17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

172 Direito Constitucional • Moraes<br />

to, os interesses individuais homogêneos e os interesses difusos,1contra ato ou omissão<br />

ilegais ou com abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que presentes os atributos da liqui<strong>de</strong>z<br />

e certeza.<br />

Por interesse coletivo, conforme <strong>de</strong>fine Mancuso, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r<br />

“aquele concernente a uma realida<strong>de</strong> coletiva (v.g., a profissão, a categoria, a família),<br />

ou seja, o exercício coletivo <strong>de</strong> interesses coletivos; e não, simplesmente,<br />

aqueles interesses que apenas são coletivos na forma, permanecendo individuais<br />

quanto à finalida<strong>de</strong> perseguida, o que configuraria um exercício coletivo <strong>de</strong> interesses<br />

individuais”.12<br />

Para efeito <strong>de</strong> proteção através do mandado <strong>de</strong> segurança coletivo estão englobados<br />

os interesses individuais homogêneos, que são espécie dos interesses coletivos, eis que os<br />

titulares são plenamente <strong>de</strong>termináveis.3<br />

Em relação aos interesses ãfusos, Mauro Cappellettí e Bryant Garth ensinam que são os<br />

“interesses fragmentados ou coletivos, tais como o <strong>direito</strong> ao ambiente saudável,<br />

ou à proteção do consumidor. O problema básico que eles apresentam - a razão <strong>de</strong><br />

sua natureza difusa - é que ninguém tem o <strong>direito</strong> a corrigir a lesão a um interesse<br />

coletivo, ou o prêmio para qualquer indivíduo buscar essa correção é pequeno<br />

<strong>de</strong>mais para induzi-lo a tentar uma ação”.4<br />

Nesta mesma linha <strong>de</strong> raciocínio, Mancuso <strong>de</strong>fine-os como<br />

“interesses metaindividuais que, não tendo atingido o grau <strong>de</strong> agregação e organização<br />

necessário à sua afetação institucional junto a certas entida<strong>de</strong>s ou órgãos<br />

representativos dos interesses já socialmente <strong>de</strong>finidos, restam em estado fluido,<br />

dispersos pela socieda<strong>de</strong> civil como um todo (v.g., o interesse à pureza do ar atmosférico),<br />

po<strong>de</strong>ndo, por vezes, concernir a certas coletivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conteúdo numérico<br />

in<strong>de</strong>finido (v.g.,os consumidores). Caracterizam-se: pelain<strong>de</strong>terminação<br />

dos sujeitos, pela indivisibilida<strong>de</strong> do objeto, por sua intensa litigiosida<strong>de</strong> interna<br />

e por sua tendência à transição ou mutação no tempo e no espaço”.5<br />

ALei na 12.016/09 estabeleceu que os <strong>direito</strong>s protegidos pelo mandado <strong>de</strong> segurança<br />

coletivo po<strong>de</strong>m ser:<br />

1 Nesse sentido: Celso Agrícola Barbi, Ministro Carlos M ário Velloso, José da Silva Pacheco, Lourival Gonçalves<br />

<strong>de</strong> Oliveira, A da Pellegrini Grinover, Kazuo W atanabe e Calm on <strong>de</strong> Passos, Diomar Ackel Filho, Paulo Lúcio Nogueira,<br />

Francisco Antonio <strong>de</strong> Oliveira. Contra a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuizam ento <strong>de</strong> mandado <strong>de</strong> segurança coletivo<br />

para <strong>de</strong>fesa d e interesses difusos: Ministro Athos Gusmão Carneiro, Ernani Fidélis e Celso Neves.<br />

2 MANCUSO, R odolfo <strong>de</strong> Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimação para agir. 2. ed. São Paulo: Revista<br />

dos Tribunais, 1991. p. 65.<br />

3 M AZZILLI, H ugo N igro. A <strong>de</strong>fesa dos interesses difusos em juízo. 7. ed. S ão Paulo: Saraiva, 1995. p. 10.<br />

4 CAPPELLETTÍ, M auro; G ARTH, Bryant. Access to justice: th e w orldw i<strong>de</strong> movem ent to make rights effective:<br />

a general report. M ilão: G iuffrè, 1978. p. 26. (Traduzido para o português por Ellen Gracie North fleet.)<br />

5 M ANCUSO ,Rodolfo<strong>de</strong>Cam argo./nteresses... Op. cit. p. 114.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!