17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tutela Constitucional das Liberda<strong>de</strong>s 175<br />

pertinência temática com os seus objetivos institucionais.1Presentes esses requisitos, o<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral já afirmou reiteradas vezes que a Constituição Fe<strong>de</strong>ral não<br />

exige das associações prévia e específica autorização dos associados para o ajuizamen-<br />

to do mandado <strong>de</strong> segurança, bastando uma autorização genérica constante em seus<br />

estatutos sociais.12 A Lei na 12.016/09, em seu art. 21, seguiu esse entendimento, estabelecendo<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuizamento do mandado <strong>de</strong> segurança por organização<br />

sindical, entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe ou associação legalmente constituída em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> <strong>direito</strong>s<br />

líquidos e certos da totalida<strong>de</strong>, ou <strong>de</strong> parte, dos seus membros ou associados, na forma<br />

dos seus estatutos e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que pertinentes às suas finalida<strong>de</strong>s, dispensada, para tanto,<br />

autorização especial.<br />

Desta forma, em relação à legitimida<strong>de</strong> ativa no mandado <strong>de</strong> segurança coletivo<br />

importante concluir que:3<br />

• a legitimação é extraordinária, ocorrendo, e m tal caso, substituição processual;<br />

• não se exige, tratando-se <strong>de</strong> segurança coletiva, da autorização expressa aludida<br />

no inc. XXI do art. 5a da CF, que contempla hipótese <strong>de</strong> representação e não <strong>de</strong><br />

substituição processual. Ressalte-se que, diversamente do ocorrido em relação<br />

ao mandado <strong>de</strong> segurança coletivo, a legitimida<strong>de</strong> ativa das entida<strong>de</strong>s associativas<br />

para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente, prevista<br />

no art. 5a, XXI, da CF, exige autorização expressa para o caso concreto. Nesse<br />

sentido, diferenciando as hipóteses, <strong>de</strong>cidiu o STF que<br />

“Interpretação do art. 5a, XXI, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral. Reza o art. 5a, XXI, da<br />

Constituição que as entida<strong>de</strong>s associativas, quando expressamente autorizadas,<br />

1 Informativo STF nQ45 - Rextr. n ° 175.401-0, Rei. M in. limar Galvão; STF - Pleno - Rextr. nQ 181.438-1/<br />

SP - R ei. M in. Carlos V elloso, <strong>de</strong>cisão: 28-6-1996; KTJ 142/446; KTJ 142/456. Conferir Súm ula STF 630: “A<br />

entida<strong>de</strong> d e classe tem legitim ação para o mandado <strong>de</strong> segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse<br />

apenas a uma parte da respectiva categoria.”<br />

2 STF - Rec. ordinário em Mandado <strong>de</strong> Segurança n° 21.514-3/DF, Rei. Min. Marco Aurélio, Diário da Justiça,<br />

Seção 1,18ju n. 1993, p. 12.111 \Informativo STF nD45 - Rextr. n2 175.401-0, Rei. Min. lim ar Galvão; STF - I a<br />

T. - Rextr. n2 223.151-9/DF - ReL Min. Moreira Alves, Diário da Justiça, Seção 1,6 ago. 1999, p. 49; STF - 2a<br />

T . - Rextr. n2 182.543/SP - Rei. M in. Carlos Velloso, Diário da Justiça, Seção 1,7 abr. 1995; KTJ 150/104. Ainda<br />

nesse sentido: “ A legitim ação das organizações sindicais, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe ou associações, para a segurança<br />

coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal caso, substituição processual. C.F., artigo 52, LXX. N ão se exige,<br />

tratando-se <strong>de</strong> segurança coletiva, a autorização expressa aludida no inciso XXI do artigo 52 da Constituição,<br />

que contempla hipóteses <strong>de</strong> representação” (STF - Pleno - Rextr. n2 181.438-1/SP - Rei. Min. Carlos Velloso,<br />

<strong>de</strong>cisão: 28-6-1996). Conferir, ainda, Súmula STF 629: “A impetração <strong>de</strong> mandado <strong>de</strong> segurança coletivo por<br />

en tida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe em favor dos associados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da autorização <strong>de</strong>stes.”<br />

3 S T F -P le n o - MS na22.132-l/RJ-Rel. Min. Carlos Velloso, Diário da Justiça, Seção 1,18 out. 1996, p. 39.848;<br />

STF - Rextr. n ° 193.382-8 - Rei. M in. Carlos Velloso-/n/orm ativo n2 45; STJ - Resp. n2 70.417/SE -M in. Vicente<br />

Leal, Diário da Justiça, Seção 1,13 out. 1997, p. 5 1 .6 5 1 ;S T J -R e c.em M S n 23.2 9 8 / P R -R ei. Min. José Arnaldo,<br />

Diário da Justiça, Seção I, 24 fev. 1997, p. 3.347; STF - I a T. - Rextr. n° 348.973 AgR/DF - Distrito Fe<strong>de</strong>ral -<br />

ReL Min. Cezar Peluso, Diário da Justiça, Seção I, 28 maio 2004, p. 38; STJ - I a T. - Resp. n2 624.340/PE - ReL<br />

M in. José Delgado, Diário da Justiça, Seção I, 27 set. 2004, p. 260; STJ - I a T. - RMS n2 16.137/RJ - ReL Min.<br />

Humberto Gomes <strong>de</strong>B arros,Diário da Justiça, Seção I, lO n o v. 2003, p. 155; S T J - 5aT. - RMS nü 14.849/SP -<br />

ReL Min. Jorge Scartezzini, Diário da Justiça, Seção I, 4 ago. 2003, p. 333.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!