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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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EXEMPLO 398 EXISTÊNCIA<br />

geral, a referência <strong>de</strong> um objeto qualquer a um<br />

conceito (significado, essência, classe, etc).<br />

EXEMPLO (in. Example, fr. Exemple, ai<br />

Beispiel; it. Esempió). Em Aristóteles, o Tiocpá-<br />

Seryjia é uma indução aparente ou retórica, que<br />

parte <strong>de</strong> um enunciado particular e passa por<br />

um enunciado geral em que a primeira premissa<br />

é generalizada. Na Lógica medieval, por simetria<br />

com o entimema (v.), "E." foi usado para <strong>de</strong>signar<br />

uma generalização indutiva que parte<br />

do particular e termina no particular, omitindo<br />

a premissa universal.<br />

EXISTÊNCIA (gr. TÒ vnàp%£iv; lat. Existentia;<br />

in. Existence-, fr. Existence, ai. Existenz; it.<br />

Esistenzd). Em geral, qualquer <strong>de</strong>limitação ou<br />

<strong>de</strong>finição do ser, ou seja, um modo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong><br />

algum modo <strong>de</strong>limitado e <strong>de</strong>finido. Este, que é<br />

o significado mais geral, também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />

um dos significados particulares do<br />

termo, do qual é possível, então, enunciar três<br />

significados: 1 Q o modo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado ou<br />

<strong>de</strong>terminável; 2 S o modo <strong>de</strong> ser real ou <strong>de</strong> fato;<br />

3 9 o modo <strong>de</strong> ser próprio do homem.<br />

1 Q Como modo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado ou <strong>de</strong>finido<br />

<strong>de</strong> certo modo, esse termo costuma ser<br />

usado na linguagem comum e nas diversas linguagens<br />

científicas. Fala-se, com efeito, da E.<br />

<strong>de</strong> entes matemáticos e há, em matemática,<br />

um "teorema <strong>de</strong> E.". Analogamente, fala-se <strong>de</strong><br />

E. "lógica" ou "conceituai" ou ainda <strong>de</strong> E. "fantástica",<br />

do mesmo modo que os escolásticos<br />

falavam da E. "no intelecto" ou da E. "na realida<strong>de</strong>";<br />

fala-se também <strong>de</strong> E. "em si" (da substância)<br />

ou <strong>de</strong> E. "em outra coisa" (das qualida<strong>de</strong>s<br />

ou aci<strong>de</strong>ntes da substância). Todos esses<br />

casos só não têm em comum certa <strong>de</strong>limitação<br />

do significado <strong>de</strong> ser que, nas ciências exatas,<br />

baseia-se em <strong>de</strong>finições precisas. Assim, no<br />

campo da matemática, a partir <strong>de</strong> Hilbert, E. é<br />

entendida como ausência <strong>de</strong> contradição;<br />

quando se afirma que a solução <strong>de</strong> um problema<br />

existe, preten<strong>de</strong>-se dizer simplesmente que<br />

nenhuma contradição impe<strong>de</strong> admitir a E. da<br />

solução. Um teorema <strong>de</strong> E. é a prova rigorosa<br />

<strong>de</strong> que a solução existe (nesse sentido), mesmo<br />

que ainda não tenha sido <strong>de</strong>scoberta.<br />

Esse é, pelo menos, o critério ao qual continua<br />

ligada certa escola <strong>de</strong> matemáticos contemporâneos,<br />

a dos formalistas, encabeçados<br />

por Hilbert. A outra escola, a dos intuicionistas,<br />

que tem à frente Brouwer e Heyting, assume<br />

como critério <strong>de</strong> E. em matemática a possibilida<strong>de</strong><br />

da construção e julga que não se po<strong>de</strong> falar<br />

<strong>de</strong> entes matemáticos que não possam ser<br />

construídos. Em um sentido ou em outro, porém,<br />

o conceito <strong>de</strong> E. é <strong>de</strong>finido com precisão<br />

em matemática e não se fala <strong>de</strong> E. em sentido<br />

diferente, nessa disciplina. Por outro lado, é fácil<br />

ver que esse mesmo conceito <strong>de</strong> E. não tem<br />

sentido fora da matemática e, portanto, não<br />

po<strong>de</strong> ser estendido a campos diferentes. Se<br />

passarmos da matemática à física logo veremos<br />

que a E. dos entes <strong>de</strong> que ela fala é sempre implicitamente<br />

<strong>de</strong>finida pelas operações <strong>de</strong> medida<br />

ou verificação que servem para estabelecer<br />

a observação <strong>de</strong>sses entes. Analogamente, ainda,<br />

a E. <strong>de</strong> que se po<strong>de</strong> falar no domínio da lógica<br />

é a <strong>de</strong>finida pelas operações a que o<br />

objeto lógico po<strong>de</strong> ser submetido e se reduz,<br />

em última análise, à ausência <strong>de</strong> contradição.<br />

As chamadas ciências "morais" também se fundam<br />

em <strong>de</strong>finições implícitas ou explícitas da<br />

E. Em direito, uma lei "existe" se foi formulada,<br />

aprovada e promulgada nos modos e nas formas<br />

previstos na Constituição do Estado. E um<br />

fato existe do ponto <strong>de</strong> vista jurídico se po<strong>de</strong><br />

ser "provado" nas formas ou nos modos <strong>de</strong> lei,<br />

e qualificado em conformida<strong>de</strong> com as próprias<br />

leis. De forma semelhante, em economia, a E.<br />

<strong>de</strong> um evento consiste na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ele<br />

ser observado como uniformida<strong>de</strong> estatística<br />

ou quase estatística. Em geral, toda ciência ou<br />

disciplina <strong>de</strong>fine <strong>de</strong> algum modo, explícita ou<br />

implicitamente, o significado a ser dado à palavra<br />

"existência" em seu âmbito.<br />

Carnap distinguiu o problema interno da E.<br />

(interno a <strong>de</strong>terminado campo, p. ex., à matemática,<br />

à física ou à lógica) e o problema externo<br />

da mesma E. O problema interno sempre<br />

po<strong>de</strong> ser resolvido empiricamente (quando se<br />

refere à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato) ou logicamente,<br />

quando se refere a proposições analíticas. O<br />

problema externo é, ao contrário, o que se<br />

refere à "E. ou realida<strong>de</strong> do sistema total das<br />

entida<strong>de</strong>s". Assim, p. ex., existir ou não dado<br />

número primo é um problema interno da aritmética.<br />

Mas se existe ou não o sistema dos números<br />

ou qual é a realida<strong>de</strong> dos números em<br />

seu conjunto são problemas externos que<br />

não têm resposta, sendo, por isso, pseudoproblemas,<br />

semelhantes ao da realida<strong>de</strong> do<br />

mundo externo ou à disputa entre nominalismo<br />

e realismo, que o Círculo <strong>de</strong> Viena já <strong>de</strong>clarara<br />

<strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> sentido (Meaning and<br />

Necessity, A 3). O caráter inevitável do compromisso<br />

ontológico, ou seja, da <strong>de</strong>cisão acerca do<br />

significado ou dos significados que <strong>de</strong>vem ser<br />

atribuídos à E. nos diferentes campos <strong>de</strong> inda-

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