17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

806 Direito Constitucional • Moraes<br />

• impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, a partir da concessão da liminar, os <strong>de</strong>mais órgãos do Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário e o Po<strong>de</strong>r Executivo <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> observar a lei ou ato normativo<br />

fe<strong>de</strong>ral objeto <strong>de</strong> análise, por entendê-los inconstitucionais, em face dos efeitos<br />

vinculantes;<br />

• utilização do instrumento da reclamação (CF, art. 102, inciso I, í) para garantir<br />

os efeitos vinculantes <strong>de</strong> liminar concedida pelo STF em ação <strong>de</strong>claratória <strong>de</strong><br />

<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>.<br />

A L e in 8 9.868/99 estabeleceu, ainda, em relação a medida cautelar em ação <strong>de</strong>claratória<br />

<strong>de</strong> <strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, por <strong>de</strong>cisão<br />

da maioria absoluta <strong>de</strong> seus membros, <strong>de</strong>ferir pedido <strong>de</strong> medida cautelar consistente na<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> que os juizes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam<br />

a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento <strong>de</strong>finitivo.1<br />

Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>verá proce<strong>de</strong>r a publicação<br />

<strong>de</strong> sua parte dispositiva em seção especial do Diário Oficial da União, no prazo <strong>de</strong> 10<br />

dias, e proce<strong>de</strong>r o julgamento da ação no prazo máximo <strong>de</strong> 180 dias, sob pena <strong>de</strong> perda<br />

da eficácia da medida provisória.<br />

13.6 Efeitos da <strong>de</strong>cisão do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

As <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>finitivas <strong>de</strong> mérito (sejam pela procedência ou pela improcedência),<br />

proferidas pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, nas ações <strong>de</strong>claratórias <strong>de</strong> <strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lei ou ato normativo fe<strong>de</strong>ral, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,12<br />

relativamente aos <strong>de</strong>mais órgãos do Po<strong>de</strong>r Judiciário e ao Po<strong>de</strong>r Executivo.<br />

Assim, se o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral concluir que a lei ou ato normativo fe<strong>de</strong>ral é<br />

<strong>constitucional</strong>, então expressamente fará a <strong>de</strong>claração, julgando proce<strong>de</strong>nte a ação, que<br />

produzirá efeitos ex tunc, erga omnes e vinculantes a todos os órgãos do Po<strong>de</strong>r Executivo<br />

e aos <strong>de</strong>mais órgãos do Po<strong>de</strong>r Judiciário. Da mesma forma, se consi<strong>de</strong>rar improce<strong>de</strong>nte<br />

a ação, julgará a in<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong> da lei ou ato normativo, com os mesmos efeitos.<br />

Po<strong>de</strong>rão ocorrer, ainda, duas outras possibilida<strong>de</strong>s. A primeira ocorrerá quando o<br />

Supremo julgar parcialmente proce<strong>de</strong>nte a norma, significando, pois, que a <strong>de</strong>clarou <strong>constitucional</strong><br />

em parte, <strong>de</strong>vendo o restante da norma, <strong>de</strong>clarada in<strong>constitucional</strong>, retirar-se<br />

do or<strong>de</strong>namento jurídico ex tunc.<br />

A segunda, quando o Tribunal, julgando proce<strong>de</strong>nte a ação, <strong>de</strong>clarar a <strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong><br />

da norma, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que interpretada <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada maneira - interpretação conforme<br />

à constituição - tornando aquela interpretação vinculante para os <strong>de</strong>mais órgãos judiciais<br />

e para as autorida<strong>de</strong>s administrativas em geral.<br />

1 O STF <strong>de</strong>clarou <strong>constitucional</strong> essa possibilida<strong>de</strong> prevista no art. 21 da Lei n“ 9.868/99 (S T F - P le n o - A D I<br />

nü 2.154/DF e AD I nu 2 258/DF - Rei. Min. Sepúlveda Pertence, <strong>de</strong>cisão: 14-2-2007. Informativo STF nD456).<br />

2 STF - Pleno - ADC 4/MC - Rei. Min. Sydney Sanches, Diário da Justiça, Seção I, 21 maio 1999; STF - Rcl.<br />

909-AgR, ReL Min. Nelson Jobim, <strong>de</strong>cisão: 27 maio 2005; S T F -R c l 1.770, ReL Min. Celso <strong>de</strong> Mello, Diário da<br />

Justiça, 1 fev. 2003; STF - Rcl 2.143-AgR, Rei. Min. Celso <strong>de</strong> M ello, Diário da Justiça, 6 jun. 2003.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!