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o caso mateus ribeiro - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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28 A novela portuguesa no século XVII:<br />

concretizar os seus intentos, regressan<strong>do</strong> em segui<strong>da</strong> à sua terra natal.<br />

Desconfia<strong>do</strong> <strong>da</strong> contínua melancolia de Diana e <strong>da</strong> falta de notícias <strong>do</strong> amigo,<br />

após tomar conhecimento <strong>da</strong> desonra <strong>da</strong> irmã, e ofendi<strong>do</strong> pela desleal<strong>da</strong>de e<br />

falsa amizade com que fora trata<strong>do</strong>, Constantino procurou Camilo e feriu-o<br />

mortalmente. Apesar de castigar Camilo pela sua conduta indecorosa,<br />

Constantino foi persegui<strong>do</strong> pela justiça e acabou por se incorporar num ban<strong>do</strong><br />

de ban<strong>do</strong>leiros, até ao momento em que, a pedi<strong>do</strong> de Leopol<strong>do</strong>, capitão <strong>do</strong><br />

grupo, raptaram Jacinta e Doroteia, filha <strong>do</strong> lavra<strong>do</strong>r que recebera Lívia no seu<br />

casal, acaban<strong>do</strong> gravemente feri<strong>do</strong>.<br />

Censura<strong>do</strong> o indigno comportamento de Constantino, desaprova<strong>da</strong> a<br />

desonra que causou aos seus pais e à sua pátria pelo desejo de vingança, em<br />

desfavor de uma resolução pacifica, o jovem foi aconselha<strong>do</strong> por Lisar<strong>do</strong> a<br />

partir para a Flandres e seguir as armas ou continuar os seus estu<strong>do</strong>s em<br />

Lovaina, os <strong>do</strong>is caminhos aponta<strong>do</strong>s para reabilitar a sua honra.<br />

A quinta parte termina com o desenlace <strong>da</strong> história de Roberto e Lívia,<br />

ultrapassa<strong>da</strong>s as desconfianças <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>, e o casamento de Feliciano e<br />

Florisela, resolven<strong>do</strong>-se por meio <strong>do</strong> matrimónio (num processo comum a<br />

outras narrativas desta novela) antigas conten<strong>da</strong>s entre famílias ilustres:<br />

"Aqui chegava Lisar<strong>do</strong> com a história <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, de que Felisberto e Dionísio<br />

estavam eleva<strong>do</strong>s na varie<strong>da</strong>de de seus perío<strong>do</strong>s como no agradável <strong>do</strong> estilo com<br />

que os relatava, quan<strong>do</strong> chegaram <strong>do</strong>us cria<strong>do</strong>s de Lisar<strong>do</strong>, a quem ele esperava, com<br />

reca<strong>do</strong> para partir-se; o que Felisberto não consentiu porque o sol se ia já pon<strong>do</strong> no<br />

horizonte, e com corteses rogos o obrigou a ficar essa noite em sua companhia,<br />

acomo<strong>da</strong>n<strong>do</strong> aos cria<strong>do</strong>s e cavalo convenientemente e <strong>da</strong>n<strong>do</strong> ordem a preparar-se a<br />

ceia com o que no hospício tinha, desejoso de ouvir o que de sua história faltava.<br />

Enfim aceitou Lisar<strong>do</strong> o caritativo oferecimento, aonde agora o deixaremos descansar<br />

até nova oportuni<strong>da</strong>de de se referir o que agora não há lugar de relatar." 42<br />

Prosseguin<strong>do</strong> o fio narrativo anuncia<strong>do</strong> no final <strong>da</strong> parte anterior,<br />

hospe<strong>da</strong><strong>do</strong> durante a noite na ermi<strong>da</strong>, Lisar<strong>do</strong> prosseguiu a relação <strong>da</strong> sua<br />

vi<strong>da</strong>. Contrarian<strong>do</strong> os pareceres negativos <strong>do</strong>s seus parentes, resolveu<br />

continuar os seus estu<strong>do</strong>s em Bolonha, ci<strong>da</strong>de para onde se mu<strong>da</strong>ra Frederico<br />

Manfre<strong>do</strong>, ilustre fi<strong>da</strong>lgo mo<strong>do</strong>nês, acompanha<strong>do</strong> <strong>da</strong> sua mulher Aurélia, <strong>do</strong>s<br />

Mateus RIBEIRO, Alivio de tristes e consolação de queixosos, Parte V, p.895.

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