17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

154 Direito Constitucional • Moraes<br />

• da recusa em fazer-se a anotação sobre a explicação ou contestação sobre <strong>de</strong>terminado<br />

dado, mesmo que não seja inexato, justificando possível pendência<br />

sobre o mesmo; ou o <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> quinze dias, sem <strong>de</strong>cisão.<br />

Enten<strong>de</strong>ndo a autorida<strong>de</strong> judicial ser caso <strong>de</strong> in<strong>de</strong>ferimento da petição inicial, seja<br />

por não ser caso <strong>de</strong> habeas data, seja por lhe faltar algum dos requisitos previstos na lei,<br />

po<strong>de</strong>rá o fazer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, cabendo <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão o recurso <strong>de</strong> apelação (art. 15 da Lei<br />

ns 9.507/97).<br />

Não se tratando <strong>de</strong> caso <strong>de</strong> in<strong>de</strong>ferimento, o juiz, ao <strong>de</strong>spachar a petição inicial,<br />

<strong>de</strong>terminará a notificação do coator, para que no prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias preste as informações<br />

que julgar necessárias. Juntamente com a notificação, seguirá a segunda via do habeas<br />

data instruída com a documentação inicial. Após o término <strong>de</strong>sse prazo, será ouvido o<br />

Ministério Público, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cinco dias, e os autos serão conclusos ao juiz para <strong>de</strong>cisão<br />

a ser proferida também em cinco dias.<br />

Da sentença que conce<strong>de</strong>r ou negar o habeas data caberá o recurso <strong>de</strong> apelação.<br />

Ressalte-se que no procedimento previsto para o habeas data só há lugar para recursos<br />

voluntários, não se repetindo a previsão do art. 12 da Lei nfi 1.533/51, que prevê o duplo<br />

grau <strong>de</strong> jurisdição obrigatório (reexame necessário) das <strong>de</strong>cisões concessivas do mandado<br />

<strong>de</strong> segurança.<br />

Os prazos dos recursos no procedimento do habeas data, por ausência <strong>de</strong> expressa<br />

previsão na referida lei, são os mesmos previstos no Código <strong>de</strong> Processo Civil, contando-se<br />

em dobro para a Fazenda Pública e para o Ministério Público (CPC, art. 188).<br />

São legitimados para interposição do recurso <strong>de</strong> apelação: o impetrante; o Ministério<br />

Público; o coator e as entida<strong>de</strong>s governamentais, da administração pública direta e<br />

indireta, bem como as instituições, entida<strong>de</strong>s e pessoas jurídicas privadas que prestem<br />

serviços para o público ou <strong>de</strong> interesse público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>tenham dados referentes às<br />

pessoas físicas ou jurídicas, a que pertencer o coator.<br />

A lei expressamente <strong>de</strong>termina no parágrafo único do art. 15 que: Quando a sentença<br />

conce<strong>de</strong>r o habeas data, o recurso terá efeito meramente <strong>de</strong>volutivo. Dessa forma, a execução<br />

da sentença concessiva <strong>de</strong> habeas data é imediata, mediante o específico cumprimento da<br />

<strong>de</strong>terminação da autorida<strong>de</strong> judiciária.<br />

Ressalte-se que apesar <strong>de</strong> a lei excluir o efeito suspensivo da sentença que conce<strong>de</strong>r<br />

o habeas data, existirá a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Presi<strong>de</strong>nte do Tribunal ao qual competir o<br />

conhecimento do recurso or<strong>de</strong>nar ao juiz a suspensão da execução da sentença.<br />

Dessa forma, como regra geral, o juiz <strong>de</strong> I a grau está impossibilitado <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r<br />

efeito suspensivo ao recurso <strong>de</strong> apelação da sentença que conce<strong>de</strong>u o habeas data, nada<br />

impedindo, porém, a suspensão dos efeitos do habeas data por ato do Presi<strong>de</strong>nte do Tribunal<br />

que <strong>de</strong>verá motivar seu <strong>de</strong>spacho, cabendo agravo para o Tribunal que o presida. Sendo<br />

assim, a suspensão da execução provisória da sentença concessiva <strong>de</strong> habeas data não<br />

po<strong>de</strong>rá ser obtida por meio do recurso <strong>de</strong> apelação, <strong>de</strong> qualquer outro recurso ou ação<br />

genérica, nem mesmo por mandado <strong>de</strong> segurança, vez que a própria lei estipula, <strong>de</strong> forma<br />

taxativa e expressa, a medida possível - <strong>de</strong>spacho do Presi<strong>de</strong>nte do Tribunal.1<br />

1 Note-se que essa previsão, arL 16 da Lei n° 9.507, <strong>de</strong> 12-11-1997, tem redação sem elhante a o art. 13 da<br />

Lei n° 1.533, <strong>de</strong> 31-12-1951 (m andado <strong>de</strong> segurança), que foi analisado por H ely Lopes M eireles da seguinte

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!