17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Processo Legislativo<br />

11<br />

1 CONCEITO<br />

O termo processo legislativo po<strong>de</strong> ser compreendido num duplo sentido, jurídico e<br />

sociológico. Juridicamente, consiste no conjunto coor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> disposições que disciplinam<br />

o procedimento a ser obe<strong>de</strong>cido pelos órgãos competentes na produção <strong>de</strong> leis e atos<br />

normativos que <strong>de</strong>rivam diretamente da própria constituição, enquanto sociologicamente<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>fini-lo como o conjunto <strong>de</strong> fatores reais que impulsionam e direcionam os<br />

legisladores a exercitarem suas tarefas.<br />

Assim, juridicamente, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>fine uma sequência <strong>de</strong> atos a serem<br />

realizados pelos órgãos legislativos, visando à formação das espécies normativas previstas<br />

no art. 59: Emendas Constitucionais, leis complementares e ordinárias, leis <strong>de</strong>legadas,<br />

medidas provisórias, <strong>de</strong>cretos legislativos e resoluções.<br />

A primazia do processo legif erante foi <strong>constitucional</strong>mente concedida ao Po<strong>de</strong>r Legislativo,<br />

que, porém, não <strong>de</strong>tém o monopólio da função normativa, em virtu<strong>de</strong> da existência<br />

<strong>de</strong> outras fontes normativas primárias, tanto no Executivo (medidas provisórias, <strong>de</strong>cretos<br />

autônomos),1quanto no Judiciário (regimento interno dos Tribunais e po<strong>de</strong>r normativo<br />

primário do Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça) ?<br />

O respeito ao <strong>de</strong>vido processo legislativo na elaboração das espécies normativas é<br />

um dogma corolário123 à observância do princípio da legalida<strong>de</strong>, consagrado <strong>constitucional</strong>mente,<br />

uma vez que ninguém será obrigado a fazer ou <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer alguma coisa,<br />

senão em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécie normativa <strong>de</strong>vidamente elaborada pelo Po<strong>de</strong>r competente,<br />

segundo as normas <strong>de</strong> processo legislativo <strong>constitucional</strong>, <strong>de</strong>terminando, <strong>de</strong>sta forma, a<br />

Carta Magna, quais os órgãos e quais os procedimentos <strong>de</strong> criação das normas gerais, que<br />

<strong>de</strong>terminam, como ressaltado por Kelsen<br />

1 STF - A gR n° 2.950/RJ - Rei. Min. Marco Aurélio, Diário da Justiça, Seção 1,9 fev. 2007, p. 16; STF - Pleno<br />

- A D I n “ 2 .5 64/D F -R el. Min. EUen G ra<strong>de</strong>, Diário da Justiça, Seção I, 6 fev. 2004, p. 21.<br />

2 STF - Pleno - ADC n " 12/DF - m edida cautelar, Rei. Min. Carlos Britto, <strong>de</strong>cisão; 16-2-2006.<br />

3 FERREIRA FILHO, M anoel Gonçalves. Estado <strong>de</strong>... Op. cit. p. 19.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!