22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ABSTRATOR ACADEMIA<br />

nhecimento intuitivo aquele mediante o qual se<br />

conhece com evidência a realida<strong>de</strong> ou a irrealida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma coisa ou <strong>de</strong> algum outro atributo<br />

empírico da própria coisa; portanto, em geral,<br />

"toda noção simples <strong>de</strong> um termo ou <strong>de</strong> vários<br />

termos <strong>de</strong> uma coisa ou <strong>de</strong> várias coisas, em virtu<strong>de</strong><br />

da qual se possa conhecer alguma verda<strong>de</strong><br />

contingente especialmente em torno do objeto<br />

presente" (In Sent., Prol., q. 1, Z.). F. enten<strong>de</strong>u<br />

por conhecimento abstrativo o que prescin<strong>de</strong> da<br />

realida<strong>de</strong> ou da irrealida<strong>de</strong> do objeto e é uma<br />

espécie <strong>de</strong> imagem ou cópia do conhecimento<br />

intuitivo. Nada se po<strong>de</strong> conhecer abstrativamente,<br />

diz ele, que não tenha sido conhecido<br />

intuitivamente, senão até mesmo o cego <strong>de</strong> nascença<br />

po<strong>de</strong>ria conhecer as cores (Ibid, I, d. 3, q.<br />

2, K). Essa doutrina do conhecimento intuitivo é<br />

a primeira formulação da noção <strong>de</strong> experiência<br />

no sentido mo<strong>de</strong>rno do termo (V. EXPERIÊNCIA).<br />

ABSTRATOR. V. OPERADOR.<br />

ABSTRUSO (lat. Abstrusus [= escondido];<br />

in. Abstruse, fr. Abstrus; ai. Abstrus; it. Astruso).<br />

Termo pejorativo para qualificar qualquer noção<br />

insólita ou <strong>de</strong> difícil compreensão; ou,<br />

como diz Locke (Ensaio, II, 12, § 8), "distante<br />

dos sentidos e <strong>de</strong> toda operação do nosso espírito".<br />

Esse termo é aplicado sobretudo a noções<br />

abstratas, mas aplica-se igualmente a noções<br />

que se afastem, mais ou menos, do universo<br />

comum do discurso.<br />

ABSURDO (gr. cetOTiov, aôúvaxov; lat. Absurdum;<br />

in. Absurd; fr. Absur<strong>de</strong>, ai. Absurd; it.<br />

Assurdó). Em geral, aquilo que não encontra<br />

lugar no sistema <strong>de</strong> crenças a que se faz referência<br />

ou que se opõe a alguma <strong>de</strong>ssas crenças.<br />

Os homens — e, em especial, os filósofos<br />

— sempre usaram muito essa palavra para con<strong>de</strong>nar,<br />

<strong>de</strong>struir ou pelo menos afastar <strong>de</strong> si crenças<br />

(verda<strong>de</strong>iras ou falsas) ou mesmo fatos ou<br />

observações perturbadoras, incômodas ou, <strong>de</strong><br />

qualquer modo, estranhas ou opostas aos sistemas<br />

<strong>de</strong> crenças aceitos por eles. Portanto, não<br />

é <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r que até mesmo experiências<br />

ou doutrinas que <strong>de</strong>pois seriam reconhecidas<br />

como verda<strong>de</strong>iras tenham sido por muito ou<br />

pouco tempo <strong>de</strong>finidas como absurdas. P. ex.:<br />

os antigos reputavam A. a crença nos antípodas<br />

porque, não tendo a noção da relativida<strong>de</strong> das<br />

<strong>de</strong>terminações espaciais, acreditavam que nos<br />

antípodas os homens <strong>de</strong>veriam viver <strong>de</strong> cabeça<br />

para baixo. Nesse sentido, a palavra significa<br />

"irracional", isto é, contrário ou estranho àquilo<br />

em que se po<strong>de</strong> crer racionalmente, ou "inconveniente",<br />

"fora <strong>de</strong> lugar", etc.<br />

Em sentido mais restrito e preciso, essa palavra<br />

significa "impossível" (adynatori) porque<br />

contraditório. Nesse sentido, Aristóteles falava<br />

<strong>de</strong> raciocínio por A. ou <strong>de</strong> redução ao A.: seria<br />

um raciocínio que assume como hipótese a<br />

proposição contrária à condição que se quer<br />

<strong>de</strong>monstrar e faz ver que <strong>de</strong> tal hipótese <strong>de</strong>riva<br />

uma proposição contraditória à própria hipótese<br />

(An. pr, II, 11-14, 61 ss.). A <strong>de</strong>monstração<br />

por A., acrescenta Aristóteles (ibid., 14, 62 b<br />

27), distingue-se da <strong>de</strong>monstração ostensiva<br />

porque assume aquilo que, com a redução ao<br />

erro reconhecido, quer <strong>de</strong>struir; a <strong>de</strong>monstração<br />

ostensiva, ao contrário, parte <strong>de</strong> premissas<br />

já admitidas. Leibniz chamou <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração<br />

apagógica o raciocínio por A. e consi<strong>de</strong>rou-o<br />

útil ou pelo menos dificilmente eliminável, no<br />

domínio da matemática (Nouv. ess., IV, 8, § 2).<br />

Kant, que emprega o mesmo nome, justificou-o<br />

nas ciências, mas o excluiu da <strong>filosofia</strong>.<br />

Justificou-o nas ciências porque nestas é impossível<br />

o modus ponens <strong>de</strong> chegar à verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um conhecimento a partir da verda<strong>de</strong> das<br />

suas conseqüências: seria necessário, <strong>de</strong> fato,<br />

conhecer todas as conseqüências possíveis: o<br />

que é impossível. Mas, se <strong>de</strong> uma proposição<br />

po<strong>de</strong> ser extraída ainda que uma só conseqüência<br />

falsa, a proposição é falsa: por isso o<br />

modus tollens dos silogismos conclui ao mesmo<br />

tempo com rigor e com facilida<strong>de</strong>. Mas<br />

esse modo <strong>de</strong> raciocinar é isento <strong>de</strong> perigos só<br />

nas ciências em que não se po<strong>de</strong> trocar objetivo<br />

por subjetivo, isto é, nas ciências da natureza.<br />

Em <strong>filosofia</strong>, porém, essa troca é possível,<br />

isto é, po<strong>de</strong> acontecer que seja subjetivamente<br />

impossível o que não é objetivamente impossível.<br />

Portanto, o raciocínio apagógico não leva<br />

a conclusões legítimas (Crít. R. Pura, Disciplina<br />

da razão pura, IV).<br />

AB UMVERSALI AD PARTICULAREM. É<br />

uma das consequentiaeformates (v. CONSEQÜÊN-<br />

CIA) da Lógica escolástica: ab universali adpartícularem,<br />

sive ín<strong>de</strong>finitam sive singularem<br />

valet (tenef) consequentia; isto é: <strong>de</strong> "todo A é<br />

B" valem as conseqüências "alguns A são B",<br />

"A é B", "S (se S é um A) é B".<br />

ACADEMIA (gr. 'AKaôtíu.eia; lat. Aca<strong>de</strong>mia;<br />

in. Aca<strong>de</strong>my, fr. Académie, ai. Aka<strong>de</strong>mie,<br />

it. Acca<strong>de</strong>mia). Propriamente a escola fundada<br />

por Platão no ginásio que tomava o nome<br />

do herói Aca<strong>de</strong>mos e que <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong><br />

Platão foi dirigida por Espeusipo (347-339<br />

a.C), por Xenócrates (339-14 a. C.), por Polemon<br />

(314-270 a. C.) e por Cratete (270-68 a.C).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!