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o caso mateus ribeiro - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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908 Padre Mateus Ribeiro<br />

para ensinar, que <strong>do</strong>s bens <strong>da</strong> fortuna parece mais pobre para os possuir. Não<br />

menos, diz S. Bernar<strong>do</strong> 892 , necessitamos nesta vi<strong>da</strong> de guia que nos<br />

encaminhe ao bem que de mestre que nos desvie <strong>do</strong> mal; e tal era Adriano no<br />

exemplar <strong>do</strong>s costumes e no científico <strong>da</strong>s letras. Por esta razão chamou<br />

Cícero 893 à sabe<strong>do</strong>ria saúde <strong>da</strong>s ignorâncias, que são os achaques de que<br />

pode enfermar o entendimento; parecer que Ovídio 894 seguiu e que a<br />

experiência manifesta. Era Adriano bem autoriza<strong>do</strong> na pessoa e erudito no falar<br />

com que acreditava as letras <strong>do</strong>s anos que nas academias despendeu; ele me<br />

visitava algumas vezes em companhia de Constantino, a quem de ordinário<br />

assistia, e um dia que sem ele se ofereceu visitar-me, buscan<strong>do</strong> eu ocasião<br />

para lhe perguntar a causa ou motivo que Frederico tivera para <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de<br />

Módena, aonde tinha situa<strong>da</strong>s suas ren<strong>da</strong>s, vir com casa mu<strong>da</strong><strong>da</strong> a ser<br />

mora<strong>do</strong>r em Bolonha, ele me disse assim:<br />

Cap. III.<br />

Em que se dá princípio à ver<strong>da</strong>deira história de Manfre<strong>do</strong> e de sua esposa<br />

Eurides<br />

- Para, senhor Lisar<strong>do</strong>, satisfazer à pergunta que me fizestes, é<br />

necessário tomar o princípio <strong>da</strong> cau<strong>da</strong>losa fonte <strong>do</strong>nde tiveram origem e se<br />

derivaram os generosos rios que ao presente a maior parte de Itália<br />

engrandecem. O ilustre solar de Frederico Manfre<strong>do</strong>, em cuja casa assisto por<br />

mestre de seu filho Constantino, tem as raízes heróicas no empera<strong>do</strong>r<br />

Constâncio, filho <strong>do</strong> grande empera<strong>do</strong>r Constantino que deixan<strong>do</strong> a ci<strong>da</strong>de de<br />

Roma ao sumo pontífice S. Silvestre, passou a corte imperial para<br />

Constantinopla, a quem intitulou de seu nome, que de antes se chamava<br />

Bizâncio. Nesta mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> império de Itália para Trácia, entre os ilustres<br />

senhores e cavaleiros principais que passaram com o empera<strong>do</strong>r para servi-lo,<br />

foi um deles Manfre<strong>do</strong>, mancebo bizarro, de flori<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, invencível valor,<br />

S. Bernar., in Ep.<br />

Cicer., Tusc. 3.<br />

Ovid., 2. De Pont.

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