22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ANOETICO 62 ANTIGOS E MODERNOS<br />

na foi aceita por S. Tomás (S. Tb., I, q. 108, a.<br />

2) e adotada por Dante no Paraíso.<br />

ANOETICO (in. Anoetic; fr. Anoétique, ai.<br />

Anoetik, it. Anoeticó). Adjetivo que se usa às<br />

vezes para <strong>de</strong>signar as funções diferentes do<br />

intelecto, p. ex., a sensibilida<strong>de</strong>, as emoções, etc.<br />

ANOMALIA (in. Anomaly, fr. Anomalie, ai.<br />

Anomalie, it. Anomalia). Em geral, todo fato<br />

ou elemento que se afasta do mo<strong>de</strong>lo uniforme,<br />

constantemente verificado, <strong>de</strong> certo gênero<br />

<strong>de</strong> fatos ou elementos: p. ex., um corpo vivo<br />

apresenta uma A. se a estrutura <strong>de</strong> algum órgão<br />

seu se distancia da encontrável em corpos<br />

do mesmo gênero. Um fato anômalo é um fato<br />

que contradiz a previsão provável, fundada em<br />

uniformida<strong>de</strong>s recorrentes (v. ANORMALIDADE).<br />

ANOMIA (in. Anomy fr. Anomie, ai. Anomie,<br />

it. Anomíà).Termo mo<strong>de</strong>rno usado sobretudo<br />

por sociólogos (p. ex., Durkheim), para<br />

indicar a ausência ou a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> organização<br />

social e, portanto, <strong>de</strong> regras que assegurem<br />

a uniformida<strong>de</strong> dos acontecimentos sociais.<br />

ANORMALIDADE (in. Abnormality fr. Anormalité,<br />

ai. Unregelmãssigkeit; it. Anormalitã).<br />

O que é contrário a uma norma e, por isso, se<br />

subtrai, em certa medida, à função ou ao fim<br />

que a norma ten<strong>de</strong> a garantir ou a atingir. Esse<br />

termo tem significado diferente <strong>de</strong> anomalia<br />

(v.), já que esta nem sempre constitui uma A. A<br />

anomalia é uma variante imprevista, um caso<br />

que se afasta da uniformida<strong>de</strong> reconhecida. Po<strong>de</strong><br />

ou não ser uma A. P. ex., um órgão anômalo é<br />

anormal só quando não é capaz <strong>de</strong> realizar a<br />

função que lhe seria própria.<br />

ANTECEDENTE (in. Antece<strong>de</strong>nt; fr. Antécé<strong>de</strong>nt-,<br />

ai. Anteze<strong>de</strong>ns; it. Antece<strong>de</strong>nte). Em<br />

Lógica, o primeiro termo <strong>de</strong> uma conseqüência<br />

(v.). G. P.<br />

ANTECIPAÇÃO (gr. rcpóA,r|\|nç; lat. Anticipatio;<br />

in. Anticipation; fr. Anticipation; ai. Antizipation;<br />

it. Anticipazioné). Com esse termo,<br />

os lógicos estóicos e epicuristas <strong>de</strong>signavam os<br />

conceitos gerais (<strong>de</strong> gênero e espécie) na medida<br />

em que, por meio <strong>de</strong>les, os dados da experiência<br />

eram "antecipados" pela mente (DIÓG.<br />

L, VII, 1, 54). Na <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna, na esteira<br />

da polêmica epicurista contra o papel atribuído<br />

pelos estóicos às A. no conhecimento, Francis<br />

Bacon e outros filósofos usam A. em sentido<br />

<strong>de</strong>preciativo, para indicar uma hipótese gratuita,<br />

não confirmada pela experiência (Nov.<br />

Org., I, 26). Em Kant, Antízipationem <strong>de</strong>r<br />

Wahrnehmung ("A. da percepção") <strong>de</strong>signa o<br />

segundo grupo <strong>de</strong> princípios sintéticos apriori<br />

do intelecto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da regra apriori, segundo<br />

a qual "em todos os fenômenos o real<br />

objeto da sensação tem uma qualida<strong>de</strong> intensiva,<br />

isto é, um grau" (v. CONCEITO). G. P.<br />

ANTEPREDICAMENTAIS (lat. Antepraedicamenta;<br />

in. Antepredicament; fr. Anteprédicament;<br />

ai. Anteprádicament; it. Antipredicamenti).<br />

Na Ida<strong>de</strong> Média, com o nome <strong>de</strong> A.<br />

<strong>de</strong>signava-se a Isagogeàs categorias <strong>de</strong> Porfírio.<br />

Além disso, a mesma palavra também <strong>de</strong>signava,<br />

naturalmente, as quinque vocês (ou categorias<br />

da Lógica) tratadas na Isagoge. gênero (v.),<br />

espécie (v.), diferença (v.), próprio (v.), aci<strong>de</strong>nte<br />

(v.). Husserl chamou <strong>de</strong> evidência antepredicativa<br />

a evidência com que os objetos<br />

se dão, com as várias modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu ser,<br />

no mundo da vida (v.): evidência que serve <strong>de</strong><br />

fundamento para o juízo predicativo ou apofântico<br />

(Erfahrung und Urteil, 1939, intr.).<br />

ANTÍFASE (gr. àvTÍcpaoiç). Em Aristóteles<br />

(An.post., 72 a 12-14, e passim), significa contradição,<br />

isto é, "oposição (entre dois enunciados)<br />

que exclui qualquer caminho intermediário".<br />

Em Aristóteles, também, silogismo por A. é<br />

o que conclui com uma contradição; na Lógica<br />

estóica, é o raciocínio que conclui com um dilema,<br />

como "é dia ou não é dia" (mas, em Aristóteles,<br />

"se é dia, então não é dia"). G. P.<br />

ANTIGOS E MODERNOS (in. Ancients<br />

andmo<strong>de</strong>rns, fr. Anciens etmo<strong>de</strong>rnes; it. Antichi<br />

e mo<strong>de</strong>rni). A disputa sobre a superiorida<strong>de</strong><br />

dos A. ou dos mo<strong>de</strong>rnos nasceu na Itália com<br />

Pensiere diversi (1620) <strong>de</strong> Alessandra Tassoni,<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se sobretudo na França e na Inglaterra<br />

e versou substancialmente sobre o conceito<br />

da história como progresso. A noção <strong>de</strong><br />

progresso, aliás, origina-se precisamente <strong>de</strong>ssa<br />

polêmica e, em particular, do Diálogo dos mortos<br />

(1683) <strong>de</strong> Fontenelle. Esse conceito, elaborado<br />

nessas discussões, fora já expresso por<br />

Giordano Bruno com a afirmação <strong>de</strong> que "somos<br />

mais velhos e temos mais ida<strong>de</strong> do que<br />

nossos pre<strong>de</strong>cessores", porque através do tempo<br />

o juízo amadurece (Cena <strong>de</strong>lle ceneri, in<br />

"Op. It.", 31-32); conceito este que Bacon exprimira<br />

com ventas filia temporis, extraído <strong>de</strong><br />

Aulo Gélio (Noct. Att., XII, 11): "A Antigüida<strong>de</strong>",<br />

dizia Bacon, "foi 'antiga' e mais velha em relação<br />

a nós, mas em relação ao mundo, nova e mais<br />

jovem; e assim como <strong>de</strong> um ancião po<strong>de</strong>mos<br />

esperar muito mais conhecimento das coisas<br />

humanas e maior maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juízo do que<br />

<strong>de</strong> um jovem — pela experiência e pelo gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> coisas que viu, ouviu e pensou —,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!