17.11.2017 Views

alexandre-de-moraes-direito-constitucional-2014

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

894 Direito Constitucional • Moraes<br />

(a) da reserva <strong>de</strong> competência impositiva; (b) da legalida<strong>de</strong>; (c) da isonomia; (d) da<br />

anteriorida<strong>de</strong>”.1<br />

Saliente-se, por fim, que não se po<strong>de</strong> confundir taxas com preços públicos,12 pois,<br />

conforme apontou o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, enquanto as taxas <strong>de</strong>correm do po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> polícia do Estado, ou são <strong>de</strong> serviço, resultantes da utilização efetiva ou potencial, <strong>de</strong><br />

serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição,<br />

o preço público <strong>de</strong>corre da exploração, pelo particular, <strong>de</strong> um bem ou serviço.3<br />

3.3 Contribuições <strong>de</strong> melhoria<br />

Contribuições <strong>de</strong> melhoria são tributos cujo fato gerador <strong>de</strong>corre da valorização <strong>de</strong><br />

imóveis do contribuinte em face da realização <strong>de</strong> obras públicas pelo Po<strong>de</strong>r Público.4<br />

A valorização imobiliária <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> obra pública, portanto, é requisito essencial<br />

à contribuição <strong>de</strong> melhoria, persistindo como fato gerador <strong>de</strong>ssa espécie tributária. Como<br />

<strong>de</strong>stacado pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, “a valorização imobiliária <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> obra<br />

pública - requisito ínsito à contribuição <strong>de</strong> melhoria - persiste como fato gerador <strong>de</strong>ssa<br />

espécie tributária”.5<br />

Manoel Gonçalves Ferreira Filho salienta que “essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tributo se caracteriza<br />

por configurar uma verda<strong>de</strong>ira in<strong>de</strong>nização, ainda que parcial, <strong>de</strong> obra pública <strong>de</strong><br />

que resulte benefício individualizável, especificamente valorização <strong>de</strong> bem particular”.6<br />

Dessa forma, a base <strong>de</strong> cálculo da contribuição <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r à<br />

diferença entre o valor do imóvel antes e <strong>de</strong>pois da realização da obra pública; consequentemente,<br />

se não houver aumento no valor do imóvel, não será admissível a tributação por<br />

meio <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> melhoria.7<br />

A ausência <strong>de</strong> valorização do imóvel <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> obra pública ou mesmo a realização<br />

<strong>de</strong> obras públicas <strong>de</strong> manutenção e conservação que não acarrete sua valorização tornam<br />

impossível a exigência <strong>de</strong>ssa espécie <strong>de</strong> tributo.8<br />

1 S T F - P len o - A din n a 1 .3 7 8 -5 - R ei. M in . C elso <strong>de</strong> M ello, D i á r i o d a J u s tiç a , S eção I, 3 0 m aio 1 9 9 7 . I n f o r ­<br />

m a t iv o S T F n" 7 3 .<br />

2 SILVA, E d g ar Neves d a. D is t in ç ã o j u r í d i c a e n t r e ta x a e p r e ç o p ú b lic o . 1 9 7 9 . D issertação (M estrad o ) - Fadusp,<br />

S ã o Paulo.<br />

3 S T F - P l e n o - A din n ° 2 .5 8 6 -4 / D F - R ei. M in. C arlos V ello so , D i á r i o d a J u s tiç a , S eção 1 , 1 ago. 2 0 0 3 , p. 1 0 1 .<br />

4 S T F - 2 aT .- R E x t r . n a 1 1 6 .1 4 7 - 7 / S P - R e i. M in. O ctávio G a llo tti, D i á r i o d a J u s tiç a , S eção 1 ,2 5 m aio 1 9 9 3 ;<br />

K T J 1 6 0 / 3 2 1 ;R S T J 1 0 9 / 9 5 ;S T J - l aT .- R E s p .n a 1 6 9 .1 3 1 / S P -R e i. M in . Jo s é D e lg a d o ,D i á r i o d a J u s tiç a , S eção<br />

1 ,3 ago. 1 9 9 8 , p. 1 4 3 .<br />

5 S T F - 2 a T .- R E x t r . na 1 1 5 .8 6 3 / S P - R e l. M in . C élio B o rja , D i á r i o d a J u s tiç a , S eção 1 ,8 m a io 1 9 9 2 , p. 6 .2 6 8 ;<br />

S T F - l a T . - RExtr. n2 1 1 6 .4 1 8 - R e i . M in . O ctávio G allo tti, D i á r i o d a J u s tiç a , S e ç ã o 1 ,2 1 m a io 1 9 9 3 , p. 9 .7 6 8 ;<br />

K T J 8 9 / 5 9 8 ; R T J 1 0 5 / 4 3 4 ; K T J 1 3 8 / 6 0 0 ; S T F - 2 a T. - A I n “ 2 0 4 .8 2 7 - 1/PR - R ei. M in. M arco A urélio, D i á r i o d a<br />

J u s tiç a , S e ç ã o 1 ,3 fev. 1 9 9 8 , p. 2 4 .<br />

6 FER REIRA FILH O, M an o el G onçalves. C o m e n tá r io s ... Op. c it. v. 2 , p. 9 2 .<br />

7 STF - 2 a T . - RExtr. n ° 1 1 5 .8 6 3 / S P - R e l. M in. C é lio B o rja , D i á r i o d a J u s tiç a , S e ç ã o 1 ,8 m a io 1 9 9 2 , p. 6 .2 6 8 ;<br />

STF - 2 a T. - RExtr. n 2 1 1 6 .1 4 7 / S P - Rei. M in . C élio B o rja , D i á r i o d a J u s tiç a , S eção 1 ,8 m aio 1 9 9 2 , p. 6 .2 6 8 ; S T J -<br />

2 a T. - R Esp. ns 1 4 3 .9 9 6 / S P - R e l. M in. F ran cisco Peçan h a M artin s, D iá r io d a J u s tiç a , S e ç ã o 1 ,6 <strong>de</strong>z. 1 9 9 9 , p. 7 6 .<br />

8 N O G U E IR A ,R u y B arb o sa. C u rs o ... O p. cit. p. 1 6 8 .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!