17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2 6 6 Direito Constitucional • Moraes<br />

A nova interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, porém, afastou a incidência da<br />

Súmula 6, igualando a situação da renúncia do Chefe do Executivo seis meses antes do<br />

término do mandato para todas as eventuais candidaturas <strong>de</strong> seu cônjuge, parentes ou<br />

afins até segundo grau.<br />

Dessa forma, se o chefe do Executivo renunciar seis meses antes da eleição, seu cônjuge<br />

e parente ou afins até segundo grau po<strong>de</strong>rão candidatar-se a todos os cargos eletivos,1 inclusive<br />

à chefia do Executivo até então por ele ocupada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esse pu<strong>de</strong>sse concorrer<br />

a sua própria reeleição, afastando-se totalmente a inelegibilida<strong>de</strong> reflexa.12<br />

Caso, porém, o Chefe do Executivo estiver exercendo o 2a mandato consecutivo, a renúncia<br />

não terá nenhum efeito para a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> afastar a inelegibilida<strong>de</strong> reflexa quanto<br />

a disputa para a chefia do Executivo.3 Nessa hipótese, se ao próprio chefe do Executivo<br />

está vedada a tentativa <strong>de</strong> perpetuação no cargo por mais <strong>de</strong> dois mandatos, igualmente,<br />

não se permitirá essa continuida<strong>de</strong> via reflexa.4<br />

Assim, ampliou-se o entendimento anterior do Tribunal Superior Eleitoral ao afirmar<br />

que, “somente com o afastamento do titular do cargo eletivo do Po<strong>de</strong>r Executivo,<br />

seis meses antes do pleito, ficam elegíveis o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou<br />

afins”,5 pois a renúncia do chefe do Po<strong>de</strong>r Executivo, nos seis meses anteriores à eleição,<br />

somente produzirá efeitos <strong>de</strong> afastamento da inelegibilida<strong>de</strong> reflexa, para a disputa <strong>de</strong><br />

cargos eletivos diversos daquele renunciado pelo titular do mandato.6 Assim, por exemplo,<br />

irmão do Governador do Estado po<strong>de</strong>rá candidatar-se a Deputado Fe<strong>de</strong>ral,7 Senador da<br />

República8 ou Prefeito <strong>de</strong> município,9 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja renúncia do Governador nos seis<br />

meses anteriores ao pleito eleitoral.<br />

O<br />

mesmo, segundo o TSE, ocorre na hipótese <strong>de</strong> separação judicial no curso do I a<br />

mandato. Porém, se isso ocorrer no curso do 2a mandato, será “inelegível, no território<br />

<strong>de</strong> jurisdição do titular, o ex-cônjuge do chefe do Executivo reeleito, visto que em algum<br />

1 TSE - Consulta n 916/DF - Rei. M in. Luiz Carlos M a<strong>de</strong>ira, D iário da Justiça, Seção I, 2 set. 2003, p. 59; TSE<br />

- Consulta ne 918/DF - Rei. M in. Carlos V elloso, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 2 set. 2003, p. 60.<br />

2 TSE - “ E legibilida<strong>de</strong>. Cônjuge. Chefe do Po<strong>de</strong>r Executivo. A rt. 14, § 7- da Constituição. O cônjuge do chefe<br />

do Po<strong>de</strong>r Executivo é elegível para o m esm o cargo do titular, quando este fo r e le g ível e tiver renunciado até<br />

seis meses antes do p leito ” (T S E - A córdão nB 19.442, <strong>de</strong>cisão: 21-8-01). Conferir, ainda: TSE - Consulta nQ<br />

939 -C la ss e 5 - - D istrito Fe<strong>de</strong>ral - B r a s ília - R e i. M in. Fernando N e v e s , D i á r i o d a J u s t i ç a , Seção I, 11 nov. 2003.<br />

3 TSE - Consulta nQ920/DF - Rei. Min. Fernando Neves, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 2 set. 2003, p. 59; TSE -<br />

Consulta ns 922/DF - Rei. M in. Luiz Carlos M a<strong>de</strong>ira, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 2 set. 2003, p. 60.<br />

4 TSE: “ O cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o segu n d o gra u , são elegíveis no território <strong>de</strong><br />

ju risdição do titular, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este não esteja no exercício <strong>de</strong> m an dato fru to <strong>de</strong> reeleiçã o ” (T S E - Consulta nQ<br />

990/D F - Rei. M in. H um berto Gomes <strong>de</strong> Barros, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 5 jul. 2004, p. 1 ). Conferir, ainda:<br />

TSE - Consulta n e 1.035/DF - Rei. Min. Luiz Carlos M a<strong>de</strong>ira, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 21 jun. 2004, p. 904.<br />

5 Prece<strong>de</strong>ntes: Consultas n05 327, 328 e 366 (C onsu lta nQ428 - Classe 5a - D istrito Fe<strong>de</strong>ral - Rei. M in . N é ri da<br />

Silveira, D i á r i o d a J u s t iç a , Seção I, 24 <strong>de</strong>z. 1998, capa).<br />

6 T S E - Resoluções nQS 15.120/89 e 15.284/89.<br />

7 TSE - Resolução n p 14.130/94.<br />

8 T S E -R e s o lu ç ã o ne 18.804/92.<br />

9 TSE - Resolução nQ19.492/96.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!