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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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RETRODUÇÃO 858 REVOLUÇÃO<br />

primitiva da religiosida<strong>de</strong> cristã, a Bíblia; por<br />

outro lado, a Contra-Reforma preten<strong>de</strong>u reconduzir<br />

a Igreja à força expansionista que ela<br />

possuía em suas origens. Outra forma do mesmo<br />

princípio é a do R. ã natureza, consi<strong>de</strong>rada<br />

na maioria das vezes como princípio ou origem<br />

dos seres. Nesta forma, o R. aos princípios<br />

é uma exigência freqüente no pensamento dos<br />

séc. XVII e XVIII.<br />

3. Eterno R. (v. CICLO DO MUNDO).<br />

RETRODUÇÃO (in. Retroduction). Termo<br />

introduzido por Peirce para indicar o primeiro<br />

estágio da investigação, que, assim como a<br />

indução, parte do conseqüente para o antece<strong>de</strong>nte,<br />

mas é realizado <strong>de</strong> forma espontânea,<br />

ou seja, sem método rigoroso ("Reality of God".<br />

em Values in a Uniivrse of Chance, pp. 368 ss.)<br />

(V. ABDrçÀo).<br />

RETROSPECÇÃO (in. Retrospection; fr. Retrospection;<br />

it. Retrospezione). Bergson <strong>de</strong>signou<br />

com esse termo a tendência a "relegar as<br />

realida<strong>de</strong>s atuais para o passado, para um estado<br />

<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> ou virtualidacle" (Lapensée<br />

et le mouvant, 3 3 ecl., 1934, p. 26).<br />

REVELAÇÃO (in. Revelation; fr. Révélation:<br />

ai. Offenbarnng; it. Rivelazione). Manifestação<br />

da verda<strong>de</strong> ou da realida<strong>de</strong> suprema aos homens.<br />

A R. foi entendida <strong>de</strong> duas maneiras: Ycomo<br />

R. histórica; 2 a como R. natural.<br />

1- É histórica a R. que toda religião positiva<br />

adota como fundamento. Consiste na iluminação<br />

com que foram agraciados alguns<br />

membros da comunida<strong>de</strong>, cuja tarefa teria<br />

sido encaminhar a comunida<strong>de</strong> para a salvação.<br />

Neste sentido, a R. é um fato histórico,<br />

ao qual se atribui a origem cia tradição religiosa.<br />

2 a A R. natural é a manifestação <strong>de</strong> Deus na<br />

natureza e no homem. Às vezes essa forma <strong>de</strong><br />

R. é admitida ao lado da outra, outras vezes é<br />

negada ou subordinada à outras. Só o conceito<br />

<strong>de</strong> R. natural tem valor filosófico, sendo o<br />

outro especificamente religioso. Contudo a <strong>filosofia</strong><br />

hauriu o conceito <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> natural e<br />

humana como manifestação <strong>de</strong> um princípio<br />

sobrenatural ou divino da própria religião, sendo<br />

esse conceito típico das <strong>filosofia</strong>s que têm<br />

caráter ou finalida<strong>de</strong> religiosa. Na Antigüida<strong>de</strong>,<br />

esse conceito pertenceu aos neoplatônicos,<br />

para quem o mundo, como produto da emanação<br />

divina, revela, pelo menos parcial ou imperfeitamente,<br />

a natureza divina que o produz.<br />

Desse ponto <strong>de</strong> vista, Scotus Erigena chamava<br />

<strong>de</strong> teofania(w) o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida cie Deus<br />

ao homem e <strong>de</strong> subida do homem a Deus;<br />

também chamava <strong>de</strong> teofanía toda a obra da<br />

criação, porquanto ela manifesta a substância<br />

divina que se torna sensível nela e através <strong>de</strong>la<br />

(pe divis. nat., I, 10; V, 23). Este conceito reapareceu<br />

com freqüência na história da <strong>filosofia</strong>,<br />

mas a maior recorrência se <strong>de</strong>u na <strong>filosofia</strong> do<br />

romantismo (v.). Fichte, p. ex., dizia: "O saber<br />

é a existência, a manifestação, a perfeita imagem<br />

da força divina" (Grundzüge <strong>de</strong>r gegen-<br />

Wãrtigen Zeitalters, 1806, IX). liste pensamento<br />

domina também as <strong>filosofia</strong>s <strong>de</strong> Scheling e cie<br />

Hegel. No entanto, cumpre observar que nelas<br />

a R. não é apenas manifestação: é também —<br />

cc>mo dizia Fichte — existência (isto é, realização)<br />

<strong>de</strong> Deus. É essa a característica específica<br />

assumida pelo conceito <strong>de</strong> R. no romantismo e<br />

conservada <strong>de</strong> maneira mais ou menos <strong>de</strong>cisiva<br />

nas <strong>filosofia</strong>s da R. que constituem a segunda<br />

fase do romantismo e têm como lema a <strong>de</strong>fesa<br />

da tradição. As <strong>filosofia</strong>s <strong>de</strong> Maine <strong>de</strong> Biran,<br />

Rosmini, Ciioberti, Mazzini partem todas do<br />

princípio <strong>de</strong> que a consciência é a revelação <strong>de</strong><br />

Deus. A propósito, Maine <strong>de</strong> Biran nada mais<br />

fazia que exprimir uma convicção bastante<br />

difundida ao afirmar que a R. não é apenas<br />

externa (tradição oral ou escrita), mas é também<br />

interna ou da consciência, visto que ambas<br />

proce<strong>de</strong>m diretamente <strong>de</strong> Deus «Hiivres, ecl.<br />

Naville, III, p. 96).<br />

O conceito <strong>de</strong> R. foi adotado como fundamento<br />

da <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger, mas sem o<br />

tom religioso do séc. XIX. A R. do ser, segundo<br />

Hei<strong>de</strong>gger, nunca é perfeita e exaustiva porque<br />

o ser se escon<strong>de</strong> ao mesmo tempo em que<br />

se revela: "O ser subtrai-se a si mesmo enquanto<br />

se revela no ente. Assim, o ser, iluminando<br />

o ente, ao mesmo tempo o <strong>de</strong>svia e o encaminha<br />

para o erro" (Ilolzwege, p. 310). Segundo<br />

Hei<strong>de</strong>gger, a R. do ser ocorre através da linguagem,<br />

que não é instrumento humano, mas o<br />

próprio ser em stia R. (Brief tiber <strong>de</strong>u Hunianisnnis,<br />

p. 81). Por outro lado, a concepção<br />

da linguagem como R. hoje nào pertence apenas<br />

a Hei<strong>de</strong>gger (v. LI\GI:AÜF.M), O que é mais<br />

urna prova da persistência em <strong>filosofia</strong> do conceito<br />

teológico <strong>de</strong> revelação.<br />

REVERSÍVEL (in. Reversible, fr. Reversible.<br />

ai. Umkebrbar, it. Reversibile). São qualificados<br />

com este termo os processos que não têm sentido<br />

<strong>de</strong>finido (V. IRREVKRSÍVEL).<br />

REVOLUÇÃOün. Revolution, fr. Révolutioit. ai.<br />

Revolution; it. Rivolnzione). Violenta e rápida<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> um regime político, ou mudança

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