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o caso mateus ribeiro - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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512 Padre Mateus Ribeiro<br />

to<strong>da</strong>s as flores matiza<strong>do</strong>, Primavera eterna <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s, Abril sempre vivo,<br />

Maio nunca passa<strong>do</strong>, pra<strong>do</strong> de eternas rosas, jardim de to<strong>da</strong>s as alegrias de<br />

quem o terreal paraíso tomou as sombras, debuxou os longes, imitou apenas<br />

as distâncias <strong>do</strong>s visos, para ser na terra paraíso de delícias chama<strong>do</strong> com ser<br />

só rascunho deste ver<strong>da</strong>deiro paraíso, está fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em quadro a Ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

Glória, como a viu São João, seus muros mais transparentes que o cristal mais<br />

fino e mais que o ouro resplandecente, suas bases as pedras mais preciosas e<br />

ca<strong>da</strong> uma de suas <strong>do</strong>ze portas fabrica<strong>da</strong>s de inestimáveis pedrarias, sen<strong>do</strong><br />

ca<strong>da</strong> porta uma só pedra, em que brilhan<strong>do</strong> o rubi, a esmeral<strong>da</strong>, a safira, o<br />

topázio, o jacinto, o crisolito e to<strong>do</strong> o mais precioso que o mun<strong>do</strong> estima e por<br />

quem a ambição humana se desvela, uniu o precioso com tal grandeza que<br />

pusesse limites ao desejo o que soltava to<strong>da</strong>s as admirações aos discursos<br />

para serem maravilhas <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s.<br />

Esta soberana Ci<strong>da</strong>de, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> sobre resplan<strong>do</strong>res, cujas praças são de<br />

ouro radiante, onde está a fonte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o rio que com perpétuo cristal alegra<br />

tão sublime mora<strong>da</strong>, fertilizan<strong>do</strong> os pra<strong>do</strong>s vistosos deste vergel flori<strong>do</strong>, em<br />

quem nem teve jamais entra<strong>da</strong> o Inverno nem o Estio; que nunca viu as<br />

sombras <strong>da</strong> noite, porque são nele permanentes as luzes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> dia; a<br />

quem jamais chegaram as nuvens, porque são inacessíveis seus resplan<strong>do</strong>res,<br />

paraíso real de to<strong>da</strong>s as delícias. No terreal foram tão breves como neste tão<br />

perduráveis: é a mora<strong>da</strong> de Deus, <strong>do</strong>s anjos e <strong>do</strong>s santos. Nela diz o profético<br />

evangelista que não viu sol, porque o Divino Cordeiro é o sol que lhe assiste, à<br />

vista de cujos raios o sol material parece escuro: quanta diferença vai <strong>do</strong><br />

cria<strong>do</strong>r à criatura, <strong>da</strong> causa aos efeitos, <strong>do</strong> eterno ao temporal, <strong>do</strong> increa<strong>do</strong> ao<br />

produzi<strong>do</strong>!<br />

Aqui as gerarquias <strong>do</strong>s espíritos angélicos em coros dividi<strong>do</strong>s e as almas<br />

bem-aventura<strong>da</strong>s, to<strong>do</strong>s unânimes no vínculo <strong>do</strong> amor, logram na visão<br />

beatífica de Deus to<strong>da</strong>s as alegrias, delícias e contentamentos juntos: pois<br />

nesta visão inefável <strong>da</strong> Divina Essência tu<strong>do</strong> junto possuem e tu<strong>do</strong> junto<br />

logram. A fermosura <strong>do</strong> pra<strong>do</strong> está comigo, disse Deus pelo Profeta rei 496 , por<br />

mostrar que to<strong>da</strong> a fermosura e perfeição que vemos nas criaturas dividi<strong>da</strong> em<br />

grau eminentíssimo está em Deus Senhor nosso, identicamente uni<strong>da</strong> como<br />

496 Psal. 49.

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