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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Epístola Dedicatória • 27<br />

preencher seu tempo e ministério, pois se tivermos um bom entendimento<br />

<strong>de</strong>sta Epístola, teremos exposta diante <strong>de</strong> nós uma porta amplamente<br />

aberta para a sólida compreensão <strong>de</strong> todo o restante da Escritura.<br />

Nada direi dos comentaristas antigos, cuja pieda<strong>de</strong>, cultura, santida<strong>de</strong><br />

e experiência lhes têm granjeado tão proeminente autorida<strong>de</strong>,<br />

que não seria sensato menosprezar o que eles já produziram. Com<br />

referência aos que vivem ainda conosco, hoje, não há como mencioná-<br />

-los todos nominalmente. Expressarei, contudo, minha opinião sobre<br />

aqueles que têm realizado uma obra muitíssimo proeminente.<br />

Filipe Melanchthon nos tem transmitido muita luz em razão <strong>de</strong> seu excelente<br />

caráter, tanto em erudição, em dinâmica, quanto também em sua<br />

habilida<strong>de</strong>, em todos os campos do conhecimento, nos quais ele exce<strong>de</strong><br />

a todos quantos publicaram comentários antes <strong>de</strong>le. Seu único objetivo,<br />

entretanto, pareceu-me ater-se à discussão <strong>de</strong> pontos que nada possuíam<br />

<strong>de</strong> concreto ou <strong>de</strong> especial. Ele, pois, se <strong>de</strong>teve quase que somente nisso,<br />

e <strong>de</strong>liberadamente passa por alto muitas questões que geralmente trazem<br />

gran<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> àquelas pessoas <strong>de</strong> cultura mediana.<br />

Após Melanchthon surgiu Bullinger que, com justa razão, conquistou<br />

gran<strong>de</strong> aprovação. Bullinger expôs questões doutrinais com<br />

facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, e daí ser ele tão amplamente recomendado.<br />

Finalmente, vem Bucer, o qual proferiu a palavra final sobre o<br />

assunto, com a publicação <strong>de</strong> seus escritos. Além <strong>de</strong> sua profunda erudição,<br />

seu rico conhecimento, sua perspicácia intelectual, seu aguçado<br />

tino interpretativo, bem como muitas outras e variadas excelências nas<br />

quais ele se sobressaiu, quase como nenhum outro, no campo da erudição<br />

mo<strong>de</strong>rna; como sabemos, ele foi imitado por poucos e sobrepujou a<br />

gran<strong>de</strong> maioria. O crédito é seu, se nenhum outro, em nosso tempo, conseguiu<br />

ser mais preciso ou mais diligente na interpretação da Escritura. 1<br />

1 Houve pelo menos outros dois reformadores que escreveram sobre a Epístola aos <strong>Romanos</strong>:<br />

mas, se foram publicados neste tempo, o escritor não tem como afirmar. Lutero<br />

compôs uma introdução à Epístola, a qual tem sido muito enaltecida e granjeou o título<br />

<strong>de</strong> prefácio <strong>de</strong> ouro. Pedro Mártir escreveu um longo comentário sobre esta Epístola, o<br />

qual foi vertido para o inglês antigo no reinado da Rainha Elizabete, no ano <strong>de</strong> 1568. É<br />

sobejamente notável que não haja nenhum crítico entre nossos reformadores ingleses,<br />

enquanto que no Continente houve um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> comentaristas.

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