12.06.2017 Views

Código de Processo Penal Comentado (2016) - Guilherme de Souza Nucci

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(Normas <strong>de</strong> Serviço da Corregedoria-Geral da Justiça <strong>de</strong> São Paulo: “As armas e objetos que acompanham os<br />

inquéritos policiais ou procedimento <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> atos infracionais <strong>de</strong>vem ser etiquetados, com menção ao<br />

número do processo e ao nome das partes envolvidas, organizando-se o respectivo <strong>de</strong>pósito através <strong>de</strong> livro<br />

próprio, em que serão lançados os dados correspon<strong>de</strong>ntes”). No tocante aos objetos que interessam à prova, há<br />

restrições que <strong>de</strong>vem ser observadas, para a própria segurança do fórum: “As substâncias entorpecentes ou que<br />

<strong>de</strong>terminem <strong>de</strong>pendência física ou psíquica ou medicamentos que as contenham, bem como as químicas, tóxicas,<br />

inflamáveis, explosivas e/ou assemelhadas, não serão recebidas pelos ofícios <strong>de</strong> justiça, permanecendo em<br />

<strong>de</strong>pósito junto à autorida<strong>de</strong> policial que presi<strong>de</strong> ou presidiu o inquérito ou nas <strong>de</strong>pendências do órgão encarregado<br />

<strong>de</strong> efetivar o exame cabível, dando-lhes, em seguida, o encaminhamento previsto em lei” (Normas <strong>de</strong> Serviço da<br />

Corregedoria-Geral da Justiça). Não há dúvida, são elementos importantes para a formação da materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

certos crimes, mas inexiste razão para que sejam, obrigatoriamente, encaminhados ao juízo. Atualmente, há<br />

autorização legal para a <strong>de</strong>struição da droga apreendida antes do trânsito em julgado do processo-crime (Lei<br />

11.343/2006).<br />

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a <strong>de</strong>núncia ou queixa, 68 sempre que servir <strong>de</strong> base 69-70 a uma ou<br />

outra. 71<br />

68. Denúncia ou queixa: a <strong>de</strong>núncia é a peça acusatória inicial, apresentada pelo Ministério Público,<br />

quando a ação for pública; a queixa é a peça acusatória inicial, oferecida pela vítima, através <strong>de</strong> seu advogado,<br />

quando a ação for privada.<br />

69. Inquérito como base da <strong>de</strong>núncia ou da queixa e sua dispensabilida<strong>de</strong>: a natureza do inquérito,<br />

como se viu em nota anterior, é dar segurança ao ajuizamento da ação penal, impedindo que levianas acusações<br />

tenham início, constrangendo pessoas e <strong>de</strong>sestabilizando a justiça penal. Por isso, ao oferecer a <strong>de</strong>núncia, <strong>de</strong>ve o<br />

representante do Ministério Público – o mesmo valendo para a vítima – ter como suporte o inquérito policial,<br />

produzido pela polícia judiciária, na sua função <strong>de</strong> Estado-investigação, órgão auxiliar do Po<strong>de</strong>r Judiciário nessa<br />

tarefa. Eventualmente, é possível dispensar o inquérito, como <strong>de</strong>ixa claro este artigo, ao mencionar que ele<br />

acompanhará a <strong>de</strong>núncia ou queixa sempre que servir <strong>de</strong> base a uma ou outra. Logo, quando o acusador possuir<br />

provas suficientes e idôneas para sustentar a <strong>de</strong>núncia ou a queixa, nada impe<strong>de</strong> que se supere a fase do inquérito,<br />

embora seja isso muito raro. As hipóteses em que o inquérito policial <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser feito são representadas pela<br />

realização <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> investigação oficial – como sindicâncias, processos administrativos, inquéritos<br />

militares, inquéritos parlamentares, inci<strong>de</strong>ntes processuais (vi<strong>de</strong> nota 11 ao art. 145) etc. –, bem como pela<br />

possibilida<strong>de</strong>, não comum, <strong>de</strong> se conseguir ajuizar a <strong>de</strong>manda simplesmente tendo em mãos documentos<br />

legalmente constituídos. Conferir: TRF-3.ª Região: “Além do mais, não assiste razão à <strong>de</strong>fesa quando alega que<br />

seria necessário que a <strong>de</strong>núncia estivesse instruída por inquérito policial, posto que o <strong>Código</strong> <strong>de</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Penal</strong>,<br />

em seu art. 12, apenas impõe que a <strong>de</strong>núncia seja acompanhada <strong>de</strong> inquérito quando este servir <strong>de</strong> base àquela, mas<br />

não quando por outros meios a acusação se convencer da existência da autoria e da materialida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>lito, como<br />

ocorreu no presente caso” (ACr 28551-2007.03.99.024873-6 – SP, 5.ª T., rel. Ramza Tartuce, 09.11.2009, v.u.).<br />

70. Inviabilida<strong>de</strong> da prova produzida por particular não autorizado: não admitiu o STJ qualquer tipo<br />

<strong>de</strong> falso (falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica ou testemunhal) em <strong>de</strong>claração prestada através <strong>de</strong> escritura pública lavrada em<br />

cartório <strong>de</strong> notas e juntada em inquérito policial, por não ter o potencial <strong>de</strong> “prejudicar direito, criar obrigação ou<br />

alterar a verda<strong>de</strong> sobre fato juridicamente relevante”, conforme art. 299 do <strong>Código</strong> <strong>Penal</strong> (HC 62.513 – PR, 5.ª T.,<br />

rel. Assis Toledo, 14.05.1996, v.u., DJ 17.06.1996, p. 21.501).<br />

71. Termo circunstanciado: é um substituto do inquérito policial, realizado pela polícia, nos casos <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!