17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tutela Constitucional das Liberda<strong>de</strong>s 1 6 9<br />

suas <strong>de</strong>cisões somente será possível pela via da ação rescisória (R T J 53/345; R TJ 61/308;<br />

R T J 90/27).<br />

Em relação aos Juizados Especiais, compete à própria Turma Recursal o julgamento<br />

<strong>de</strong> mandado <strong>de</strong> segurança impetrado contra seus atos;1 também, sendo competência da<br />

Turma Recursal quando utilizado como medida substitutiva <strong>de</strong> recurso cabível contra<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Juiz do Juizados Especiais.12<br />

3.11 Mandado <strong>de</strong> segurança individual e coletivo e liminares<br />

A concessão da liminar em mandado <strong>de</strong> segurança encontra assento no próprio<br />

texto <strong>constitucional</strong>. Assim, presentes os requisitos necessários à liminar, os seus efeitos<br />

imediatos e imperativos não po<strong>de</strong>m ser obstados.3<br />

Ocorre que a doutrina e a jurisprudência discutem importante questão sobre a<br />

disciplina das medidas liminares no mandado <strong>de</strong> segurança retirar sua força do próprio<br />

texto <strong>constitucional</strong> ou da legislação processual. As consequências da opção são amplas,<br />

principalmente porque no primeiro caso não será possível a edição <strong>de</strong> lei ou ato normativo<br />

impedindo a concessão <strong>de</strong> medida liminar em mandado <strong>de</strong> segurança, enquanto, pela<br />

segunda hipótese, nada obstará tal norma.<br />

O Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir amplamente essa questão<br />

no julgamento da Ação Direta <strong>de</strong> In<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong> n° 223-6/DF, ajuizada contra a<br />

Medida Provisória nfi 173, que proibia a concessão <strong>de</strong> liminares em ações contra o Plano<br />

Econômico Collor I.<br />

A <strong>de</strong>cisão majoritária da Suprema Corte, com base no voto do Ministro Sepúlveda<br />

Pertence, enten<strong>de</strong>u que a restrição à concessão <strong>de</strong> liminares não acarretaria automaticamente<br />

lesão ao <strong>direito</strong> do indivíduo, pois “as medidas cautelares servem, na verda<strong>de</strong>, ao<br />

processo, e não ao <strong>direito</strong> da parte”, pois “visam dar eficácia e utilida<strong>de</strong> ao instrumento<br />

que o Estado engendrou para solucionar os conflitos <strong>de</strong> interesse dos cidadãos”. Desta<br />

forma, não se <strong>de</strong>clarou a in<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong> da previsão normativa, ressaltando-se<br />

porém no voto do citado Ministro que<br />

“a solução estará no maneio do sistema difuso, porque nele, em cada caso concreto,<br />

nenhuma medida provisória po<strong>de</strong> subtrair ao juiz da causa um exame da <strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>,<br />

inclusive sob o prisma da razoabilida<strong>de</strong>, das restrições impostas ao<br />

po<strong>de</strong>r cautelar, para, se enten<strong>de</strong>r abusiva essa restrição, se a enten<strong>de</strong>r in<strong>constitucional</strong>,<br />

conce<strong>de</strong>r a liminar, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> dar aplicação, no caso concreto, à medida<br />

provisória, na medida em que, em relação àquele caso, a julgue in<strong>constitucional</strong>,<br />

porque abusiva”.<br />

1 STF - Pleno - MS na 24.691 - Questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m - ReL p/ acórdão M in. Sepúlveda Pertence, <strong>de</strong>cisão: 4-12-<br />

2003. Informativo STF nü 332.<br />

2 STF - Plen o - RE 586789/PR - R ei. Min. Ricardo Lewandowski, <strong>de</strong>cisão: 16-11-2011.<br />

3 S T J - l aT. - Rec. E sp .n °5 2 .8 8 1 -R J -R el. Min. M ilton I.uiz Pereira;j. 9-8-95; v.u.; Diárioda Justiça, Seção I,<br />

25 set. 1995, p. 31.077; T R F - l aR egião, 4a T.; A g. <strong>de</strong>In str.n 0 93.01.11982-0-DF; ReL JuizEustáquio Silveira,<br />

Diário da Justiça, Seção n, 30 mar. 1995, p. 17.143.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!