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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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COMPLEMENTARIDADE 156 COMPOSSIVEL<br />

Cf. W. V. O. QUINE, Methods of Logic, 1950; J.<br />

LADRIÈRE, Les limitations internes <strong>de</strong>s formalismes,<br />

1957; E. NAGEL—J. R. NEWMANN, Gó<strong>de</strong>Vs<br />

Proof, 1958 (v. MATEMÁTICA, PROVA).<br />

COMPLEMENTARIDADE (in. Complementarity,<br />

fr. Complémentarité, ai. Komplementarheit;<br />

it. Complementaritã). Com expressão extraída<br />

da geometria (chamam-se complementares dois<br />

ângulos cuja soma é igual a um ângulo reto)<br />

<strong>de</strong>nominam-se complementares dois conceitos<br />

opostos que se corrigem reciprocamente e<br />

se integram na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um fenômeno. Assim,<br />

p. ex., chamam-se complementares os<br />

conceitos <strong>de</strong> onda e <strong>de</strong> corpúsculo para a <strong>de</strong>scrição<br />

dos fenômenos ópticos na mo<strong>de</strong>rna<br />

mecânica quântica. O princípio <strong>de</strong> C. formulado<br />

por Bohr exprime a incompatibilida<strong>de</strong> da<br />

mecânica quântica com a concepção clássica<br />

da causalida<strong>de</strong> (v.). Exprime-se assim: "Uma<br />

<strong>de</strong>scrição espãcio-temporal rigorosa e uma seqüência<br />

causai rigorosa <strong>de</strong> processos individuais<br />

não po<strong>de</strong>m ser realizadas simultaneamente;<br />

ou uma ou outra <strong>de</strong>ve ser sacrificada"<br />

(D'ABRO, New Physics, p. 951).<br />

COMPLEXO (gr. a-uu.7te7tAf7u.evov; lat. Complexum;<br />

in. Complex, fr. Complexe, ai. Komplex,<br />

it. Complesso). Os estóicos, que introduziram<br />

esse termo, enten<strong>de</strong>ram por ele as proposições<br />

compostas, isto é, constituídas ou por uma<br />

só proposição tomada duas vezes (p. ex.: "se é<br />

dia, é dia"), ou por proposições diferentes unidas<br />

por um ou mais conectivos (p. ex.: "É dia e<br />

há luz", "Se há dia, há luz", etc.) (SEXTO EMPÍRICO,<br />

Adv. math., VIII, 93; DIÓG. L, VII, 72). Na lógica<br />

medieval, esse termo era generalizado e enten<strong>de</strong>u-se<br />

com ele ou um termo composto por<br />

palavras diferentes, como "homem branco",<br />

"animal racional", etc, ou a proposição simples<br />

composta do nome e do verbo (p. ex., "o homem<br />

corre", etc). Nesse caso, o oposto <strong>de</strong> complexo,<br />

indicado pelo termo incomplexum (isto<br />

é, "simples") é o termo isolado ou qualquer termo<br />

da proposição, mesmo se composto por<br />

dois ou mais termos (como, p. ex., o sujeito<br />

"homem branco" na proposição "o homem<br />

branco corre") (OCKHAM, Expositio super artem<br />

veterem, foi. 40 b). Essas noções repetem-se<br />

com poucas diferenças em Vicente <strong>de</strong> Beauvais<br />

(Speculum doctrinale, 4) e em Armando <strong>de</strong><br />

Beauvoir (De <strong>de</strong>claratíone difficilíum terminorum,<br />

I, 1). Cf. TOMÁS, S. Th., II, 2, q, 1, a. 2.<br />

COMPLICAÇÃO, EXPLICAÇÃO (lat Complicatió,<br />

Explicatió). Termos empregados por<br />

Nicolau <strong>de</strong> Cusa para indicar a relação entre<br />

o ser e as suas manifestações, na medida em<br />

que estas estão contidas no ser e o ser se <strong>de</strong>sdobra<br />

ou se manifesta nelas. Nicolau <strong>de</strong> Cusa<br />

diz que a unida<strong>de</strong> infinita é "a reunião (complicatió)<br />

<strong>de</strong> todas as coisas", que o movimento é<br />

"o <strong>de</strong>sdobramento (explicatió) do repouso" e<br />

que Deus "é a reunião (complicatió) e o <strong>de</strong>sdobramento<br />

(explicatió) <strong>de</strong> todas as coisas; por<br />

ser reunião (complicatió) <strong>de</strong>las, todas as coisas<br />

estão nele ao passo que, por ser o <strong>de</strong>sdobramento<br />

(explicatió), ele é em todas as coisas o<br />

que elas são" (De docta ignor, II, 3).<br />

COMPORTAMENTO (in. Bebavior; fr.<br />

Comportement; ai. Verhaltern; it. Comportamento).<br />

Toda resposta <strong>de</strong> um organismo vivo a<br />

estímulos, que seja: l e objetivamente observável<br />

por um meio qualquer; 2° uniforme. O termo<br />

C. foi introduzido por Watson por volta <strong>de</strong><br />

1914 e hoje é <strong>de</strong> uso corrente no significado<br />

ora exposto. Inicialmente, serviu para dar ênfase<br />

à exigência <strong>de</strong> que a psicologia e, em geral,<br />

qualquer consi<strong>de</strong>ração científica das ativida<strong>de</strong>s<br />

humanas ou animais assumissem como objeto<br />

elementos observáveis objetivamente, isto é,<br />

não acessíveis somente à "intuição interna" ou<br />

à "consciência". Atualmente; esse termo é <strong>de</strong><br />

uso geral. Deve ser distinguido: 1 Q <strong>de</strong> ação,<br />

porque, ao contrário <strong>de</strong>sta, o C: a) não é uma<br />

manifestação <strong>de</strong> um princípio particular, p. ex.,<br />

da vonta<strong>de</strong> ou da ativida<strong>de</strong> prática, mas <strong>de</strong><br />

todo o organismo animal; b~) é constituído unicamente<br />

por elementos observáveis e passíveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição em termos objetivos; c) é<br />

uniforme, isto é, constitui a reação habitual e<br />

constante do organismo a uma situação <strong>de</strong>terminada;<br />

2 a <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, que é o C. especificamente<br />

humano e inclui, portanto, elementos<br />

antecipatórios e normativos (projeto, previsão,<br />

escolha etc); 3 Q <strong>de</strong> conduta, à qual po<strong>de</strong> faltar<br />

o caráter <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong>.<br />

COMPOSIÇÃO (in. Composition; fr. Composüion,<br />

ai. Komposition; it. Composizione).<br />

Para os lógicos medievais (p. ex., PEDRO HIS-<br />

PANO, Summ. log., 7.25), compositio <strong>de</strong>signa o<br />

paralogismo ou falácia (v.) <strong>de</strong>rivada do uso<br />

sintático que torne a frase ambígua. É, pois,<br />

uma espécie <strong>de</strong> anfibolia (v.). G. P.<br />

COMPOSSÍVEL (fr. Compossible, ai. Kompossibel;<br />

it. Compossibile). Leibniz <strong>de</strong>signou<br />

com esse termo o possível que se coaduna<br />

com as condições <strong>de</strong> existência do universo<br />

real, isto é, a possibilida<strong>de</strong> real. O possível é o<br />

que é concebível enquanto <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> contradição;<br />

o C. é o que po<strong>de</strong> ser real. "É ver-

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