17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7 2 4 Direito Constitucional • Moraes<br />

especificamente, inobservando àquele que <strong>de</strong>tinha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> iniciativa legislativa para<br />

<strong>de</strong>terminado assunto, apresentará flagrante vício <strong>de</strong> in<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>.<br />

Assim, por exemplo, lei ordinária, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei apresentado por <strong>de</strong>putado<br />

fe<strong>de</strong>ral, aprovada para majoração do salário do funcionalismo público fe<strong>de</strong>ral, será<br />

in<strong>constitucional</strong>, por vício formal subjetivo, pois a Constituição Fe<strong>de</strong>ral prevê expressa e<br />

privativa competência do Presi<strong>de</strong>nte da República para apresentação da matéria perante<br />

o Congresso Nacional (art. 61, § l e, II, a).<br />

3 .1 .2 Objetivos<br />

Referem-se às duas outras fases do processo legislativo: constitutiva e complementar.<br />

Assim, toda e qualquer espécie normativa <strong>de</strong>verá respeitar todo o trâmite <strong>constitucional</strong><br />

previsto nos arts. 60 a 69.<br />

Por exemplo, um projeto <strong>de</strong> lei complementar aprovado por maioria simples na Câmara<br />

dos Deputados e no Senado Fe<strong>de</strong>ral, sancionado, promulgado e publicado, apresenta<br />

um vido formal objetivo <strong>de</strong> in<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>, uma vez que foi <strong>de</strong>srespeitado o quorum<br />

mínimo <strong>de</strong> aprovação, previsto no art. 69, qual seja, a maioria absoluta.<br />

3.2 Requisitos substanciais ou materiais<br />

Trata-se da verificação material da compatibilida<strong>de</strong> do objeto da lei ou do ato normativo<br />

com a Constituição Fe<strong>de</strong>ral.<br />

4 0 DESCUMPRIMENTO DA LEI OU DO ATO NORMATIVO INCONSTITUCIONAL<br />

PELO PODER EXECUTIVO<br />

O Po<strong>de</strong>r Executivo, assim como os <strong>de</strong>mais Po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> Estado, está obrigado a pautar<br />

sua conduta pela estrita legalida<strong>de</strong>, observando, primeiramente, como primado do Estado<br />

<strong>de</strong> Direito Democrático, as normas constitucionais.1Dessa forma, não há como exigir-se do<br />

chefe do Po<strong>de</strong>r Executivo o cumprimento <strong>de</strong> uma lei ou ato normativo que entenda flagrantemente<br />

in<strong>constitucional</strong>, po<strong>de</strong>ndo e <strong>de</strong>vendo, licitamente, negar-se cumprimento,12 sem<br />

prejuízo do exame posterior pelo Judiciário.3 Porém, como recorda Elival da Silva Ramos,<br />

1 R T J 9 6 / 4 9 6 . N esse se n tid o , d e cid iu o T rib u n a l d e J u s tiç a d e S ã o P au lo : “D e so b rig a to rie d a d e do E xecu tiv o<br />

em a c a ta r n orm as le g isla tiv a s c o n trá ria s à C o n stitu ição o u a le is h ie ra rq u ica m en te su p erio res - S eg u ra n ça<br />

d en eg a d a - R e cu rso n ã o p ro v id o . N iv elad o s n o p la n o g o v e rn a m en ta l, o E x e cu tiv o e o L eg islativ o p ra ticam<br />

ato s d e ig u al c a te g o ria , e co m id ê n tic a p resu n ção d e le g itim id a d e . S e a ssim é , n ã o h á <strong>de</strong> n e g a r a o C h efe do<br />

E x ecu tiv o a fa cu ld a d e d e recu sar-se a cum p rir a to legislativ o in co n stitu cio n al, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> q u e p o r a to a d m in istrativ o<br />

fo rm al e e xp resso d e cla re a s u a recu sa e a p o n te a in co n stitu cio n a lid a d e d e que s e rev este” (T J/ S P - 3 a C âm ara<br />

C ivil - A p elação n ° 2 2 0 .1 5 5 -1 - C am p in as, R ei. Des. G o n z a g a F ra n ce sch in i, d ecisã o : 1 4 - 2 -9 5 ) .<br />

2 R D P 5 / 2 3 4 ; R D A 8 2 / 3 5 8 .<br />

3 M ELLO FILH O , J o s é C elso . C o n s t it u iç ã o f e d e r a l a n o t a d a . 2 . ed . S ã o P a u lo : S a ra iv a , 1 9 8 6 . p . 3 4 6 . O a u to r<br />

c ita f a r t a ju risp ru d ê n c ia e d o u trin a n o m esm o sen tid o : “ R T J 2 / 3 8 6 ; 3 2 / 1 3 4 ; 3 3 / 3 3 6 ; 4 1 / 6 6 9 ; 9 6 / 4 9 6 ; R D A

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!