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o caso mateus ribeiro - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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1024 Padre Mateus Ribeiro<br />

desalojar de uma ci<strong>da</strong>de forasteira aonde não há cousa que obrigue a assistir,<br />

antes muitas que persua<strong>da</strong>m a não estar como em fronteira de contrários.<br />

Não há-de parar a prudência só na consideração <strong>do</strong> presente, diz<br />

Demóstenes 1104 , mas há-de conjecturar e ajuizar ao futuro, parecer que<br />

Euripides 1105 tinha <strong>da</strong><strong>do</strong>, acautelan<strong>do</strong>-se no presente com discursar ao futuro.<br />

Alegran<strong>do</strong>-se excessivamente o povo romano de haver o sena<strong>do</strong><br />

decreta<strong>do</strong> que <strong>da</strong>li ao diante nenhum romano fosse obriga<strong>do</strong> a militar à sua<br />

custa, como até então se costumava, e fazen<strong>do</strong> o povo grandes festas ao tal<br />

decreto, clamavam os tribunos <strong>do</strong> povo que para que festejavam o decreto<br />

presente, que era enganoso, por não considerarem ao futuro; porque estan<strong>do</strong> o<br />

erário de Roma consumi<strong>do</strong> e de to<strong>do</strong> exausto <strong>da</strong>s guerras passa<strong>da</strong>s, e sen<strong>do</strong><br />

força<strong>do</strong> alistar-se novo exército para as que se moviam de presente, era<br />

infalível que o sena<strong>do</strong> havia de lançar tributos ao povo romano para pagamento<br />

<strong>do</strong>s sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s, como com efeito lançou; e assim, aonde imaginavam que<br />

ficavam isentos <strong>do</strong>s dispêndios que de antes faziam, com os novos tributos<br />

eles mesmos de suas próprias fazen<strong>da</strong>s se pagavam. Se considerarmos,<br />

senhores, ao presente e atentarmos ao futuro, nenhum esta<strong>do</strong> temos de que<br />

possamos receber alívio. Porém ponderan<strong>do</strong> com a razão o esta<strong>do</strong> presente,<br />

dele podemos fazer ponte para passarmos com segurança a diferente senhorio<br />

aonde nos demos por seguros. Aonde o perpétuo temor <strong>da</strong> justiça nos não<br />

inquiete, nem a contínua presença de inimigos poderosos nos perturbe; aonde<br />

possamos respirar <strong>do</strong> oneroso gravame de seus clamores e <strong>da</strong> infausta<br />

moléstia de sua intolerável perseguição. É o ódio <strong>do</strong>s poderosos ofendi<strong>do</strong>s a<br />

quem, diz Cícero 1106 , não podem resistir to<strong>da</strong>s as riquezas por maiores que<br />

sejam; porque com se despenderem to<strong>da</strong>s, não costuma diminuir-se o intenso<br />

<strong>do</strong> aborrecimento, antes como <strong>da</strong> hidra se multiplicam ca<strong>da</strong> dia novas cabeças<br />

ao infesto de perseguir ou em razão <strong>do</strong> parentesco, ou por empenhos <strong>da</strong><br />

pretensão.<br />

É a irmã <strong>do</strong> defunto Octávio moça e a quem dizem passa o morga<strong>do</strong> por<br />

não haver nele cláusula que <strong>da</strong> sucessão a exclua; e como fica tão rica e bem<br />

Dem., in Olynth.<br />

Eurip., in Hyppol.<br />

Cicer., 2. De offic.

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