22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ATIVISMO 90 ATO<br />

significado do termo é o segundo, não o primeiro.<br />

Quanto a esse segundo significado, po<strong>de</strong>se<br />

talvez remontar a Locke, que distingue a<br />

"passivida<strong>de</strong>" do espírito, pela qual ele recebe<br />

todas as idéias simples, da A. pela qual ele<br />

"realiza por conta própria numerosos atos" nos<br />

quais "exerce po<strong>de</strong>r sobre as idéias simples"<br />

{Ensaio, II, 12, 1). Leibniz (Nouv. ess., II, 21) e<br />

Kant usam para esse fim e com o mesmo significado<br />

a palavra espontaneida<strong>de</strong> (v.), embora<br />

em Antropologia (I, § 7 S ) Kant use a palavra<br />

"A.": "No que concerne ao estado das representações,<br />

o meu espírito po<strong>de</strong> ser ativo, e<br />

então <strong>de</strong>monstra po<strong>de</strong>r (facultas), ou passivo,<br />

e então possui sensibilida<strong>de</strong> {receptivitas). Um<br />

conhecimento encerra em si ambas as coisas, e<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tê-lo é chamada <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

cognoscitivo da parte mais excelente, isto é, da<br />

A. do espírito em ligar as representações ou em<br />

separá-las umas das outras". A noção <strong>de</strong> A., como<br />

espontaneida<strong>de</strong> pura ou absoluta no sentido<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r criativo, está no cerne da <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong><br />

Fichte. "A A. do eu consiste no ilimitado pôrse",<br />

diz Fichte (Wíssenschaftslehre, 1794, II, §<br />

4), e, pondo-se a si mesmo, o eu também põe,<br />

ao mesmo tempo, o mundo extenso como seu<br />

próprio limite e condição. A partir <strong>de</strong> Fichte, a<br />

<strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna teve como um <strong>de</strong> seus temas<br />

prediletos "a A. criadora do espírito"; em algumas,<br />

como o atualismo <strong>de</strong> Gentile, constitui o<br />

tema dominante. É claro que, nessas formas<br />

extremas, a noção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> per<strong>de</strong> significado:<br />

este <strong>de</strong>riva da relação com a noção <strong>de</strong> passivida<strong>de</strong>,<br />

enquanto <strong>de</strong>signa a possibilida<strong>de</strong> e o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ação em face <strong>de</strong> limites ou condições<br />

<strong>de</strong>terminadas, ao passo que, on<strong>de</strong> a A. é infinita,<br />

não subsistem limites ou condições e a distinção<br />

entre A. e passivida<strong>de</strong> não tem sentido.<br />

ATTVISMO (in. Activisni; fr. Activisme, ai.<br />

Activísmus; it. Attivismd). O significado <strong>de</strong>sse<br />

termo <strong>de</strong>ve ser distinguido do <strong>de</strong> atualismo<br />

(v.): este último indica a teoria metafísica segundo<br />

a qual a realida<strong>de</strong> é ato ou ativida<strong>de</strong>, ao<br />

passo que o termo em questão indica a atitu<strong>de</strong><br />

(às vezes racionalizada em teoria filosófica) que<br />

assume como princípio a subordinação <strong>de</strong> todos<br />

os valores, inclusive a verda<strong>de</strong>, às exigências<br />

da ação, isto é, ao êxito ou ao sucesso da<br />

ação (quase sempre, a ação política). O A. vincula-se,<br />

por isso, ao uso <strong>de</strong>liberado dos mitos<br />

(v.), que são construções teoréticas sem nenhuma<br />

garantia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e, em alguns casos,<br />

<strong>de</strong>cididamente falsas, mas que são, ou se acreditam,<br />

aptas a dirigir a ação para o êxito. A.,<br />

nesse sentido, é a doutrina <strong>de</strong> Georges Sorel<br />

(Réflexions sur Ia víolence, 1908), para quem<br />

uma <strong>filosofia</strong> social (em particular a que prenuncia<br />

a "greve geral") é um mito para unir e<br />

inspirar os trabalhadores na sua luta contra a<br />

socieda<strong>de</strong> capitalista. Nesse sentido, foram formas<br />

<strong>de</strong> A. o fascismo, o nazismo e o stalinismo<br />

(cf. K. MANNHEIM, I<strong>de</strong>ologie und Utopie, 1929,<br />

III, § 2; trad. it., p. 141).<br />

ATLÂNTIDA (gr. 'AtÀavuíç; in. Atlantis; fr.<br />

Atlanti<strong>de</strong>, ai. Atlantis; it. Atlanti<strong>de</strong>). Segundo<br />

Timeu, <strong>de</strong> Platão, um sacerdote da <strong>de</strong>usa egípcia<br />

Sais teria narrado a Sólon a história da ilha<br />

Atlântida, situada além das Colunas <strong>de</strong> Hércules,<br />

história que se referia ao período anterior ao<br />

dilúvio universal. Nessa ilha havia uma gran<strong>de</strong><br />

monarquia que dominava a Líbia até o Egito e<br />

a Europa até a Etrúria. Essa monarquia procurou<br />

vencer e sujeitar também a então cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Atenas, que, todavia, combateu sozinha e conseguiu<br />

vencer os invasores, garantindo a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todos os que habitavam aquém das<br />

Colunas <strong>de</strong> Hércules. Mais tar<strong>de</strong>, a A. afundou<br />

no mar e <strong>de</strong>sapareceu, tornando impraticável e<br />

inexplorável o mar em que estava situada ( Tim.,<br />

24 ss.). A Nova Atlântida é uma obra póstuma<br />

<strong>de</strong> Bacon, publicada em 1627. É a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong><br />

uma socieda<strong>de</strong> em que a ciência, posta a serviço<br />

das necessida<strong>de</strong>s humanas, <strong>de</strong>scobriu ou<br />

vai <strong>de</strong>scobrindo as técnicas para fazer o homem<br />

dominar o universo. A Nova A. é, portanto,<br />

um paraíso da técnica, on<strong>de</strong> são íevadas à<br />

perfeição as invenções e as <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong> todo<br />

o mundo; tem o aspecto <strong>de</strong> um enorme laboratório<br />

experimental, em que os habitantes procuram<br />

"esten<strong>de</strong>r os confins do império humano<br />

a todas as coisas possíveis". Os <strong>de</strong>uses tutelares<br />

da ilha são os gran<strong>de</strong>s inventores <strong>de</strong> todos<br />

os países e as relíquias sagradas são os mo<strong>de</strong>los<br />

das mais raras e importantes invenções.<br />

ATO (gr. èvépTEia, èvxe^i^eia; lat. Actus-, in.<br />

Act; fr. Acte, ai. Akte, it. Atto). Esse termo tem<br />

dois significados: l s <strong>de</strong> ação, no sentido restrito<br />

e específico <strong>de</strong>sta palavra, como operação que<br />

emana do homem ou <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r específico<br />

<strong>de</strong>le (v. AÇÃO, 2). Dizemos, com efeito, "A.<br />

voluntário", "A. responsável" ou "A. do intelecto",<br />

"A. moral", etc.; mas não dizemos "A. dos<br />

ácidos sobre os metais" ou "A. <strong>de</strong>strutivo do<br />

DDT", etc, usando, nesses casos, a palavra<br />

"ação"; 2 S <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> que se realizou ou se vai<br />

realizando, do ser que alcançou ou está alcançando<br />

a sua forma plena e final, em contraposição

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!