22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

TALENTO 938 TAREFA<br />

verda<strong>de</strong>ira se segue <strong>de</strong> qualquer outra proposição;<br />

se p é falso, então /; implica um q qualquer;<br />

ou, em outros termos, uma proposição falsa<br />

implica qualquer outra proposição;<br />

quaisquer que sejampe q, ou p implica r/ou<br />

q implica p, em outros termos, pelo menos uma<br />

<strong>de</strong> duas proposições quaisquer implica a outra.<br />

Essas conclusões <strong>de</strong>rivam das T. <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

sobretudo da T. <strong>de</strong> implicação, que constitui a<br />

simplificação e a generalização dos usos correntes<br />

na linguagem comum e nas disciplinas<br />

científicas (com exceção da matemática), em<br />

que as relações puramente lógicas entre as proposições<br />

são submetidas a outras condições<br />

mais restritivas. No entanto, continuam a dar<br />

ensejo a discussões que alguns lógicos (como<br />

Tarsky) consi<strong>de</strong>ram ociosas.<br />

Como dissemos no verbete IMPLICAÇÃO, a escola<br />

estóico-megárica, principalmente por meio<br />

<strong>de</strong> Fílon, foi a primeira a criar a T. da implicação<br />

material. Na lógica mo<strong>de</strong>rna, a idéia da T.<br />

foi retomada por Boole (MathematiccilArwlysis<br />

of Logic, 1847), por Frege (Begriffsschrift, 1879)<br />

e por Pierce (1885; cf. Co//. Pap.. 3.370 ss.),<br />

sendo difundida por Wittgenstein (Tractatus,<br />

1921, 4.31).<br />

TALENTO (lat. Talentum: in. Talent: fr.<br />

Talent: ai. Talent: it. Talento). O sentido metafórico<br />

<strong>de</strong>sse termo, <strong>de</strong>rivado da parábola evangélica<br />

dos T. (Mal., 25. 14-30), é <strong>de</strong> "superiorida<strong>de</strong><br />

do po<strong>de</strong>r cognoscitivo, que não provém<br />

cio ensino mas da aptidão natural do sujeito".<br />

Esta é a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> T. encontrada em Kant<br />

(Antr., I, § 54), que também distingue os T. em<br />

engenho produtivo, sagacida<strong>de</strong> e originalida<strong>de</strong>:<br />

este último é o gênio. Essa doutrina kantiana<br />

foi repetida diversas vezes com poucas<br />

variações; está presente até na psicologia mo<strong>de</strong>rna,<br />

embora acentuando-se a importância<br />

dos chamados T. específicos.<br />

TALIÃO (gr. xò ávn.7i£7Tov9óç; in. Talion, fr.<br />

'1'alion; ai. Vergeltnug; it. Taglioneou Contrappasso).<br />

Forma <strong>de</strong> justiça segtindo a qual o ofensor<br />

<strong>de</strong>ve sofrer o mesmo mal que causou ao<br />

ofendido. Segundo relatei <strong>de</strong> Aristóteles, foram<br />

os pitagóricos que <strong>de</strong>finiram a justiça como retaliação<br />

(Et. nic, V, 5, 1132 b 21). Esse mesmo<br />

princípio inspira a lei mosaica do "olho por<br />

olho, <strong>de</strong>nte por <strong>de</strong>nte" (Levit., 24, 17-21). Dante<br />

mo<strong>de</strong>lou a estrutura moral do Inferno e do<br />

Purgatório segundo a lei <strong>de</strong> talião.<br />

TALMUD. Este termo, que na língua hebraica<br />

significa "ensino", <strong>de</strong>signa a coletânea enci-<br />

clopédica da tradição judaica escrita em aramaico,<br />

que foi compilada durante oitocentos<br />

anos (<strong>de</strong> 300 a.C. a 500 d.C.) na Palestina e na<br />

Babilônia. Essa obra não é um simples comentário<br />

do Antigo Testamento, mas uma síntese<br />

<strong>de</strong> <strong>filosofia</strong>, teologia, história, ética e folclore<br />

judaicos, acumulados durante oito séculos. O<br />

T. é composto por duas partes principais: o<br />

Mishnah. redigido na Palestina, e o Gemara.<br />

que é um comentário do primeiro. O Gemara.<br />

compilado na Palestina, é <strong>de</strong>nominado juntamente<br />

com o Mishnah. T <strong>de</strong> Jerusalém; por<br />

outro lado, o Gemara compilado na Babilônia<br />

é chamado, também com o Mishnah. <strong>de</strong><br />

T. da Babilônia (v. II. L. STRACK-P. BII.I.HRliic.K,<br />

Kommentar zum Nenen Testament aus<br />

Talmnd und Midrasch. Mônaco, 1922-28).<br />

TANATISMO (in. Thanatisnv. ai. Thanatismtts;<br />

it. Tanatismo). Termo criado por E. Haeckel<br />

para indicar a sua doutrina da mortalida<strong>de</strong><br />

da alma, em oposição a atanatismo (\\).<br />

TAOÍSMOUn. 'lhoism.fr. Taoisme.íú. 1'aois-<br />

DIIIS; it. Taoismo). Doutrina <strong>de</strong> Lao-Tse (que viveu<br />

na China provavelmente no séc. VI a.C), a<br />

quem se atribui o Tao Te Ching, isto é. o Livro<br />

do caminho e da virtu<strong>de</strong>. Em oposição ao caráter<br />

racionalista, terreno e prático cio ensinamento<br />

<strong>de</strong> Confúcio, está o caráter místico,<br />

religioso e contemplativo do ensinamento <strong>de</strong><br />

Lao-Tse; nele encontramos vestígios do panteísmo<br />

metafísico dos Vpanishad. Os dois aspectos<br />

principais do T. são: monismo panteísta,<br />

segundo o qual o tao, que é o caminho para a<br />

salvação, é também o princípio único do universo<br />

(todas as outras coisas suas são manifestação);<br />

a ética do não fazer, ou seja, entrega à<br />

ação imanente do princípio cósmico e a renúncia<br />

a interferir nele ou a obstá-Io. (v. A. WALEY,<br />

The Way and Its Power, 1934).<br />

TAREFA (gr. epyov; lat. Officium, in. Task<br />

fr. Tache-, ai. Aufgahe, it. Compito). Limitação da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pessoa ou <strong>de</strong> uma coisa, para<br />

garantir o melhor resultado <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>.<br />

Nesse sentido, Platão entendia por T. <strong>de</strong> uma<br />

coisa "aquilo que só ela sabe fazer, ou pelo menos<br />

que faz melhor que qualquer outra coisa"<br />

(Rep., I, 353 a): utilizava essa noção para <strong>de</strong>finir<br />

a virtu<strong>de</strong> (w). No mesmo sentido e com o mesmo<br />

fim, Aristóteles utilizou essa noção quando,<br />

para <strong>de</strong>finir o que é felicida<strong>de</strong>, perguntava qual<br />

é "a T. do homem"; e respondia que a T. do homem<br />

é a ativida<strong>de</strong> da alma conforme à razão, e<br />

não in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da razão (Et. nic, I, 6,<br />

1098 aV). Esse conceito é freqüente, com o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!