08.09.2021 Views

2019-Direito Civil 3 - Fla_vio Tartuce - 2019

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

anuência deve ser manifestada por meio de instrumento público; em se tratando de

bem móvel, o instrumento particular poderá ser utilizado.

Por derradeiro, pontue-se que a jurisprudência superior tem entendido que a

anulação da venda de ascendente para descendente somente é cabível se houver prova

do prejuízo pela parte que alega a anulabilidade (ver: STJ, REsp 476.557/PR, 3.ª

Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 22.03.2004; EREsp 661.858/PR, 2.ª Seção,

Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJe 19.12.2008; e REsp 752.149/AL, 4.ª Turma, Rel.

Min. Raul Araújo, 02.10.2010, citados em REsp 953.461/SC, 3.ª Turma, Rel. Min.

Sidnei Beneti, j. 14.06.2011, DJe 17.06.2011).

Mais recentemente, foi pronunciado naquela Corte Superior que “não é possível

ao magistrado reconhecer a procedência do pedido no âmbito de ação anulatória da

venda de ascendente a descendente com base apenas em presunção de prejuízo

decorrente do fato de o autor da ação anulatória ser absolutamente incapaz quando da

celebração do negócio por seus pais e irmão. Com efeito, tratando-se de negócio

jurídico anulável, para que seja decretada a sua invalidade é imprescindível que se

comprove, no caso concreto, a efetiva ocorrência de prejuízo, não se admitindo, na

hipótese em tela, que sua existência seja presumida” (STJ, REsp 1.211.531/MS, Rel.

Min. Luis Felipe Salomão, j. 05.02.2013). Os julgados citados seguem a linha de

conservar ao máximo o negócio jurídico, prestigiando a função social do contrato de

compra e venda. Por isso, os seus conteúdos têm o total apoio deste autor.

7.4.2

Da venda entre cônjuges (art. 499 do CC)

O art. 499 do CC/2002 possibilita a compra e venda entre cônjuges, desde que o

contrato seja compatível com o regime de bens por eles adotado. Em outras palavras,

somente é possível a venda de bens excluídos da comunhão, residindo no final do

dispositivo a restrição específica da compra e venda. Se um bem que já fizer parte da

comunhão for vendido, a venda é nula, por impossibilidade do objeto (art. 166, inc. II,

do CC).

A norma em questão não é totalmente restritiva, ao contrário da anteriormente

comentada. Portanto, o art. 499 pode ser aplicado por analogia à união estável, sendo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!