17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7 6 0 Direito Constitucional • Moraes<br />

propositura da ação direta <strong>de</strong> in<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>, transformando-a em legitimação<br />

concorrente.1<br />

Dessa forma, são legitimados: o Presi<strong>de</strong>nte da República,12 a Mesa do Senado Fe<strong>de</strong>ral,<br />

a Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa da Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa<br />

do Distrito Fe<strong>de</strong>ral,3 o Governador do Estado ou do Distrito Fe<strong>de</strong>ral,4 o Procurador-<br />

-Geral da República, o Conselho Fe<strong>de</strong>ral da Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil, partido<br />

político com representação no Congresso Nacional e confe<strong>de</strong>ração sindical ou entida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> âmbito nacional.<br />

Observe-se que a legitimida<strong>de</strong> ativa para propositura da ação direta engloba a legitimida<strong>de</strong><br />

recursal.5<br />

1 0 .3 .1 A d in e p e rtin ê n c ia te m á tica<br />

Para alguns dos legitimados do art. 103 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, o Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral exige a presença da chamada pertinência temática, <strong>de</strong>finida como o requisito<br />

objetivo da relação <strong>de</strong> pertinência entre a <strong>de</strong>fesa do interesse específico do legitimado e o<br />

objeto da própria ação.<br />

Assim, enquanto se presume <strong>de</strong> forma absoluta a pertinência temática para o Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República, Mesa do Senado Fe<strong>de</strong>ral e da Câmara dos Deputados, Procurador-Geralda<br />

República, Partido Político com representação no Congresso Nacional e Conselho Fe<strong>de</strong>ral<br />

da Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil, em face <strong>de</strong> suas próprias atribuições institucionais,6<br />

no que se <strong>de</strong>nomina legitimação ativa universal,7 exige-se a prova da pertinência por par-<br />

1 Tradicionalmente, a legitim ida<strong>de</strong> era exclusiva do Procurador-Geral da República (Emenda Constitucional<br />

nQ01/69, art. 1 1 9 ,1, /; CF/67, art. 113, /; CF/46, com base na Emenda Constitucional n° 26/65, art. 1 0 1 ,1, k).<br />

2 O STF <strong>de</strong>cidiu que A dvogado-G eral da União não possui legitim ida<strong>de</strong> para o controle concentrado <strong>de</strong><br />

<strong>constitucional</strong>ida<strong>de</strong>, havendo necessida<strong>de</strong> da assinatura do Presi<strong>de</strong>nte da República (STF - ADPF 102 - Rei.<br />

Min. Joaquim Barbosa, <strong>de</strong>cisão: 16-6-2007). Porém, em posicionam ento mais recente, nossa Corte Suprema<br />

relativizou tal posicionamento, enten<strong>de</strong>ndo que apesar da Legitim ida<strong>de</strong> pertencer ao Chefe do Executivo (há<br />

hipótese concreta ao Governador <strong>de</strong> Estado), “ sua assinatura é dispensável nainicial, tem-na o Procurador-Geral<br />

do Estado” (STF - Pleno - AD I 2900/RJ - Rei. Min. Marco A u rélio).<br />

3 Interpretação do art. 103, co m 32, § 1Q, da CF. Nesse sentido: STF - P len o - A din n° 645-2, Rei. Min.<br />

lim ar Galvão, D iário da Justiça, Seção I, 21 fev. 1992, p. 1.693. O entendim ento do STF fo i consagrado pelo<br />

art. 2D, IV, da Lei n° 9.868/99, e posteriorm en te passou a constar expressam ente no texto <strong>constitucional</strong><br />

(EC n° 45/04).<br />

4 In terpretação do art. 103, com 32, § 1D, da CF. Nesse sentido: STF - P len o - A din n° 655, Rei. M in.<br />

O ctávio G allotti, Diário da Justiça, Seção I, 24 abr. 1992, p. 5.376. O entendim ento do STF fo i consagrado<br />

p elo art. 2D, V, da Lei n ° 9.868/99, e posteriorm ente passou a constar expressam ente no texto <strong>constitucional</strong><br />

(EC nD45/04).<br />

s Nesse sentido: STF - Pleno - Adin (A gR g) 2.130/SC - Rei. Min. Celso <strong>de</strong> M ello, <strong>de</strong>cisão: 3-10-2001. Informativo<br />

STF n- 244.<br />

6 CLÈVE, Clèmerson Merlin. A fiscalização... Op. cit. p. 121; F T J 158/441; STF - Pleno - Adin nQ1398/SC -<br />

m edida cautelar - Rei. Min. Marco Aurélio, Diário da Justiça, Seção 1,22 mar. 1996, p. 08.206.<br />

7 STF - P len o - Adin n° 1.096-4 - m edida liminar - R ei. Min. Celso <strong>de</strong> M ello, Diário da Justiça, Seção I, 22<br />

set. 1995, p. 30.589.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!