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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 12 • 503<br />

tica da oração, mas expressamente nos intima à perseverança, visto<br />

que nossa guerra é incessante e sofremos vários assaltos todo dia.<br />

Mesmos os mais fortes <strong>de</strong>ntre nós são incapazes <strong>de</strong> suportar esses<br />

revezes sem freqüente reaquisição <strong>de</strong> novas energias. Mas a diligência<br />

na oração é o melhor antídoto contra o risco <strong>de</strong> soçobrarmos.<br />

13. Compartilhai as necessida<strong>de</strong>s dos santos. 17 Ele volta aos<br />

<strong>de</strong>veres do amor, e o principal <strong>de</strong>stes é fazer o bem àqueles <strong>de</strong> quem<br />

esperaríamos o mínimo <strong>de</strong> recompensa. Geralmente suce<strong>de</strong> que,<br />

aqueles que são atingidos pela pobreza mais do que outros, se vêem<br />

extremamente carentes <strong>de</strong> socorro, estes, sim, é que são tratados<br />

com mais menosprezo, visto que os benefícios a eles conferidos são<br />

consi<strong>de</strong>rados como perda. Deus, pois, nos recomenda exatamente<br />

essas pessoas, e <strong>de</strong> uma maneira muito especial. Somente quando<br />

aliviamos as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nossos irmãos, por nenhuma outra<br />

razão senão para exercer nossa benevolência em prol <strong>de</strong>les, é que<br />

verda<strong>de</strong>iramente comprovamos nosso amor. A hospitalida<strong>de</strong>, ou,<br />

seja, a fraternida<strong>de</strong> e generosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstradas para com os<br />

estranhos, não é uma forma inferior <strong>de</strong> amor, porquanto estes são,<br />

<strong>de</strong> todos, os mais <strong>de</strong>stituídos [dos privilégios da vida], visto que se<br />

acham distantes <strong>de</strong> seus familiares. É por esta razão que o apóstolo<br />

expressamente nos recomenda que sejamos hospitaleiros. Assim<br />

vemos que, quanto mais alguém for <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado, ainda mais<br />

atentos <strong>de</strong>vemos estar a suas reais necessida<strong>de</strong>s. Note-se também<br />

quão apropriadas são as observações <strong>de</strong> Paulo, quando diz que<br />

<strong>de</strong>vemos compartilhar as necessida<strong>de</strong>s dos santos. Com isso ele sugere<br />

que <strong>de</strong>vemos aliviar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nossos irmãos, como<br />

se estivéssemos socorrendo a nós próprios. Particularmente, ele<br />

17 Há aqui um exemplo da adulteração que alguns dos pais fizeram do texto, tais como Ambrósio,<br />

Hilário, Pelágio, Optatus e outros, os quais substituíram μνείας, monumentos, por<br />

χρείας, necessida<strong>de</strong>s ou carências. Mas ainda que haja umas poucas cópias que trazem<br />

esta redação, contudo foram <strong>de</strong>scartadas pela maioria; não se encontra na Vulgata, nem<br />

foi aprovada por Erasmo nem Grotius. A palavra foi introduzida, evi<strong>de</strong>ntemente, como<br />

insinua Whitby, em favor da superstição da Igreja primitiva acerca dos monumentos ou<br />

sepulcros <strong>de</strong> mártires e confessores. O fato <strong>de</strong> que não houve monumentos <strong>de</strong> mártires<br />

nesse tempo em Roma foi totalmente ignorado.

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