12.06.2017 Views

Código de Processo Penal Comentado (2016) - Guilherme de Souza Nucci

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SP, 5.ª T., rel. Felix Fischer, 09.11.1999, v.u., DJ 13.12.1999, p. 160). TJSP: “A exigência do art. 44 do CPP relativa<br />

à menção do fato criminoso no mandato procuratório não exige a <strong>de</strong>scrição minuciosa do fato <strong>de</strong>lituoso, pois o<br />

legislador, bem a propósito, empregou o vocábulo ‘menção’ e não ‘<strong>de</strong>scrição’ ou ‘narrativa’ do mesmo com todas as<br />

suas circunstâncias e peculiarida<strong>de</strong>s” (HC 93.851-3, 2.ª C., rel. Canguçu <strong>de</strong> Almeida, 18.06.1990, v.u., RT<br />

660/282).<br />

138-A. Irregularida<strong>de</strong>s na procuração: po<strong>de</strong>m ser sanadas até a sentença, como preceitua o art. 569. Ver,<br />

ainda, a nota 47-A ao referido art. 569.<br />

139. Diligências indispensáveis à ação penal: do mesmo modo que o Estado-acusação <strong>de</strong>ve pautar a<br />

<strong>de</strong>núncia no inquérito (ou similar), conseguindo prova pré-constituída dos fatos imputados, para dar justa causa à<br />

ação penal, também a vítima <strong>de</strong>ve oferecer queixa fundada na mesma segurança. O inquérito po<strong>de</strong> ser<br />

imprescindível ao ingresso da ação penal privada. Logicamente, não tem o menor cabimento que o ofendido<br />

apresente queixa se nem mesmo sabe quem é o autor da infração penal ou o que ele fez. Assim, a ressalva feita pelo<br />

artigo po<strong>de</strong> dizer respeito ao instrumento <strong>de</strong> procuração outorgado a qualquer pessoa que preten<strong>de</strong> ingressar com a<br />

queixa, em lugar do ofendido, mas, antes, irá requerer a instauração <strong>de</strong> inquérito para apurar a materialida<strong>de</strong> e<br />

autoria da infração. Nessa hipótese, o indivíduo solicita a produção <strong>de</strong> diligências e, quando as tiver, po<strong>de</strong>rá<br />

ingressar com a queixa. No caso do advogado, duas são as hipóteses: a) ele é contatado pela vítima logo que esta<br />

toma conhecimento do crime contra ela cometido e, ofertando procuração para em seu nome agir, o causídico<br />

requer a instauração <strong>de</strong> inquérito para apurar a materialida<strong>de</strong> e a autoria. Nesse caso, não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res<br />

específicos, pois a menção acerca do autor e dos <strong>de</strong>talhes do fato ainda inexiste; b) ele é contatado pela vítima<br />

quando as provas pré-constituídas já estão formadas, razão pela qual o ingresso da queixa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente da<br />

outorga da procuração com po<strong>de</strong>res especiais. Nesse caso, é natural que o nome do querelado e os <strong>de</strong>talhes do fato<br />

já sejam conhecidos. Esse é o motivo pelo qual, para dar sentido ao artigo, necessita-se interpretar a expressão<br />

juízo criminal como sendo qualquer esfera do Estado na persecução penal, inclusive a policial, levando-se em<br />

conta que, em regra, será a diligência <strong>de</strong> esclarecimento requerida no inquérito.<br />

140. Reconvenção em ação penal privada: inexiste, no processo penal, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconvenção.<br />

Nesse sentido: TJSP:”A reconvenção, que supõe a existência <strong>de</strong> recíprocas pretensões, é incompatível com o<br />

processo criminal, uma vez que o jus puniendi é exclusivo do Estado” (Queixas-crimes 304.862-3, 308.003-3,<br />

308.006-3, 305.641-3, 308.000-3, 305.645-3, 305.648-3, 305.649-3, 308.004-3, 305.651-3, 308.005-3,<br />

305.646-3, 308.002-3, 308.001-3, 308.849-3, 308.848-3, 309.965-3, 309.966-3, 309.967-3, 309.968-3,<br />

309.969-3, 310.338-3, 310.884-3, 310.885-3, 310.886-3, 310.888-3, 310.889-3, 310.887-3, 310.890-3,<br />

311.028-3, 311.029-3, 311.030-3, 311.031-3, 312.275-3, 312.276-3, 312.277-3 e 312.866-3, julgadas em<br />

conjunto, São Paulo/Registro, 5.ª C., rel. Dante Busana, 22.02.2001, v.u., JUBI 59/01).<br />

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, po<strong>de</strong>rá ser aditada 141 pelo Ministério<br />

Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. 142<br />

141. Aditamento da queixa pelo Ministério Público: serve para corrigir eventuais falhas formais da peça<br />

apresentada. A liberda<strong>de</strong> do Estado-acusação é ampla quando se tratar <strong>de</strong> queixa proveniente <strong>de</strong> ação privada<br />

subsidiária da pública, po<strong>de</strong>ndo até incluir coautores. Mas não po<strong>de</strong> o promotor substituir-se ao ofendido no <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> processar este ou aquele agressor, quando a ação penal for exclusivamente privada. Assim, caso a vítima tenha<br />

oferecido queixa contra um coautor, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> fora outro, o Ministério Público, zelando pela indivisibilida<strong>de</strong> da<br />

ação penal, proporá ao querelante que faça o aditamento, sob pena <strong>de</strong> implicar renúncia do direito <strong>de</strong> queixa contra<br />

um <strong>de</strong>les, passível <strong>de</strong> extensão aos <strong>de</strong>mais. Não há cabimento no aditamento feito pelo Estado-acusação para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!