22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ANTI HISTORICISMO 63 ANTINOMIAS<br />

também da nossa época (se tivesse consciência<br />

das suas forças e quisesse experimentar e compreen<strong>de</strong>r)<br />

seria justo esperar maiores coisas<br />

que dos tempos A., sendo esta para o mundo<br />

a maiorida<strong>de</strong>, ajudada e enriquecida por infinitos<br />

experimentos e observações" (Nov. Org., I,<br />

84). Esse conceito, repetido porFontenelle, constituiu<br />

o primeiro núcleo da noção <strong>de</strong> progresso<br />

(v.). (Sobre a disputa dos A. e dos mo<strong>de</strong>rnos,cf.<br />

RIGAULT, Histoire <strong>de</strong> Ia querelle <strong>de</strong>s anciens e<br />

<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>mes, 1856; J. B. BURY, The I<strong>de</strong>ei of<br />

Progress, 1932, cap. IV).<br />

ANTI-HISTORICISMO (in. Antihistoricism-,<br />

fr. Antihistoricisme, ai. Antihistorismus; it. Antistoricismo).<br />

Termo empregado principalmente<br />

por Croce para <strong>de</strong>signar o Iluminismo, que,<br />

como "racionalismo abstrato", teria consi<strong>de</strong>rado<br />

"a realida<strong>de</strong> dividida em supra-história e<br />

história, num mundo <strong>de</strong> idéias ou <strong>de</strong> valores e<br />

num mundo inferior que as reflete ou as refletiu<br />

até agora <strong>de</strong> modo fugidio e imperfeito e<br />

ao qual convirá uma vez por todas impô-los,<br />

fazendo suce<strong>de</strong>r à história imperfeita, ou à história<br />

pura e simples, uma realida<strong>de</strong> racional<br />

perfeita" (Lastoria, p. 51). Desse ponto <strong>de</strong> vista,<br />

são "anti-históricas" todas as doutrinas que<br />

distinguem o que é do que <strong>de</strong>ve ser, isto é,<br />

que não admitem a i<strong>de</strong>ntificação hegeliana entre<br />

realida<strong>de</strong> e racionalida<strong>de</strong>. — Na verda<strong>de</strong>, o<br />

Iluminismo não é "anti-historicismo", mas "antitradicíonalísmo",<br />

pois constituiu a primeira e<br />

mais radical con<strong>de</strong>nação da tradição como<br />

portadora e garantia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> (v. ILUMINISMO;<br />

TRADIÇÃO).<br />

ANTILOGIA ( gr. ávnÀOYÍa; in. Anttiogy, fr.<br />

Antilogie, ai. Antilogie, it. Antilogia). Contradição<br />

(v.). Às vezes esse termo eqüivale a discussão,<br />

ou à arte da discussão porque esta consiste<br />

em contrapor um argumento a outro<br />

argumento. Antilôgícos foi o título <strong>de</strong> uma obra<br />

<strong>de</strong> Protágoras (DrÓG. L, III, 37).<br />

ANTILOGISMO (in. Antilogism; fr. Antilogisme,<br />

ai. Antilogismus; it. Antilogismo). Thermo<br />

cunhado com palavras gregas (àvxí "anti,<br />

contra" e /IÓ70Ç, "razão"), introduzido para indicar<br />

atitu<strong>de</strong>s filosóficas <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong> à razão<br />

discursiva. G. P.<br />

ANTIMETAFÍSICO (in. Antimetaphisic; fr.<br />

Antimétaphysique, ai. Antimetaphysik, it. Antimetafísico).<br />

Termo usado pelos mo<strong>de</strong>rnos para<br />

indicar uma atitu<strong>de</strong> ou uma orientação <strong>de</strong> pensamento<br />

contrária às afirmações da metafísica<br />

clássica e que se recusa a admitir a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma averiguação que ultrapasse os limites da<br />

experiência ou que, <strong>de</strong> algum modo, <strong>de</strong>semboque<br />

em afirmações não verificáveis em termos<br />

<strong>de</strong> experiência (v. METAFÍSICA). Mais especificamente,<br />

a crítica antimetafísica dirige-se (a<br />

exemplo <strong>de</strong> Hume) contra os dois conceitos<br />

fundamentais, substância e causa, ou então<br />

contra interpretações que possibilitem sua aplicação<br />

a objetos que transcendam os limites da<br />

experiência.<br />

ANTINOMIAS (in. Antinomies; fr. Antinomies-,<br />

ai. Antinomien; it. Antinomie). Com esse<br />

termo ou com o termo paradoxos são chamadas<br />

as contradições propiciadas pelo uso da<br />

noção absoluta <strong>de</strong> todos em matemática e em<br />

lógica. Nesse sentido, as A. não eram <strong>de</strong>sconhecidas<br />

na Antigüida<strong>de</strong>, porque fizeram parte<br />

dos raciocínios insolúveis ou conversíveis <strong>de</strong><br />

que se compraziam megáricos e estóicos e que<br />

às vezes também foram chamados <strong>de</strong> dilemas<br />

(v. DILEMA). Tais raciocínios são tratados na<br />

Escolástica tardia, nas coleções <strong>de</strong> Insolubilia<br />

ou <strong>de</strong> Obrigatória; o mais famoso é o do mentiroso,<br />

que Cícero já recordava: "Se dizes que<br />

mentes, ou estás dizendo a verda<strong>de</strong> e então<br />

estás mentindo, ou estás dizendo mentira e então<br />

dizes a verda<strong>de</strong>" (Acad., IV, 29, 96). Esse<br />

paradoxo era discutido no séc. XIV por Ockham<br />

(Summa log., III, III, 38). Na lógica contemporânea,<br />

a primeira contradição <strong>de</strong>sse gênero foi<br />

evi<strong>de</strong>nciada por Burali Forti em 1897 e se referia<br />

à série dos números ordinais: se a série <strong>de</strong><br />

todos os números ordinais tem um número<br />

ordinal, que seja p. ex. ü), o) também será um<br />

número ordinal, <strong>de</strong> tal modo que a série <strong>de</strong><br />

todos os números ordinais terá o número tt> + 1,<br />

maior do que co, e co não será o número ordinal<br />

<strong>de</strong> todos os ordinais ("Uma questão sobre os números<br />

transfinitos", em Rend <strong>de</strong>i Circolo Matemático<br />

di Palermo, 1897). Mas o mais famoso<br />

paradoxo, o que chamou mais a atenção, foi o<br />

<strong>de</strong> Russell, referente à classe <strong>de</strong> todas as classes<br />

que não são membros <strong>de</strong> si mesmas. Há<br />

classes que não são membros <strong>de</strong> si mesmas, como<br />

p. ex. a classe dos homens: esta, não sendo<br />

homem, não é membro <strong>de</strong> si mesma. Há, porém,<br />

classes que são membros <strong>de</strong> si mesmas,<br />

como a "classe dos conceitos", que é também<br />

um conceito. Ora, a classe <strong>de</strong> todas as classes<br />

que não são membros <strong>de</strong> si mesmas é ou não<br />

é membro <strong>de</strong> si mesma? Se é, contém um membro<br />

que é membro <strong>de</strong> si mesmo e, portanto,<br />

não é mais a classe <strong>de</strong> todas as classes que não<br />

contêm a si mesmas como membro. Se não,<br />

será uma das classes que não contêm a si mes-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!