong> mediante a constância e<br />

firmeza <strong>de</strong> sua fé. 19 O único capaz <strong>de</strong> emergir vitorioso <strong>de</strong>ssas lutas<br />

é aquele que extrai sua <strong>de</strong>fesa e força da Palavra <strong>de</strong> Deus. Quando<br />

Paulo adiciona: dando glória a Deus, é indispensável observarmos<br />

que não há maior honra a ser conferida a Deus do que quando selamos<br />

sua verda<strong>de</strong> com nossa fé. Em contrapartida, não há maior<br />

insulto a ele dirigido do que o <strong>de</strong> rejeitar a graça que ele mesmo<br />

nos oferece, ou empobrecer a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua Palavra. Por esta<br />

razão, o principal elemento que constitui a adoração <strong>de</strong>vida a Deus<br />

consiste em abraçarmos suas promessas em plena obediência. A<br />

genuína religião começa com a fé.<br />

21. Estando plenamente convicto <strong>de</strong> que ele era po<strong>de</strong>roso para<br />

cumprir o que prometera. Visto que todos os homens reconhecem o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, Paulo, aparentemente, nada diz <strong>de</strong> extraordinário sobre<br />

a fé <strong>de</strong> Abraão. A experiência, porém, revela que uma das tarefas<br />

mais difíceis para nós consiste em atribuir ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus a honra<br />

que o mesmo merece. Não há obstáculo, por mais insignificante que<br />

seja, que não leve a carne a pressupor que a mão divina está impedida<br />

<strong>de</strong> realizar sua obra. Como resultado, ao enfrentarmos as mais leves<br />

provações, vemos as promessas divinas fugirem <strong>de</strong> nós. Como já<br />

disse, é um fato consumado que ninguém nega a onipotência divina;<br />

porém, tão logo nos surge algum obstáculo a obstruir o curso normal<br />

das promessas divinas, passamos a <strong>de</strong>gradar seu po<strong>de</strong>r. Devemos,<br />

pois, formar o seguinte veredicto ao fazermos esta comparação, a<br />

fim <strong>de</strong> que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus receba <strong>de</strong> nós uma honra justa, ou, seja:<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus é tão necessário para se vencer os obstáculos do<br />

mundo como os fortes raios solares o são para dissipar as nuvens.<br />

Nossa tendência é sempre nos <strong>de</strong>sculparmos dizendo que nossas<br />

19 “A dúvida”, diz Pareus, “tem dois argumentos: Deus fará isso? e Deus po<strong>de</strong> fazer isso? A<br />

fé também tem dois argumentos: Deus o fará, porque ele prometeu; e ele po<strong>de</strong> fazê-lo,<br />

porque ele é onipotente.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!