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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PSICOLOGIA 810 PSICOLOGIA<br />

I a A P. tem por objeto os "fenômenos internos"<br />

ou "fatos da consciência", e seu principal<br />

instrumento <strong>de</strong> indagação é a introspecção ou<br />

reflexão. Graças a esse aspecto, a corrente<br />

em exame foi muitas vezes chamada <strong>de</strong> P. subjetiva<br />

ou reflexiva, ou — mais raramente —<br />

"crítica".<br />

2 a Os fatos <strong>de</strong> consciência ou fenômenos<br />

internos são estudados pela P. em sua conexão<br />

funcional com os fenômenos externos (fisiológicos<br />

ou físicos). Graças a esse aspecto, que é<br />

o mais característico da fase em questão, tal<br />

P. foi chamada <strong>de</strong> psicofísica ou também/ziiofógica<br />

(por Wundt). Com este aspecto tem relação<br />

a hipótese que sustentou nesta fase o<br />

trabalho experimental da P.: o paralelismopsicqfisico<br />

(v.).<br />

3 a Tendência a resolver o fato <strong>de</strong> consciência<br />

por elementos últimos (sensações, emoções<br />

elementares, reflexos ou instintos elementares)<br />

e explicar os fenômenos mais complexos com<br />

a combinação <strong>de</strong> tais elementos (atomismo,<br />

associacionismo).<br />

4 S O caráter científico da P. é constituído<br />

pelo recurso aos procedimentos <strong>de</strong> indução,<br />

<strong>de</strong> experimentação e <strong>de</strong> cálculo matemático,<br />

que estabelece o caráter <strong>de</strong>scritivo reivindicado<br />

pela P., analogamente ao que fazem as outras<br />

disciplinas empíricas.<br />

c) A P. da forma ou gestaltismo concentra<br />

seus ataques no 3 B princípio fundamental da P.<br />

psicofísica, o atomismo e o associacionismo.<br />

Consiste em assumir como ponto <strong>de</strong> partida o<br />

princípio simetricamente oposto ao da P. associativa:<br />

o fato fundamental da consciência não<br />

é o elemento, mas a forma total, visto que esta<br />

nunca é redutível à soma ou à combinação <strong>de</strong><br />

elementos. Seus fundadores foram Weltheimer,<br />

Kõhler e Koffka; mesmo mantendo inalterado<br />

o 2 a princípio fundamental da psicofísica, <strong>de</strong>ixou<br />

<strong>de</strong> falar em fatos e fenômenos <strong>de</strong> consciência<br />

para consi<strong>de</strong>rar formas, configurações<br />

ou campos, em sua estrutura total. O<br />

gestaltismo tratou principalmente da percepção,<br />

a respeito da qual acumulou um número<br />

enorme <strong>de</strong> traballlos experimentais (v. PER-<br />

CEPÇÃO, 3, a).<br />

d) AV. objetiva ou behaviorismo concentra<br />

seus ataques no 1 Q princípio fundamental da P.<br />

psicofísica, negando que o instrumento fundamental<br />

da P. seja a introspecção ou a reflexão<br />

e que os fatos <strong>de</strong> consciência ou fenômenos<br />

internos sejam objeto <strong>de</strong>ssa ciência; afirma<br />

que, ao contrário, os objetos da P. são as rea-<br />

ções dos organismos aos estímulos, enten<strong>de</strong>ndo-se<br />

por reações movimentos ou fenômenos<br />

objetivamente observáveis, relacionados com<br />

os eventos do ambiente, que funcionam como<br />

estímulos. Em 1907, o fisiologista russo Bechterev<br />

publicava uma P. objetiva (<strong>de</strong>pois traduzida<br />

para inglês e francês), que <strong>de</strong>fendia<br />

justamente essa tese, mais tar<strong>de</strong> difundida e<br />

<strong>de</strong>fendida pelos estudos <strong>de</strong> Pavlov sobre os<br />

reflexos condicionados (v. AçÂo REFLEXA). Portanto,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que aí tem início o behaviorismo.<br />

Esse nome, porém, só lhe foi atribuído<br />

alguns anos mais tar<strong>de</strong>, pelo americano J.<br />

B. Watson, em um artigo <strong>de</strong> 1913 e <strong>de</strong>pois<br />

num livro intitulado Comportamento, introdução<br />

à P. comparativa {Behavior, An Introduction<br />

to Comparative Psychology, 1914).<br />

Nessa primeira fase, o behaviorismo assumia<br />

caráter <strong>de</strong> necessitarismo rigoroso; a reação do<br />

animal era consi<strong>de</strong>rada efeito causai necessário<br />

do estímulo, por isso infalivelmente previsível<br />

a partir <strong>de</strong>le. O abandono <strong>de</strong>sse necessitarismo<br />

e o reconhecimento do caráter simplesmente<br />

estatístico ou probabilístico das constantes verificáveis<br />

nas reações <strong>de</strong> resposta dos organismos<br />

aos estímulos constitui a fase mais mo<strong>de</strong>rna<br />

do behaviorismo (v. BEHAVIORISMO).<br />

é) As <strong>de</strong>nominadas P. abissaisou P. do profundo<br />

concentram seus ataques no 4 a princípio<br />

fundamental da P. científica clássica, consi<strong>de</strong>rando<br />

a P. como ciência <strong>de</strong> interpretação, e<br />

não <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição. Com efeito, para a psicanálise,<br />

que é a maior e a mais coerente expressão<br />

das P. abissais, o ponto <strong>de</strong> partida da interpretação<br />

não está nos fatos, como faz a <strong>de</strong>scrição,<br />

mas nos sintomas, e a noção <strong>de</strong> sintoma é fundamental<br />

em psicanálise (v. INCONSCIENTE). Na<br />

interpretação dos sintomas a psicanálise segue<br />

uma única regra básica: reduzir o sintoma a<br />

símbolo ou expressão <strong>de</strong>formada <strong>de</strong> uma<br />

necessida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> um conflito <strong>de</strong> natureza<br />

vagamente sexual, atinente à libido (v. LIBI-<br />

DO; PSICANÁLISE; SEXUALIDADE). São variantes<br />

da psicanálise a <strong>de</strong>nominada P. individual <strong>de</strong><br />

Alfred Adler, que insiste particularmente no caráter<br />

finalista dos problemas psíquicos (Pmxis<br />

und Theorie <strong>de</strong>r Indívídualpsychologíe, 1924),<br />

e a P. analítica <strong>de</strong> C. G. Jung, que na realida<strong>de</strong><br />

é muito pouco analítica (no sentido próprio do<br />

termo), pois não faz senão atribuir caráter<br />

simbólico a muitos sintomas que para Freud<br />

tinham significado direto (Coll. Pap. onAnalyticalPsychology,<br />

1916). (V. INCONSCIENTE; PRO-<br />

FUNDO.)

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