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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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MODALISMO 678 MODERNISMO<br />

dicaçào recíproca supõe, aliás, a diversida<strong>de</strong><br />

dos níveis, e po<strong>de</strong>-se dizer "necessariamente<br />

verda<strong>de</strong>iro" ou "possivelmente verda<strong>de</strong>iro" precisamente<br />

porque possibilida<strong>de</strong> e verda<strong>de</strong>,<br />

verda<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong> pertencem a duas esferas<br />

diversas e nào são exclu<strong>de</strong>ntes entre si.<br />

3 â À terceira confusão é inerente à tentativa<br />

<strong>de</strong> predicaçào recíproca das M. Essa tentativa é<br />

tão contraditória quanto a <strong>de</strong> predicaçào recíproca<br />

entre os valores <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> ou cie<br />

verda<strong>de</strong> das proposições. A tese fundamental<br />

<strong>de</strong>sse ponto <strong>de</strong> vista é a do caráter alternativo<br />

das M. Mas essa tese foi em geral <strong>de</strong>sconhecida<br />

ou ignorada pelos lógicos da M. a partir <strong>de</strong><br />

Aristóteles. Este último realmente cuidou da<br />

predicaçào recíproca das M. e afirmou, p. ex.,<br />

que o que é necessário também <strong>de</strong>ve ser possível,<br />

uma vez que nào se po<strong>de</strong> dizer que é<br />

impossível (Deint., 13, 22 b 11). Mas essa afirmação<br />

ou leva a consi<strong>de</strong>rar o necessário como<br />

possível, ou seja, como não necessário, ou leva<br />

a dividir em dois o conceito <strong>de</strong> possível (que é<br />

o caminho seguido por Aristóteles), com o reconhecimento<br />

<strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> possível que<br />

se i<strong>de</strong>ntifica com o necessário (y. POSSÍVEL). Por<br />

otitro lado, a afirmação recíproca (que Aristóteles<br />

ilustrou com o famoso exemplo da batalha naval),<br />

<strong>de</strong> que o possível é necessário no sentido <strong>de</strong><br />

que necessariamente há um possível (p. ex.,<br />

necessariamente amanhã haverá ou nào uma<br />

batalha naval), eqüivale a tornar necessária a<br />

in<strong>de</strong>tenninaçào e a negar o possível como tal.<br />

De fato, "E necessário que .rseja possível" significa<br />

que x<strong>de</strong>ve manter-se in<strong>de</strong>terminado sem<br />

nunca realizar-se; mas nesse caso x nào é um<br />

possível. Essas antinomias ou paradoxos surgem<br />

do <strong>de</strong>sconhecimento do caráter exclusivo<br />

das diferenças modais, em virtu<strong>de</strong> do qual elas<br />

são alternativas inconciliáveis. Por outro lado,<br />

os valores <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser predicados<br />

das M.; há um possível verda<strong>de</strong>iro, como p. ex.<br />

"o homem po<strong>de</strong> ser branco", e um possível<br />

falso, como "o homem po<strong>de</strong> ser retângulo". E<br />

po<strong>de</strong> haver uma necessida<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira e uma<br />

necessida<strong>de</strong> falsa, que é o absurdo. Esses reparos<br />

exigiriam <strong>de</strong>senvolvimentos analíticos a<strong>de</strong>quados.<br />

Para mais observações, v. NECESSÁRIO;<br />

POSSÍVKL.<br />

MODALISMO (in. Modalism- fr. Modalisme;<br />

ai. Modalismus-, it. Modalismo). Esse nome<br />

é dado à interpretação da Trinda<strong>de</strong> cristã que<br />

consiste em ver nas três pessoas divinas três<br />

modos ou manifestações da substância divina<br />

única. Essa interpretação sempre foi con<strong>de</strong>na-<br />

da como herética pela Igreja cristã, que insistiu<br />

na igualda<strong>de</strong> e na distinção das pessoas divinas.<br />

No séc. III, o M. foi sustentado por Sabélio; viuse<br />

também uma espécie <strong>de</strong> M. na doutrina <strong>de</strong><br />

Scotus Erigena e <strong>de</strong> Abelardo; este último foi<br />

criticado por S. BERNARDO (De erroribus Abelardi,<br />

3, 8). Outro nome ciado à mesma heresia<br />

é monarquismo (v.).<br />

MODELO (in. Mo<strong>de</strong>l; fr. Mo<strong>de</strong>le, ai. Mo<strong>de</strong>lh<br />

it. Mo<strong>de</strong>llo). 1. Uma das espécies fundamentais<br />

<strong>de</strong> conceitos científicos (v. CONCEITO), mais<br />

precisamente o que consiste na disposição<br />

caracterizada pela or<strong>de</strong>m dos elementos <strong>de</strong><br />

que se compõe, e não pela natureza <strong>de</strong>sses elementos.<br />

Por isso, dois M. são idênticos se a relação<br />

<strong>de</strong> suas or<strong>de</strong>ns pu<strong>de</strong>r ser expressa como<br />

correspondência biunívoca, ou seja, tal que a<br />

um termo <strong>de</strong> um corresponda um, e apenas<br />

um, do outro, e que a cada relação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

entre os elementos <strong>de</strong> um corresponda idêntica<br />

relação entre os elementos correspon<strong>de</strong>ntes<br />

do outro. O cálculo numérico ordinário é o<br />

melhor exemplo <strong>de</strong> correspondência biunívoca:<br />

se, <strong>de</strong> um lado, houver cinco livros e, <strong>de</strong> outro,<br />

cinco lápis, essas duas séries <strong>de</strong> objetos po<strong>de</strong>m<br />

ser alinhadas na mesma, or<strong>de</strong>m ou os objetos<br />

po<strong>de</strong>m ser colocados um sobre o outro. Do<br />

mesmo modo, a série dos números inteiros tem<br />

correspondência biunívoca com os números<br />

pares, e assim por diante. Para ser útil, um M.<br />

<strong>de</strong>ve ter as seguintes características: 1) simplicida<strong>de</strong>,<br />

para que seja possível sua <strong>de</strong>finição exata;<br />

2) possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser expresso por meio<br />

<strong>de</strong> parâmetros suscetíveis <strong>de</strong> tratamento matemático;<br />

3) semelhança ou analogia com a realida<strong>de</strong><br />

que se <strong>de</strong>stina a explicar.<br />

Os M. mecânicos pareciam indispensáveis à<br />

ciência do séc. XIX, mas hoje diferentes disciplinas<br />

utilizam M. puramente teóricos: economia<br />

(que utiliza jogos), psicologia, biologia,<br />

antroplogia (cf. HKMPF.L, Aspects of Scientific<br />

Rxplanation, 1965, p. 445 e nota 28). Lévi-<br />

Strauss consi<strong>de</strong>rou a estrutura (v.) como um M.<br />

<strong>de</strong>sse gênero, para a explicação dos fatos sociais<br />

(Anthropologiestructurale, 1958, cap. XV).<br />

2. O mesmo que arquétipo (v.).<br />

MODERNISMO (in. Mo<strong>de</strong>rnism; fr. Mo<strong>de</strong>rnisme.<br />

ai. Mo<strong>de</strong>rnismus; it. Mo<strong>de</strong>rnismo). Tentativa<br />

.<strong>de</strong> reforma católica que teve alguma<br />

difusão na Itália e na França na última década<br />

do séc. XIX e na primeira do séc. XX; foi con<strong>de</strong>nado<br />

pelo papa Pio X com a encíclica Pascendi<br />

<strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1907. Essa tentativa inspirou-se<br />

nas exigências da <strong>filosofia</strong> da açãoiv),

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