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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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OBSERVAÇÃO 726 OCASIONALISMO<br />

contemporânea). Em vista disso, é possível estudar<br />

ambos os significados, distinguindo-, l e O.<br />

natural, em que a.s condições da O. não são<br />

planejadas ou planejáveis; e 2- O. experimental<br />

(ou experimentação), que é a O. planejada, caracterizada<br />

pela aferição das variáveis. Neste<br />

segundo tipo <strong>de</strong> O., po<strong>de</strong>-se agir sobre a variável<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e estudar o comportamento<br />

correspon<strong>de</strong>nte da variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ou seja,<br />

da função vinculada.<br />

Qualquer O., seja natural ou experimental,<br />

apresenta a divisão entre sistema observante e<br />

sistema observado. A valida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta divisão foi<br />

posta à prova (e reconfirmada) pela física<br />

quântica, a propósito das relações <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminaçâo<br />

(v.), ou seja, cia ação que o sistema<br />

observante exerce sobre o sistema observado.<br />

Bohr e Heisenberg mostraram que, ao mesmo<br />

tempo que o limite entre sistema observante e<br />

sistema observado nào é rígido — no sentido<br />

<strong>de</strong> serem possíveis <strong>de</strong>scrições diferentes <strong>de</strong> um<br />

mesmo fenômeno em que esse limite mu<strong>de</strong> (cf.<br />

BOHR, ''Wirkumsquantum und Naturbeschreibung",<br />

em Naturwissenschaftoi, 1929 [26], pp.<br />

484-85) —, se ele faltar, também faltará o caráter<br />

físico do sistema. Po<strong>de</strong>-se evitar calcular a<br />

ação perturbadora do sistema observante incluindo-o<br />

no cálculo. Mas como mesmo assim<br />

resta a in<strong>de</strong>terminaçào a respeito cia O.<br />

do sistema observante, seria preciso incluir no<br />

sistema observado nossos olhos também. Neste<br />

caso — nota Heisenberg — "só se po<strong>de</strong>ria<br />

tratar quantitativamente a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> causas e<br />

efeitos quando se consi<strong>de</strong>rasse o universo inteiro<br />

como parte do sistema observado, mas<br />

então a física <strong>de</strong>sapareceria, ficando apenas um<br />

esquema matemático. A subdivisão do mundo<br />

em sistema observante e sistema observado<br />

impe<strong>de</strong> assim a nítida formulação da lei causai"<br />

{Die physikalischen Prinzipien <strong>de</strong>r Quantentheorie,<br />

1930, IV, § 1). Como observa o próprio<br />

Heisenberg, por "sistema observante" não se<br />

<strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r necessariamente o observador<br />

humano, visto que por este se po<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

também uma chapa fotográfica ou um aparelho<br />

qualquer. Portanto, a divisão entre sistema<br />

observante e sistema observado, que a física<br />

julga indispensável para dar significado físico<br />

(não puramente matemático) a seus enunciados,<br />

nào eqüivale â distinção filosófica tradicional<br />

entre objeto e sujeito, á qual, por outro<br />

lado, também se opõe a afirmada mobilida<strong>de</strong> do<br />

limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação entre os dois sistemas.<br />

OBSTÁCULO (in. Obstacle, Hindrance, fr.<br />

Obstacle. ai. Hin<strong>de</strong>rniss; it. Ostacolo). Limite à<br />

ativida<strong>de</strong>. Fichte <strong>de</strong>finiu o O. do seguinte modo:<br />

"O que significa uma ativida<strong>de</strong> e como se torna<br />

ativida<strong>de</strong>? Simplesmente pelo fato <strong>de</strong> a ela se<br />

opor um O."(Sittenlehre, 1798, Intr., § VI; Werke,<br />

IV, p. 7). Cf. R. LE SI-NNK, Obstacle et raleur,<br />

1934.<br />

OBVERSÃO (in. Obversion; fr. Obversion;<br />

ai. Obversion, it. Obversione). Este termo <strong>de</strong><br />

origem recente (provavelmente <strong>de</strong>vido a JFVONS,<br />

Elementary Lessons in Logic, p. 85) <strong>de</strong>signa a<br />

transformação <strong>de</strong> uma proposição em uma<br />

proposição equipolente através da dupla negação:<br />

p. ex., a transformação da proposição "todos<br />

os homens são mortais" em "nenhum homem<br />

é não mortal".<br />

OCAMISMO (in. Ockhamism; fr. Occamisme:<br />

ai. Ockhamismus: it. Occamismo). Com<br />

este termo foi chamada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o séc. XV a corrente<br />

filosófica iniciada por Ockham no último<br />

período da Escolástica medieval, caracterizada<br />

pelos seguintes pontos básicos: l lJ empírismo,<br />

como privilégio concedido à experiência (ou<br />

"conhecimento intuitivo") para a prova e a verificação<br />

da verda<strong>de</strong>; 2- nominalismo, negação<br />

da realida<strong>de</strong> dos universais e sua redução a<br />

signos naturais; 3 Ü terrninismo, lógica da suposição<br />

(v.), para a qual os conceitos são termos<br />

que estão em lugar das coisas reais; 4 g ceptícísmo<br />

teológico, segundo o qual é impossível <strong>de</strong>monstrar<br />

ou racionalizar as verda<strong>de</strong>s da fé e atribuise<br />

às provas da existência <strong>de</strong> Deus apenas valor<br />

provável. Por este último ponto, Lutero<br />

<strong>de</strong>nominou-se e foi chamado <strong>de</strong> ocamista. Os<br />

outros pontos foram <strong>de</strong>fendidos e ilustrados na<br />

escolástica da segunda meta<strong>de</strong> do séc. XIV e<br />

dos primeiros <strong>de</strong>cênios do séc. XV.<br />

OCASIÃO (in. Occashm; fr. Occasion; ai.<br />

Gelegenheit; it. Occasione). Situação que provoca<br />

ou facilita a intervenção <strong>de</strong> uma ação livre.<br />

Causas ocasionais-, causas consi<strong>de</strong>radas como<br />

ocasiões para a ação direta <strong>de</strong> Deus (v. OCA-<br />

SIONALISMO).<br />

Kierkegaard ressaltou o valor da O. como<br />

"categoria do f inito", que po<strong>de</strong> ser "pretexto ou<br />

causa". Neste sentido, a O. é a "última e verda<strong>de</strong>ira<br />

categoria <strong>de</strong> transição da esfera da idéia<br />

à da realida<strong>de</strong>" (Autaiit, "Os primeiros amores";<br />

trad. fr., Prior e Guignot, pp. 186 ss.).<br />

OCASIONALISMO (in. Occasíonalisnth. Occasionalisme,<br />

ai. Occasíonalismus; it. Occasionalismo).<br />

Doutrina segundo a qual a única causa<br />

cie todas as coisas é Deus e que as chamadas

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