12.06.2017 Views

Código de Processo Penal Comentado (2016) - Guilherme de Souza Nucci

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo I<br />

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE FALÊNCIA 1-1-C<br />

1. Aplicação da Lei 9.099/95 aos procedimentos especiais: após a edição da Lei 11.313/2006,<br />

modificando as redações dos arts. 60 e 61 da Lei 9.099/95, é perfeitamente viável aplicar os benefícios previstos<br />

na Lei 9.099/95 ao universo dos <strong>de</strong>litos, cujo procedimento é especial. Portanto, todos os procedimentos previstos<br />

neste Título, quando as infrações comportarem, <strong>de</strong>vem adaptar-se à hipótese <strong>de</strong> concretização da transação e do<br />

rito sumaríssimo da Lei 9.099/95. Entretanto, se não houver possibilida<strong>de</strong>, segue-se, para cada caso, o<br />

procedimento especial previsto neste Título II, conforme a circunstância, para, <strong>de</strong>pois, passar-se ao rito comum do<br />

<strong>Código</strong> <strong>de</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Penal</strong>. Registremos que a adaptação para a aplicação da Lei 9.099/95 (possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

transação) aos ritos especiais do <strong>Código</strong> <strong>de</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Penal</strong> <strong>de</strong>ve ser feita com cuidado, a fim <strong>de</strong> não se suprimir<br />

qualquer particularida<strong>de</strong> benéfica ao imputado. Assim, quando se cuidar <strong>de</strong> procedimento <strong>de</strong> falência (antes da<br />

aplicação da Lei 11.101/2005), segundo nos parece, pela peculiarida<strong>de</strong> do caso, segue-se o disposto nos arts. 503 a<br />

512, para, então, antes do recebimento da <strong>de</strong>núncia ou queixa, havendo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transação, se o crime<br />

comportar (como ocorre com o art. 190, Dec.-lei 7.661/45 – v. comentários 1-B e 1-C), promover-se a sua<br />

aplicação. Não sendo viabilizada a transação, recebida a <strong>de</strong>núncia ou queixa, segue-se o rito da Lei 9.099/95. Os<br />

<strong>de</strong>mais crimes, que não são <strong>de</strong> menor potencial ofensivo (arts. 186 a 189 do mesmo Decreto-lei – v. comentários<br />

1-B e 1-C) continuam com o procedimento especial inicial, seguido do ordinário. No caso <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionário público, <strong>de</strong>ve-se igualmente separar aqueles que são <strong>de</strong> menor potencial ofensivo<br />

(ex.: violação <strong>de</strong> sigilo funcional – art. 325; abandono <strong>de</strong> função – art. 323, ambos do CP) dos <strong>de</strong>mais, que são<br />

comuns (ex.: peculato – art. 312; corrupção passiva – art. 317, ambos do CP). No caso dos <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> menor<br />

potencial ofensivo, primeiramente colhe o juiz a <strong>de</strong>fesa preliminar, pois, se esta proce<strong>de</strong>r, nada se faz contra o<br />

funcionário. Mas, se for o caso <strong>de</strong> não aceitação, antes do recebimento da <strong>de</strong>núncia, busca-se a transação.<br />

Conseguida, encerra-se com a homologação e aguarda-se o cumprimento. Não atingida, segue-se o rito da Lei<br />

9.099/95, após o recebimento da <strong>de</strong>núncia ou queixa. No caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito comum, continua-se, após o procedimento<br />

especial dos arts. 513 a 517, com o rito comum do <strong>Código</strong> <strong>de</strong> <strong>Processo</strong> <strong>Penal</strong>. Em se tratando <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos contra a<br />

honra (calúnia, difamação e injúria – arts. 138, 139 e 140, excetuando a injúria discriminatória do art. 140, § 3.º,<br />

CP), cabe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transação, mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tentada a conciliação, prevista nos arts. 520 a 522 do CPP,<br />

pois esta é, sem dúvida, mais benéfica ao querelado. Não conseguida, busca-se a transação. Po<strong>de</strong>-se encerrar, caso<br />

haja sucesso, ou continuar, com o recebimento da queixa, seguindo-se o rito da Lei 9.099/95, adaptado à

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!