17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7 2 6 Direito Constitucional • Moraes<br />

5.2 Controle repressivo em relação ao órgão controlador<br />

5.2 .1 P o lítico<br />

Ocorre em Estados on<strong>de</strong> o órgão que garante a supremacia da constituição sobre o<br />

or<strong>de</strong>namento jurídico é distinto dos <strong>de</strong>mais Po<strong>de</strong>res do Estado.<br />

5 .2 .2 Ju d iciá rio ou ju ríd ico<br />

É a verificação da a<strong>de</strong>quação (compatibilida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> atos normativos com a constituição<br />

feita pelos órgãos integrantes do Po<strong>de</strong>r Judiciário. É a regra adotada pelo Brasil.<br />

5 .2 .3 M isto<br />

Esta espécie <strong>de</strong> controle existe quando a constituição submete certas leis e atos normativos<br />

ao controle político e outras ao controle jurisdicional.<br />

5.3 Mo<strong>de</strong>los clássicos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> <strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong><br />

Apesar da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los,1historicamente, é possível i<strong>de</strong>ntificar três gran<strong>de</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> justiça <strong>constitucional</strong>, com base nos sistemas jurídicos adotados pelos diversos<br />

or<strong>de</strong>namentos para garantia da supremacia da Constituição: mo<strong>de</strong>lo norte-americano,<br />

mo<strong>de</strong>lo austríaco e mo<strong>de</strong>lo francês.12<br />

O <strong>direito</strong> norte-americano - em 1803, no célebre caso Marbury v. Madison, relatado<br />

pelo Chief Justice da Corte Suprema John Marshall - afirmou a supremacia jurisdicional<br />

sobre todos os atos dos po<strong>de</strong>res constituídos, inclusive sobre o Congresso dos Estados<br />

Unidos da América, permitindo-se ao Po<strong>de</strong>r Judiciário, mediante casos concretos postos<br />

1 Louis F a v o r e u a p o n ta q u e “a diversidad e d e o rg an ização d a ju s t iç a co n stitu cio n al é m u ito g ra n d e ; sem e m ­<br />

b argo d isso , os d iferen tes sistem as p o d em reag ru p ar-se b a sicam e n te em g ran d es m od elos: O u se co n fia a ju stiça<br />

constitu cio n al ao ord en am en to ju ríd ic o o rd in ário , sem p re <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo d e u m T rib u n al Suprem o, co n fo rm e o<br />

ch am ad o m od elo a m erica n o , ou se a trib u i a ju s tiç a c o n stitu cio n a l a u m a ju risd iç ã o e sp ecia lm en te constitu íd a<br />

p a ra esse fim , c u jo p rim eiro exem p lo fo i o T rib u n al S u p rem o C o n stitu cio n a l d a Á u stria. S em em b a rg o e por<br />

cim a <strong>de</strong>ssas d iferen ça s, h á que se ressa lta r que n a m ed id a em q u e n o p rim eiro m o<strong>de</strong>lo, os litíg io s constitu cio n ais<br />

ch eg am a o T rib u n al Su p rem o - e in clusiv e em alg u m as o ca siõ es são dirigidos d ireta m en te a eles, o p roblem a<br />

do esta tu to e do lu g ar dos ju iz e s co n stitu cio n ais em um sistem a p o lítico se co lo ca do m esm o m odo em am bos<br />

os m o<strong>de</strong>los” (In fo rm e g en era l in trod u ctorio. In: Vários au to res. Tribunales <strong>constitucional</strong>es europeos y <strong>de</strong>rechos<br />

fundamentales. M ad ri: C en tro d e E stú d io s C o n stitu cio n a les, 1 9 8 4 . p. 2 2 ). C o n ferir, a in d a : BARACHO, J o s é<br />

A lfred o <strong>de</strong> O liv eira Processo <strong>constitucional</strong>. Rio <strong>de</strong> Ja n e iro : F o ren se , 1 9 8 4 . p. 1 9 1 .<br />

2 Jo rg e M iran d a traz-n o s e ssa c la ssific a çã o , d en o m in an d o o te rceiro m od elo d e “o m o d elo d e fisca liz a çã o<br />

p o lítica , q u e, algo im p ro p ria m en te, p o d e d en o m in ar-se fra n c ê s (p or rem o n ta r à ‘ju r ia c o n stitu cio n a l’ d e Siyès<br />

e a o S en a d o C onservador n ap o leó n ico e h o je se traduzir no C onselh o C o n stitu cio n al da C o n stitu ição <strong>de</strong> 1 9 5 8<br />

e q u e p o d e tam b ém en ten d er-se ser o q u e p rev a lece, <strong>de</strong> h a rm o n ia c o m u m a c o n cep çã o ju r íd ic a diversa, n as<br />

C o n stitu ições m arxistas-len in istas, excep to n a Ju g o sláv ia) - ou <strong>de</strong> fisca liz a çã o p or ó rgão p o lítico , a in d a quando<br />

ad o p ta p rocesso ju risd icio n a liz a d o , e fisca liz a çã o n e cessa ria m en te c o n cen tra d a , seja p reven tiva ou a posteriori”<br />

(.Manual <strong>de</strong> <strong>direito</strong> <strong>constitucional</strong>. 2. ed. C oim bra: C oim bra E d ito ra, 1 9 8 8 . t. 2. p. 3 2 0 - 3 2 2 ).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!