22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A PRIORI, A POSTERIORI 77 ÁRABE, FILOSOFIA<br />

conhecimento objetivo. A priori é a forma<br />

do conhecimento, assim como a postenori é o<br />

conteúdo. Em a priori fundam-se os conhecimentos<br />

da matemática e da física pura; mas o<br />

a priori por si mesmo não é conhecimento, mas<br />

a função que condiciona universalmente qualquer<br />

conhecimento, tanto sensível quanto intelectual.<br />

Os juízos sintéticos a priori são, com<br />

efeito, possíveis, em virtu<strong>de</strong> das formas apriori<br />

da sensibilida<strong>de</strong> e do intelecto. O a priori é,<br />

para Kant, o elemento formal, isto é, ao mesmo<br />

tempo o que condiciona e fundamenta todos<br />

os graus do conhecimento; e não só do conhecimento,<br />

já que também no domínio da vonta<strong>de</strong><br />

e do sentimento subsistem elementos apriori,<br />

como <strong>de</strong>monstram a Critica da Razão Prática<br />

e a Critica do Juízo. A noção kantiana <strong>de</strong> a<br />

priori foi adotada ou pressuposta por boa parte<br />

da <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna. O I<strong>de</strong>alismo romântico<br />

corrigiu-a no sentido <strong>de</strong> admitir que todo o<br />

saber é apriorístico, isto é, inteiramente produzido<br />

pela ativida<strong>de</strong> produtiva do Eu. Assim<br />

pensaram Fichte e Schelling. Hegel julgava que<br />

o pensamento é essencialmente a negação <strong>de</strong><br />

um existente imediato, logo, <strong>de</strong> tudo o que é a<br />

postenori ou se baseia na experiência. O apriori<br />

é, ao contrário, a reflexão e a mediação da<br />

imediação, isto é, a universalida<strong>de</strong>, o "estar o<br />

pensamento em si mesmo" (Ene, § 12). Mais<br />

freqüentemente, na <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna, o apriori<br />

conserva o significado kantiano. E a tal significado<br />

se vincula, apesar <strong>de</strong> todas as diferenças,<br />

a noção <strong>de</strong> apriori material <strong>de</strong> Husserl. Essa<br />

noção está ligada à das ontologias regionais,<br />

pois, segundo Husserl, "por conhecimentos sintéticos<br />

a priori <strong>de</strong>veriam ser entendidos os<br />

axiomas regionais, <strong>de</strong> tal modo que haveria<br />

tantas classes irredutíveis <strong>de</strong> conhecimentos sintéticos<br />

apriori, quantas são as regiões" (J<strong>de</strong>en,<br />

I, § 16). Ora, regiões do ser são, p. ex., os conceitos<br />

<strong>de</strong> objeto material, consciência, animalida<strong>de</strong>,<br />

socieda<strong>de</strong>, etc; e os axiomas relativos<br />

a cada uma <strong>de</strong> tais regiões implicam a<br />

referência ao seu conteúdo específico e são,<br />

por isso, materiais.<br />

3 a Na <strong>filosofia</strong> contemporânea, a existência<br />

<strong>de</strong> um apriorino sentido kantiano ou hegeliano<br />

é quase sempre negada. Diz, p. ex., Reichenbach:<br />

"Não existe nada <strong>de</strong> semelhante à auto-evidência<br />

sintética; as únicas fontes admissíveis do<br />

conhecimento são a percepção sensível e a autoevidência<br />

analítica das tautologias" ( The Theory<br />

of Probabílity, p. 372). Às vezes, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u-se<br />

uma "concepção pragmática" do apriori, pela<br />

qual ele consistiria sobretudo nos conceitos<br />

<strong>de</strong>finitórios e nas estipulações convencionais<br />

<strong>de</strong> que se vale a ciência (cf. C. I. LEWIS, "A<br />

Pragmatic Conception of the 'a priori'", em<br />

Readíngs in Phüosophical Analysis, 1949, pp.<br />

286 ss.). Mas, o mais das vezes, por apriori<br />

enten<strong>de</strong>-se simplesmente o enunciado tautológico<br />

ou analítico e por a postenori a verda<strong>de</strong><br />

empírica (v. ANAUTICIDADE).<br />

APROPTOSIA (gr. à7ipO7iTCi>oía). Segundo<br />

os estóicos, a liberda<strong>de</strong> em relação à precipitação,<br />

isto é, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ter o assentimento<br />

ou <strong>de</strong> negá-lo (DiÓG. L. VII, 1, 46).<br />

APROSPTOSIA (gr. cmpocmTCúOÍa). A liberda<strong>de</strong><br />

do erro (cf. ALESSANDRO DE AFRODISIA, De<br />

an., 150, 35).<br />

APTIDÃO (in. Aptitu<strong>de</strong>; fr. Aptitu<strong>de</strong>; ai.<br />

Eignung; it. Attitudinê). Esse termo indica a<br />

presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados caracteres que, em<br />

seu conjunto, tornam o indivíduo capaz <strong>de</strong> realizar<br />

<strong>de</strong>terminada tarefa. Na <strong>de</strong>terminação das<br />

A. baseia-se a orientação profissional, isto é, a<br />

seleção e a preparação do indivíduo para este<br />

ou aquele trabalho, em conformida<strong>de</strong> com as<br />

suas habilida<strong>de</strong>s.<br />

AQUILES (gr. 'A%iAÀ,eúç; lat. Achilles; in.<br />

Achilles; fr. Achillee, ai. Achilleus; it. Achille).<br />

Com esse nome indicava-se o segundo dos<br />

quatro argumentos <strong>de</strong> Zenão <strong>de</strong> Eléia contra o<br />

movimento. Aristóteles exprimiu-o assim: "O<br />

mais lento na corrida nunca será alcançado pelo<br />

mais veloz, pois aquele que persegue <strong>de</strong>verá<br />

começar por alcançar o ponto <strong>de</strong> que o fugitivo<br />

partiu, <strong>de</strong> tal modo que o mais lento sempre<br />

terá vantagem" (Ms., VI, 9, 239 b 14). O<br />

pressuposto <strong>de</strong>ste, como dos outros argumentos,<br />

é a infinita divisibilida<strong>de</strong> do espaço. V.<br />

DICOTOMIA, FLECHA, ESTÁDIO.<br />

ÁRABE, FILOSOFIA (in. Arabicphilosophy,<br />

fr. Philosophie árabe, ai. Arabische Philosophie;<br />

it. Filosofia araba). Por esse nome enten<strong>de</strong>-se<br />

a <strong>filosofia</strong> dos árabes do séc. VIII ao XII, que<br />

tem seus representantes principais em Al Kindi<br />

(séc. IX), Alfarabi (séc. IX), Avicena (séc. XI),<br />

Al Gazali (séc. XI), Averróis (séc. XII). Assim<br />

como a <strong>filosofia</strong> do mundo cristão na mesma<br />

época, a <strong>filosofia</strong> árabe é uma Escolãstíca (v.),<br />

isto é, a utilização da <strong>filosofia</strong> grega, em especial<br />

a aristotélica, com o fim <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r ou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar as verda<strong>de</strong>s religiosas do Corâo. A<br />

<strong>filosofia</strong> grega tornou-se conhecida entre os<br />

árabes a partir do califado <strong>de</strong> Haroun-el-Raschid,<br />

durante o qual começaram a ser traduzidas para<br />

o árabe as obras <strong>de</strong> Aristóteles e <strong>de</strong> outros auto-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!