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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SIGNIFICANCIA 894 SIGNO<br />

um fato ou por um conjunto <strong>de</strong> fatos. Nesse<br />

sentido, têm S. factual as proposições das ciências<br />

naturais (física, química, etc). Semelhantes<br />

enunciados também costumam ser chamados<br />

<strong>de</strong> sintéticos, para distinguir dos enunciados<br />

analíticos da lógica. Reichenbach dividiu o S.<br />

factual em físico, que é a possibilida<strong>de</strong> física,<br />

ou seja, não contradiz as leis empíricas, e técnico,<br />

que 6 a possibilida<strong>de</strong> técnica <strong>de</strong>finida<br />

por métodos práticos conhecidos ("Veririability<br />

Theory of Meaning", em Proceedings of the<br />

American Aca<strong>de</strong>my ofArts and Sciences, 1951,<br />

pp. 53 ss.).<br />

O S. lógico e o S. factual costumam ser chamados<br />

<strong>de</strong> S. cognitivosou teóricos; os enunciados<br />

que possuem tais S. são reconhecíveis por<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>clarados verda<strong>de</strong>iros<br />

ou falsos.<br />

5" Diz-se que têm S. expressivo as locuções<br />

que não têm S. teórico mas que apesar disso<br />

manifestam um estado <strong>de</strong> espírito do sujeito<br />

que os emprega ou servem para produzir estados<br />

<strong>de</strong> espírito análogos no .sujeito que os ouve.<br />

As interjeições, as exclamações, as expressões<br />

metafóricas têm S. <strong>de</strong>sse gênero.<br />

Às vezes, especialmente por parte dos seguidores<br />

do empirismo lógico (v.), as expressões<br />

da metafísica tradicional são consi<strong>de</strong>radas<br />

enunciados <strong>de</strong>sse gênero, negando-se-lhes qualquer<br />

valor cognitivo. Esse uso, porém, é polêmico<br />

e só po<strong>de</strong> ser registrado como tal (v. ARTK;<br />

METAFÍSICA; POPSIA).<br />

SIGNIFICANCIA (in. Significance-, ai. Be<strong>de</strong>ntsamkeit;<br />

it. Signíficanza). 1. O mesmo que<br />

significado (v.).<br />

2. Importância ou valor. Desse ponto <strong>de</strong><br />

vista, diz-se, p. ex., que certos acontecimentos<br />

históricos são significantes.<br />

SIGNO (gr. cr|u.eiov; lat. Signum, in. Sign-,<br />

fr. Signe, ai. Zeíchen; it. Segno). Qualquer objeto<br />

ou acontecimento, usado como menção cie<br />

outro objeto ou acontecimento. Esta <strong>de</strong>finição,<br />

geralmente empregada ou pressuposta na tradição<br />

filosófica antiga e recente, é generalíssima<br />

e permite compreen<strong>de</strong>r na noção <strong>de</strong> S.<br />

qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência: p. ex., do<br />

efeito à causa ou vice-versa; da condição ao<br />

condicionado ou vice-versa: do estímulo <strong>de</strong><br />

uma lembrança à própria lembrança; da palavra<br />

a seu significado; do gesto indicativo (p.<br />

e.x., um braço estendido) à coisa indicada; do<br />

indício ou do sintoma <strong>de</strong> uma situação à própria<br />

situação, etc. Todas essas relações po<strong>de</strong>m<br />

ser compreendidas pela noção <strong>de</strong> signo. No<br />

entanto, em sentido próprio e restrito, essa<br />

noção <strong>de</strong>ve ser entendida como a possibilida<strong>de</strong><br />

cie referência <strong>de</strong> um objeto ou acontecimento<br />

presente a um objeto ou acontecimento<br />

não-presente, ou cuja presença ou não-presença<br />

seja é indiferente. Nesse sentido mais restrito,<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso dos S. ou semiose é a<br />

característica fundamental do comportamento<br />

humano, porque permite a utilização do passado<br />

(o que "não está mais presente") para a previsão<br />

e o planejamento do futuro (o que "ainda<br />

não está presente"). Nesse sentido, po<strong>de</strong>se<br />

dizer que o homem é. por excelência, um<br />

animal simbólico, e que nesse seu caráter se radica<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta e <strong>de</strong> uso das<br />

técnicas em que consiste propriamente sua razão<br />

(v.).<br />

Ainda hoje é válida a doutrina do S. formulada<br />

pelos estóicos. Estes chamavam <strong>de</strong> S,, <strong>de</strong><br />

modo geral, "aquilo que parece revelar alguma<br />

coisa", mas em sentido específico chamavam<br />

<strong>de</strong> S. "aquilo que é indicativo <strong>de</strong> uma coisa<br />

obscura", não manifesta (SEXTO EMPÍRICO, Adv.<br />

math., VIII, 143; Pirr. hyp., I, 99 ss.). Portanto,<br />

consi<strong>de</strong>ravam que os S. eram <strong>de</strong> duas espécies<br />

fundamentais: renwmorativos, que se referem<br />

a coisas apenas ocasionalmente obscuras, como<br />

p. ex. a fumaça, que é S. do fogo, e indicativos,<br />

que nunca são observados juntamente com a<br />

coisa indicada, que é obscura por natureza;<br />

neste sentido, diz-se que os movimentos do<br />

corpo são S. da alma Ubíd., VIII, 148-155). Sabemos<br />

também que na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar os<br />

S. os estóicos viam a diferença entre homens e<br />

animais (Ibid., VIII, 276), e que consi<strong>de</strong>ravam<br />

o S. um produto intelectual, i<strong>de</strong>ntificando-o com<br />

"uma proposição constituída por uma conexão<br />

válida e reveladora do conseqüente 1 ' (Ibid., VIII,<br />

245). Os epicuristas, ao contrário, consi<strong>de</strong>ravam<br />

que o S. tem natureza sensível, capaz <strong>de</strong><br />

permitir e fundamentar a indução (Ibid.. VIII,<br />

215 ss.; cf. INDUÇÃO). Mais tar<strong>de</strong>, nos mol<strong>de</strong>s da<br />

doutrina estóica, o S. continuou sendo <strong>de</strong>finido<br />

como relação <strong>de</strong> referência entre dois termos<br />

conexos. S. Tomás não excluía que se pu<strong>de</strong>sse<br />

chamar <strong>de</strong> S. a causa sensível <strong>de</strong> um efeito<br />

oculto (S. Th., 1,70, a. 2, ad. 2"). A lógica terminista<br />

distinguiu a referência do S. àquilo que <strong>de</strong>nota,<br />

que é a relação cie significação instituída<br />

arbitrariamente, da suposição (v.), que é a relação<br />

pela qual o termo compreendido numa proposição<br />

está em lugar <strong>de</strong> alguma coisa (cf. PKDRO<br />

HISPANO, Sumin. log., 6.03). Ockham <strong>de</strong>finiu o<br />

S. como "tudo aquilo que, uma vez aprendido,

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