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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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ATITUDE 89 ATIVIDADE<br />

em que o objeto se impõe à consciência, e a A.<br />

ativa, voluntária ou controlada, em que o sujeito<br />

escolhe o objeto da sua atenção. A psicologia<br />

contemporânea consi<strong>de</strong>ra a A. como adaptação<br />

ativa a uma situação, como orientação<br />

seletiva em face dos objetos a serem percebidos<br />

(d., p. ex., D. O. HEBB, The Organization<br />

of Behaviour, 1949, p- 4). Com essa noção <strong>de</strong><br />

A., que se ajusta ao esquema geral predominante<br />

nas ciências antropológicas, segundo o<br />

qual toda ativida<strong>de</strong> do homem é a sua resposta<br />

a <strong>de</strong>terminado complexo <strong>de</strong> estímulos (situações<br />

ou problemas), a A. saiu do domínio da<br />

pura interiorida<strong>de</strong> e foi reconhecida como uma<br />

forma <strong>de</strong> comportamento (v.).<br />

ATITUDE (in. Altitu<strong>de</strong>, fr. Attitu<strong>de</strong>, ai. Einstellung;<br />

it. Atteggiamento). Termo amplamente<br />

empregado hoje em dia em <strong>filosofia</strong>, sociologia<br />

e psicologia para indicar, em geral, a orientação<br />

seletiva e ativa do homem em face <strong>de</strong> uma<br />

situação ou <strong>de</strong> um problema qualquer. Dewey<br />

consi<strong>de</strong>ra essa palavra um sinônimo <strong>de</strong> hábito<br />

(v.) e <strong>de</strong> disposição (v.); em particular, parecelhe<br />

que ela <strong>de</strong>signa "um caso especial <strong>de</strong> predisposição,<br />

a disposição que espera prorromper<br />

através <strong>de</strong> uma porta aberta" (Human Nature<br />

andConduct, 1922, p. 41). Lewis, analogamente,<br />

diz que na A. o que está presente é captado em<br />

seu significado prático e antecipatório, como<br />

um indício do que está além, no futuro (An<br />

Analysis of Knoivledge and Valuation, p. 438).<br />

Stevenson utilizou amplamente esse termo para<br />

fazer a distinção entre "significado <strong>de</strong>scritivo" e<br />

"significado emotivo" das palavras: ter-se-ia o<br />

primeiro quando a resposta ao estímulo é um<br />

conjunto <strong>de</strong> processos mentais cognoscitivos e<br />

o segundo, quando a resposta ao estímulo é<br />

um <strong>de</strong>terminado impulso para a ação. Stevenson<br />

chama <strong>de</strong> A. o impulso para a ação que, não se<br />

sabe por que, é qualificada <strong>de</strong> "emotiva", mas<br />

acha difícil <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>finir precisamente a A. e,<br />

por isso, assume-a no significado mais genérico<br />

<strong>de</strong> disposição para a ação (Ethics and Language,<br />

1950, p. 60). Uma <strong>de</strong>limitação não mais<br />

exata <strong>de</strong> significado, <strong>de</strong> resto concordante com<br />

os comentários acima citados, é dada por<br />

Richards, que consi<strong>de</strong>ra as atitu<strong>de</strong>s como "ativida<strong>de</strong>s<br />

imagisticas e incipientes, ou tendências<br />

para a ação" (Princ. ofLiterary Criticism,<br />

1924; 14 a . ed., 1955, p. 112).<br />

Por outro lado, essa palavra foi usada com o<br />

mesmo significado fundamental <strong>de</strong> disposição<br />

por Jaspers, em Psicologia das visões do mundo<br />

(1925). "As A. são disposições gerais, suscetí-<br />

veis, ao menos em parte, <strong>de</strong> pesquisa objetiva,<br />

assim como as formas transcen<strong>de</strong>ntais no<br />

sentido kantiano. São as direções do sujeito e<br />

utilizam <strong>de</strong>terminada re<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas transcen<strong>de</strong>ntais"<br />

(Psychologie, intr., § 4). Mais precisamente,<br />

a A. po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como o projeto<br />

<strong>de</strong> opções porvindouras em face <strong>de</strong> certo tipo<br />

<strong>de</strong> situação (ou problema), ou como um projeto<br />

<strong>de</strong> comportamento que permita efetuar opções<br />

<strong>de</strong> valor constante diante <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

situação. Nesse caso, dizer, p. ex., que "xtem<br />

uma A. contrária ao casamento" quer dizer que<br />

x projeta não se casar; por isso, em geral, a A.<br />

<strong>de</strong> x para S é um projeto <strong>de</strong> x referente ao<br />

comportamento que terá em face <strong>de</strong> situações<br />

em que Sé possível (cf. ABBAGNANO, Problemi<br />

di sociologia, 1959, cap. V).<br />

ATITUDE NATURAL (ai. Naturlicher Einstellung).<br />

Husserl chamou assim a A. que consiste<br />

em assumir como existente o mundo comum<br />

em que vivemos, formado <strong>de</strong> coisas, bens,<br />

valores, i<strong>de</strong>ais, pessoas, etc, tal como se oferece<br />

a nós. A <strong>filosofia</strong> fenomenológica preten<strong>de</strong><br />

sair <strong>de</strong>ssa A. por meio da dúvida radical, que<br />

consiste em suspen<strong>de</strong>r a A. natural, isto é, em<br />

obstar a qualquer juízo sobre a existência do<br />

mundo e <strong>de</strong> tudo o que está nele. Só essa nova<br />

A. seria o ponto <strong>de</strong> partida da pesquisa filosófica<br />

(J<strong>de</strong>en, I, § 27 ss.). (v. EPOCHÉ; SUSPENSÃO<br />

DO ASSENTIMENTO).<br />

ATIVIDADE (in. Activity, fr. Activité, ai.<br />

Tatigkeit ou Aktivitãt; it. Attivitã). Esse termo<br />

tem dois significados correspon<strong>de</strong>ntes aos dois<br />

significados da palavra ação. De um lado, é<br />

empregado para indicar um complexo mais ou<br />

menos homogêneo <strong>de</strong> ações voluntárias (com<br />

referência ao 2 Q significado da palavra ação),<br />

como quando se diz "x <strong>de</strong>senvolveu intensa A.<br />

política". De outro, é usado para indicar o modo<br />

<strong>de</strong> ser daquilo que age ou tem em seu po<strong>de</strong>r a<br />

ação, como quando se diz "O espírito é ativo<br />

no conhecer", para dizer que não é simplesmente<br />

receptivo ou passivo. O contrário <strong>de</strong> A.,<br />

nesse segundo sentido, é "passivida<strong>de</strong>", ao passo<br />

que o contrário <strong>de</strong> A. no primeiro sentido é<br />

"inércia" ou "inação".<br />

O uso filosófico coinci<strong>de</strong> com o uso da linguagem<br />

comum e, portanto, também é dúplice.<br />

Todavia, sobretudo no uso mo<strong>de</strong>rno, prevalece<br />

o segundo significado. Malebranche (Recherche<strong>de</strong>la<br />

vérité, II, 7), alguns i<strong>de</strong>ólogos franceses<br />

e Galluppi (Filosofia <strong>de</strong>lia volontà, I, 6, §<br />

60) utilizam o termo A. para <strong>de</strong>signar o modo<br />

<strong>de</strong> agir da vonta<strong>de</strong>; mas, ainda nesse caso, o

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