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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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1<br />

DEDUÇÃO TRANSCENDENTAL 235 DEFINIÇÃO<br />

ceito <strong>de</strong> D. não po<strong>de</strong> sofrer restrições e portanto<br />

<strong>de</strong>ve esten<strong>de</strong>r-se a todas as formas que a relação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação ou <strong>de</strong> conseqüencialida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma proposição em relação a outra possa<br />

assumir.<br />

DEDUÇÃO TRANSCENDENTAL (in. Transcen<strong>de</strong>ntal<br />

<strong>de</strong>duction; fr. Déduction transcen<strong>de</strong>ntais,<br />

ai. Transzen<strong>de</strong>ntale Deduction; it.<br />

Deduzione trascen<strong>de</strong>ntalé). Kant extraiu o termo<br />

D. da linguagem jurídica, na qual significa a<br />

<strong>de</strong>monstração da legitimida<strong>de</strong> da pretensão<br />

que se formula. Nesse sentido, falou da "D. da<br />

divisão <strong>de</strong> um sistema" como "prova <strong>de</strong> sua<br />

completitu<strong>de</strong> e da sua continuida<strong>de</strong>" (Met. <strong>de</strong>r<br />

Sitten, I, intr., § III, nota). Analogamente, para<br />

a justificação do uso dos conceitos puros, ou<br />

categorias, Kant julgou indispensável uma D.<br />

(que, justamente por referir-se a conceitos puros,<br />

chamou <strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>ntal [v.]), que tivesse<br />

por fim <strong>de</strong>monstrar "o modo pelo qual os conceitos<br />

a priori po<strong>de</strong>m referir-se a objetos", e<br />

que, por isso, se distinguisse da "D. empírica",<br />

que mostra "<strong>de</strong> que modo um conceito é<br />

adquirido por meio da experiência e da reflexão<br />

sobre ela". Desse modo, a D. empírica diz<br />

respeito à posse <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> um conceito, e a D.<br />

transcen<strong>de</strong>ntal, ao seu uso legítimo (Crít. R.<br />

Pura, § 13). A D. transcen<strong>de</strong>ntal consiste em<br />

mostrar como os objetos da experiência não<br />

seriam tais, ou seja, não seriam dados como<br />

objetos à experiência, se não fossem pensados<br />

segundo as categorias; e que o ato ou a função<br />

pela qual po<strong>de</strong>m ser originariamente pensados<br />

nas categorias é o "eu penso", ou percepção<br />

pura(v.). Diferente da D. transcen<strong>de</strong>ntal é a D.<br />

metafísica, que Fichte enten<strong>de</strong>u como <strong>de</strong>monstração<br />

sistemática <strong>de</strong> todas as proposições da<br />

<strong>filosofia</strong>. "Todo o <strong>de</strong>monstrável <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>monstrado,<br />

todas as proposições <strong>de</strong>vem ser<br />

<strong>de</strong>duzidas, com exceção do princípio primeiro,<br />

supremo e fundamental, que é o Eu = Eu"<br />

(Wissenschaftslehre, 1794, § 7). Hegel atribuía<br />

o mérito <strong>de</strong>ssa exigência a Fichte: "À <strong>filosofia</strong><br />

fichteana cabe o profundo mérito <strong>de</strong> haver<br />

advertido para que as <strong>de</strong>terminações do pensamento<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>monstradas em sua necessida<strong>de</strong>,<br />

que são essencialmente <strong>de</strong>dutíveis" {Ene,<br />

5 42). Nesse sentido, a D. é a <strong>de</strong>monstração da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminação; e toda a<br />

doutrina <strong>de</strong> Hegel se organiza em conformida<strong>de</strong><br />

com essa exigência.<br />

DEDUTIVO (in. Deductive, fr. Déductif, ai.<br />

Deductiv-, it. Deduttivo). SISTEMA: indica-se hoje<br />

com esse nome o discurso que se inicia com<br />

pequeno número <strong>de</strong> regras assumidas como<br />

premissas, e que sempre po<strong>de</strong> assumir como<br />

regra qualquer proposição <strong>de</strong>duzida daquelas<br />

premissas e em conformida<strong>de</strong> com as<br />

regras que elas prescrevem (v. AXIOMATIZAÇÃO;<br />

CONVENCIONALISMO). MÉTODO: enten<strong>de</strong>-se hoje<br />

por esse termo o método que consiste em procurar<br />

a confirmação <strong>de</strong> uma hipótese através<br />

da verificação das conseqüências previsíveis<br />

nessa mesma hipótese. Reichenbach mostrou<br />

o caráter complexo <strong>de</strong>sse método e sua irredutibilida<strong>de</strong><br />

à <strong>de</strong>dução propriamene dita. Admitir<br />

que existe uma relação D. entre uma hipótese<br />

e os dados observados significaria admitir que<br />

a implicação az> b nos autoriza a consi<strong>de</strong>ra a<br />

como provável quando b é dado (Theory of<br />

Probability, 1949, § 84).<br />

DEFINIÇÃO (gr. õpoç, ópuju ÓÇ; lat. Definitio;<br />

in. Definitíon; fr. Définítion; ai. Definition; it.<br />

Definizione). Declaração da essência. Distinguem-se<br />

diversos conceitos <strong>de</strong> D., que correspon<strong>de</strong>m<br />

aos diversos conceitos <strong>de</strong> essência<br />

(v.), mais precisamente: 1 Q conceito <strong>de</strong> D.<br />

como <strong>de</strong>claração da essência substancial; 2°<br />

conceito <strong>de</strong> D. como <strong>de</strong>claração da essência<br />

nominal; 3 Q conceito <strong>de</strong> D. como <strong>de</strong>claração da<br />

essência-significado.<br />

I a A doutrina aristotélica da D. diz respeito à<br />

essência substancial. Aristóteles afirma explicitamente<br />

que a D. concerne à essência e à substância<br />

(An.post, II, 3, 90 b 30). E os vários significados<br />

<strong>de</strong> D. que ele enumera referem-se<br />

todos à essência substancial. "A D. po<strong>de</strong> ser,<br />

em um primeiro sentido, a <strong>de</strong>claração não<br />

<strong>de</strong>monstrável da essência; num segundo sentido,<br />

po<strong>de</strong> ser a <strong>de</strong>dução da essência e diferir da<br />

<strong>de</strong>monstração só pela disposição das palavras;<br />

num terceiro sentido, po<strong>de</strong> ser a conclusão da<br />

<strong>de</strong>monstração da essência" (Ibid., II, 10, 94 a<br />

11). No primeiro significado, a D. refere-se a<br />

objetos que são substâncias, como por ex. ao homem;<br />

no segundo e no terceiro caso, refere-se<br />

a objetos que não são substâncias, mas fatos,<br />

como p. ex. o trovão, dos quais dizer essência<br />

significa dizer causa (Ibid., 94 a 1 ss.). Em todos<br />

os casos, a D. <strong>de</strong>clara a essência substancial <strong>de</strong><br />

seu objeto. Diz Aristóteles: "A essência substancial<br />

pertence às coisas das quais há <strong>de</strong>finição.<br />

E não há D. quando há um termo que se refere<br />

a alguma coisa: nesse caso todas as palavras<br />

seriam <strong>de</strong>finições porque as palavras indicam<br />

sempre alguma coisa e até mesmo 'Ilíada' seria<br />

uma <strong>de</strong>finição. Mas só há D. quando o termo<br />

significa algo <strong>de</strong> primário, o que ocorre quan-

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