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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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INTERPRETAÇÃO 580 INTROSPECÇÃO<br />

1938; Signs, Language and Behavior, 1946).<br />

Desse ponto <strong>de</strong> vista, a I. tem as seguintes<br />

características: l e não é (ou não é apenas) um<br />

hábito mental, mas um comportamentoiy.), uma<br />

resposta objetivamente observável e constante<br />

<strong>de</strong> um organismo a um estímulo; 2 S não existe<br />

diferença entre sinais mentais e sinais verbais,<br />

no sentido <strong>de</strong> os primeiros serem suscetíveis<br />

<strong>de</strong> I. necessária e os outros não; 3 S a referência<br />

dos signos aos seus objetos não é nem necessária<br />

nem arbitrária, mas <strong>de</strong>terminada pelo uso<br />

(nas linguagens comuns) ou por convenções<br />

cabíveis (nas linguagens especiais).<br />

As observações anteriores dizem respeito à<br />

teoria da I. na semiótica (v.). É necessário porém<br />

observar que, na linguagem científica e<br />

filosófica hodierna, essa palavra tem usos específicos<br />

diversos, que só indiretamente po<strong>de</strong>m<br />

ser relacionados com o emprego a que<br />

aludimos. Fala-se <strong>de</strong> I. na ciência quando se<br />

estabelece a correspondência entre um sistema<br />

axiomático e <strong>de</strong>terminado mo<strong>de</strong>lo (v. Axio-<br />

MÁTICA; MODELO), OU seja, um exemplo concreto<br />

ou um conjunto <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s que satisfaça<br />

às condições enunciadas pelo sistema<br />

axiomático. Nesse sentido, a geometria comum<br />

po<strong>de</strong> ser a I. <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado sistema axiomático,<br />

como p. ex. da axiomática <strong>de</strong> Hilbert. Um<br />

outro uso do termo é o que se encontra nas<br />

disciplinas históricas, quando se fala da I. <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado acontecimento, <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> acontecimentos ou <strong>de</strong> um período. Nesse<br />

caso, a I. é um aspecto da escolha historiográfica,<br />

e consiste na escolha das caraterísticas<br />

históricas consi<strong>de</strong>radas dominantes e centrais,<br />

em relação às quais as outras se situam num<br />

plano subordinado e secundário. Nesse sentido,<br />

fala-se, p. ex., <strong>de</strong> I. materialista da história,<br />

quando os aspectos materiais (ou econômicos)<br />

são consi<strong>de</strong>rados primordiais e fundamentais<br />

(v. HISTORIOGRAFIA). A I. po<strong>de</strong> ter outros sentidos<br />

específicos e em outros campos <strong>de</strong> pesquisa<br />

e também po<strong>de</strong> ter o sentido <strong>de</strong> explicação<br />

(como quando se fala, p. ex., da I. <strong>de</strong> um fenômeno<br />

físico) ou, como fazia Bacon (Nov.<br />

Org., I, 26), da natureza em geral. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> todos os significados mencionados,<br />

Hei<strong>de</strong>gger <strong>de</strong>finiu-a como o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e a realização efetiva da compreensão: "A I.<br />

não é tomar conhecimento <strong>de</strong> que se compreen<strong>de</strong>u,<br />

mas a elaboração das possibilida<strong>de</strong>s<br />

projetadas na compreensão" (Sein undZeit,<br />

§ 32). Este conceito não é utilizável para a análise<br />

do uso <strong>de</strong>sse termo nos vários campos.<br />

ENTERPRETANTE e INTÉRPRETE (in Interpretam,<br />

Interpreter). Na semiótica contemporânea,<br />

os dois termos significam respectivamente:<br />

a disposição em respon<strong>de</strong>r a um signo e<br />

aquele (em geral o organismo) que emprega o<br />

signo ou se expressa com ele (MORRIS, Foundations<br />

ofa Theory of Signs, § 3) (v. SEMIÓTICA).<br />

INTERROGAÇÃO MÚLTIPLA (gr xó xà<br />

nkúw èpomínaxa ev noveív; noXx)C,r\xi\aiç; lat.<br />

Plurium interrogationum fallacia; ai. Heterozetesis).<br />

Uma das falácias extra dictionem enumeradas<br />

por Aristóteles, mais precisamente a<br />

que consiste na redução <strong>de</strong> várias perguntas a<br />

uma só, apostando assim na unicida<strong>de</strong> da resposta<br />

que o adversário é tentado a dar (ARISTÓTELES,<br />

El. Sof, 30, 181 a 30; PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 7. 62-7. 64;JUNGIUS, Lógica hamburgensís,<br />

VI, 12, 16; GENOVESI, Ars logico-critica, V, 11,<br />

12; etc.) (v. FALÁCIA).<br />

INTERSUBJETTVO (in. Intersubjective, fr.<br />

Intersubjectif, ai. Intersubjektiv-, it. Intersoggettivo).<br />

Termo usado na <strong>filosofia</strong> contemporânea<br />

para <strong>de</strong>signar: I a o que se refere às relações<br />

entre os vários sujeitos humanos, como<br />

quando se diz "experiência I."; 2- o que é válido<br />

para um sujeito qualquer, como quando se<br />

diz "conceito I." ou "verificação I." (v. UNIVER-<br />

SAL, 2).<br />

ESTEMISMO (fr. Intimisme). Atitu<strong>de</strong> que consiste<br />

em concentrar-se nas experiências interiores.<br />

Diz-se especialmente <strong>de</strong> poetas e literatos;<br />

em sentido ligeiramente <strong>de</strong>preciativo, <strong>de</strong><br />

correntes que enten<strong>de</strong>m a <strong>filosofia</strong> como uma<br />

espécie <strong>de</strong> autobiografia mascarada (v. EGO-<br />

CENTRISMO ; EGOTISMO).<br />

INTRÍNSECO. V. EXTRÍNSECO.<br />

TNTROJEÇÃO (in. Introjection- ai. Introjektiori).<br />

Termo introduzido por Avenarius (Kritik<br />

<strong>de</strong>r reinen Erfahrung, 1888-90) para <strong>de</strong>signar<br />

o processo <strong>de</strong> falsear a experiência e reduzir o<br />

objeto a uma representação interna do eu, admitindo-se<br />

que os outros indivíduos também<br />

possuem semelhante representação interna. Dito<br />

processo, que é uma interiorização do objeto,<br />

dá origem à divisão ilusória entre experiência<br />

interna e experiência externa, enquanto a experiência,<br />

segundo Avenarius, é uma só, sendo<br />

sempre uma relação direta entre um objeto e<br />

um organismo.<br />

INTROSPECÇÃO (in. Introspection; fr. Introspection,<br />

ai. Introspektion; it. Introspezíone).<br />

Auto-observação interior, observação que o eu<br />

faz dos próprios estados internos. Esse termo<br />

foi introduzido pela psicologia do séc. XIX para

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