22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

IMPLICAÇÃO 547 IMPREDICATIVA, DEFINIÇÃO<br />

gem outras (como vimos) que constituam seu<br />

fundamento. Assim, po<strong>de</strong>-se dizer que todas as<br />

I. formais são materiais, mas que nem todas as<br />

I. materiais são formais. Por isso, a I. será <strong>de</strong>finida<br />

pela seguinte tábua <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> (na qual p<br />

e q representam proposições quaisquer e Ve F,<br />

verda<strong>de</strong>iro e falso):<br />

P q<br />

V V V.<br />

V F F<br />

F V V<br />

F F V<br />

(v. TÁBUA DE VERDADES)<br />

A I. material po<strong>de</strong> parecer paradoxal do<br />

ponto <strong>de</strong> vista do senso comum e das ciências<br />

empíricas. Por exemplo, ela permite reconhecer<br />

como verda<strong>de</strong>ira a I. "Se 2x2 = 5, então<br />

Nova York é uma cida<strong>de</strong> pequena"; e como falsa<br />

esta outra: "Se 2x2 = 4, então Nova York é<br />

uma cida<strong>de</strong> pequena"(cf. TARSKI, Introduction<br />

to Logic, 1941, § 8), nas quais não há nenhuma<br />

conexão causai ou contextual entre o antece<strong>de</strong>nte<br />

e o conseqüente, mas a primeira significa<br />

"ou 2x2 não são = 5 ou Nova York é uma<br />

cida<strong>de</strong> pequena", e a segunda: "ou 2 x 2 não<br />

são = 4 ou Nova York é uma cida<strong>de</strong> pequena".<br />

A I. material é sobretudo usada em matemática;<br />

nela Hilbert baseou os axiomas da<br />

lógica das proposições ("Die Logischen Grundlagen<br />

<strong>de</strong>r Mathematik", em Mathematische<br />

Annalen, 1923, pp. 151-65). Em forma <strong>de</strong> axioma,<br />

a I. material significa que "a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre<br />

<strong>de</strong> qualquer coisa" porque, se qé verda<strong>de</strong>iro<br />

por si mesmo, <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> qualquer p,<br />

não importa se verda<strong>de</strong>iro ou falso, e que "tudo<br />

<strong>de</strong>corre do falso" porque, se p é falso, <strong>de</strong>le<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>correr qualquer q, seja ele verda<strong>de</strong>iro<br />

ou falso. Na realida<strong>de</strong>, a I. material abstrai<br />

completamente <strong>de</strong> qualquer conexão causai<br />

ou contextual entre o antece<strong>de</strong>nte e o conseqüente<br />

(que po<strong>de</strong> ter fundamento bem diferente)<br />

e constitui apenas a condição mínima suficiente<br />

para a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as implicações.<br />

Contudo, alguns lógicos procuraram tornar<br />

menos abstrato o conceito <strong>de</strong> I., aproximando-o<br />

mais do seu significado comum. Assim, o americano<br />

C. I. Lewis (cf. LEWIS AND LANGDORF, Symbolic<br />

Logic, 1932, pp. 174 ss., 248 e ss.) falou <strong>de</strong><br />

uma I. estrita, segundo a qual "p implica q" seria<br />

sinônimo <strong>de</strong> "qé <strong>de</strong>dutível <strong>de</strong>p", no sentido <strong>de</strong><br />

que seria contraditório afirmar o antece<strong>de</strong>nte p<br />

e negar o conseqüente q. Esse conceito recorre<br />

ao conceito <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> lógica e por isso<br />

seria expresso pela fórmula ~ M(p~ q), em que<br />

M significa "possível", lendo-se assim: "não é<br />

possível que p seja verda<strong>de</strong> e q não o seja".<br />

Uma relação análoga <strong>de</strong> I. foi chamada <strong>de</strong><br />

entailment [<strong>de</strong>corrência necessária] por muitos<br />

escritores ingleses, a partir <strong>de</strong> Moore; este<br />

a ilustrou da seguinte forma: "p entails [implica<br />

necessariamente] q" quando e só quando tivermos<br />

condições <strong>de</strong> dizer realmente que 'g <strong>de</strong>corre<br />

<strong>de</strong>p ou 'é <strong>de</strong>dutível <strong>de</strong>p no mesmo sentido<br />

em que a conclusão <strong>de</strong> um silogismo em Bárbara<br />

<strong>de</strong>corre das duas premissas tomadas como<br />

proposição conjuntiva" (Pbilosopbical Studies,<br />

1922, cap. IX; ed. 1960, p. 291). Carnap distinguiu<br />

a C-implicação, ou I. sintática, que é a material<br />

<strong>de</strong> que falamos, e a L-implicação ou I.<br />

semântica, que correspon<strong>de</strong> à I. estrita <strong>de</strong> Lewis<br />

{Introduction to Semantics, §§ 9, 14).<br />

Na lógica medieval, o termo I. era usado<br />

apenas para indicar uma forma da restrição<br />

(v.): como no exemplo "o homem que é branco<br />

corre", em que a I. é constituída pela proposição<br />

"que é branco", que restringe aos brancos<br />

os homens que correm. Nos manuais <strong>de</strong> lógica<br />

do séc. XVI a palavra implicatíoi utilizada como<br />

abreviação <strong>de</strong> implicai contradictionem, e esse<br />

uso também reaparece em De intellectus emendatione<br />

(1662) e em Cogitata metaphysica (1663)<br />

<strong>de</strong> Spinoza (cf. W. KNEALE AND M. KNEALE, The<br />

Development of Logic, 1962, p. 300).<br />

IMPLÍCITO (in. Implicit; fr. Lmplicite; ai.<br />

Verflechten; it. Lmplicito). Esse adjetivo tem<br />

três significados principais: 1 Q I., no sentido<br />

lógico <strong>de</strong> implicação (v.), referindo-se exclusivamente<br />

a enunciados, proposições ou<br />

asserções; 2 S não explícito, ou seja, sugerido<br />

por certo contexto do discurso, como quando<br />

se diz "x implicitamente admitiu que...";<br />

3 S potencial ou virtual. Este último emprego<br />

é impróprio.<br />

IMPOSIÇÃO (lat. Lmpositio; in. Imposition,<br />

fr. Lmpositiort; it. Lmposizione). Na Lógica medieval<br />

é o ato pelo qual um nome é <strong>de</strong>stinado<br />

a significar uma coisa (cf. PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 6.03).<br />

IMPOSSÍVEL. V. POSSÍVEL.<br />

IMPREDICATIVA, DEFINIÇÃO (in. Impredicative<br />

<strong>de</strong>fínítion; fr. <strong>de</strong>finition imprédicative-,<br />

it. Definizione impredicativd). Poincaré<br />

indicou com esta expressão a <strong>de</strong>finição<br />

do membro <strong>de</strong> uma classe que faz referência<br />

à totalida<strong>de</strong> dos membros da classe e que,<br />

portanto, contém um círculo vicioso. Destas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!