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o caso mateus ribeiro - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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O <strong>caso</strong> Mateus Ribeiro 25<br />

repeti<strong>do</strong>s suspiros e pesa<strong>da</strong>s queixas, Polinar<strong>do</strong> iniciou a narração <strong>da</strong> história<br />

<strong>do</strong>s seus infortúnios, agradecen<strong>do</strong> deste mo<strong>do</strong> a cortesia <strong>do</strong>s presentes e<br />

descobrin<strong>do</strong> a razão <strong>da</strong> sua tristeza. Nasci<strong>do</strong> de família humilde e pobre na<br />

fortuna, Salviano, mancebo ilustre no sangue e muito rico no morga<strong>do</strong>, serviu<br />

liberalmente Estela, sua única irmã, prometen<strong>do</strong>-se por esposo. Opon<strong>do</strong>-se os<br />

familiares de Salviano ao seu casamento com Estela devi<strong>do</strong> à desigual<strong>da</strong>de de<br />

esta<strong>do</strong>s, este acabou por casar com Finar<strong>da</strong>, igualmente ilustre no sangue mas<br />

sem poder ter competências no parecer com Estela. No entanto, efeito <strong>da</strong><br />

imparável ro<strong>da</strong> <strong>da</strong> fortuna, Salviano viu-se salvo <strong>da</strong> fúria de Cursieto Sambuco,<br />

terrível ban<strong>do</strong>leiro que assolava to<strong>da</strong> a Itália, ocultan<strong>do</strong>-se precisamente em<br />

casa de Polinar<strong>do</strong>. Com a morte de Finar<strong>da</strong>, em sinal <strong>da</strong> gratidão de Salviano e<br />

seus familiares, este acabou por casar com Estela e o pai de Polinar<strong>do</strong> foi<br />

recompensa<strong>do</strong> com um cargo honroso e ren<strong>do</strong>so.<br />

Recomposta a tranquili<strong>da</strong>de familiar, de novo Polinar<strong>do</strong> foi surpreendi<strong>do</strong><br />

por acontecimentos indeseja<strong>do</strong>s: envolveu-se com uns mascara<strong>do</strong>s e, após a<br />

morte de um deles, filho de um ilustre e poderoso fi<strong>da</strong>lgo, contou com a aju<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> pai e de Salviano para a sua fuga. Morren<strong>do</strong> o pai na prisão e sen<strong>do</strong><br />

Salviano desterra<strong>do</strong> para Toscanela, Polinar<strong>do</strong>, em Pádua, envolveu-se<br />

involuntariamente em nova conten<strong>da</strong>, acaban<strong>do</strong> por ferir mortalmente um nobre<br />

mancebo desta ci<strong>da</strong>de. Socorren<strong>do</strong>-se <strong>da</strong> casa de Luís Orsino, frequenta<strong>da</strong> por<br />

desonrosos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e por antigos companheiros de Cursieto Sambuco, morto<br />

por se lançar ao mar, preso com ferros, para não ser preso, após a morte <strong>da</strong><br />

duquesa Vitória e <strong>do</strong> seu irmão por mascara<strong>do</strong>s que estavam hospe<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

nesta casa, acabaram sitia<strong>do</strong>s pela justiça. Após uma acesa discussão sobre a<br />

decisão a tomar, acabaram por se render, sen<strong>do</strong> castiga<strong>do</strong>s em função <strong>da</strong> sua<br />

participação nos crimes: entre severas punições, Luís Orsino foi degola<strong>do</strong> e<br />

Polinar<strong>do</strong> condena<strong>do</strong> por oito anos às galés <strong>da</strong> senhoria de Veneza. Mais<br />

tarde, ven<strong>do</strong> diminuí<strong>da</strong> a sua pena em cinco anos por petição de um religioso,<br />

Polinar<strong>do</strong> cumpriu a promessa de visitar o santuário <strong>da</strong> Nossa Senhora <strong>do</strong><br />

Loreto.<br />

Consola<strong>do</strong> o seu sofrimento pelas discretas palavras de Felisberto,<br />

Polinar<strong>do</strong> acompanhou Hortênsio para Tarante Ao regressar à sua ermi<strong>da</strong>,<br />

Felisberto e Dionísio foram surpreendi<strong>do</strong>s por umas senti<strong>da</strong>s queixas, no meio<br />

<strong>do</strong> fecha<strong>do</strong> arvore<strong>do</strong>, <strong>do</strong> feri<strong>do</strong> Aureliano. Grato à cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa atenção <strong>do</strong>s

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