22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA 10 AÇÃO REFLEXA<br />

AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA<br />

(lat. Actus elicitus et actus imperatus). Segundo<br />

os Escolásticos, a A. voluntária elícita é a própria<br />

operação da vonta<strong>de</strong>, o querer, enquanto a<br />

A. comandada é dirigida, iniciada e controlada<br />

pela vonta<strong>de</strong>, como, p. ex., caminhar ou<br />

falar (S. TOMÁS, S. Th., II, I, q, 1, a, 1).<br />

AÇÃO MÍNIMA (in. Least action; fr. Moindre<br />

action; ai. Kleinsten Aktion; it. Azione mínima).<br />

Princípio <strong>de</strong> que "a natureza nada faz <strong>de</strong><br />

inútil" (natura nihilfacitfrustra) e segue o caminho<br />

mais curto e econômico. Essa máxima<br />

encontra-se em Aristóteles (Dean., III, 12, 434 a<br />

31; Decael, I, 4, 271 a 32; Depart. an., I, 5, 645<br />

a 22), é repetida por S. Tomás (In IIIAn., 14) e<br />

retomada nos tempos mo<strong>de</strong>rnos por Galileu,<br />

Fermat, Leibniz, etc. Em 1732, Maupertuis formulava<br />

matematicamente esse princípio e o<br />

introduzia em mecânica com o nome <strong>de</strong> "lei <strong>de</strong><br />

economia da natureza" (LexParsimoniae). Mas<br />

também para Maupertuis esse princípio conservava<br />

o caráter finalista que convencera Aristóteles<br />

a adotá-lo. No Ensaio <strong>de</strong> cosmologia,<br />

Maupertuis escrevia: "É este o princípio, tão sábio,<br />

tão digno do Ser supremo: qualquer que<br />

seja a mudança que se realize na natureza, a<br />

soma <strong>de</strong> A. <strong>de</strong>spendida nessa mudança é a menor<br />

possível". Todavia o princípio não tem, em<br />

mecânica, o significado finalista que lhe atribuía<br />

Maupertuis. Na reexposição que <strong>de</strong>le fez Lagrange<br />

(Mécanique analytique, II, 3, 6), ficou<br />

claro que ele exprime a conservação não só do<br />

mínimo como também do máximo <strong>de</strong> A. e que,<br />

além disso, tanto o mínimo quanto o máximo<br />

<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> modo relativo e não<br />

absoluto. Desse ponto <strong>de</strong> vista, Hamilton generalizava<br />

o princípio na forma <strong>de</strong> "princípio da A.<br />

estacionaria": e, nessa forma, diz somente que,<br />

em certas classes <strong>de</strong> fenômenos naturais, o<br />

processo <strong>de</strong> mudança é tal que qualquer gran<strong>de</strong>za<br />

física apropriada é um extremo (isto é, um<br />

mínimo ou um máximo, mais freqüentemente<br />

um mínimo). Mas a gran<strong>de</strong>za em questão e o<br />

seu mínimo ou máximo são coisas que po<strong>de</strong>m<br />

mudar <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações para<br />

outra.<br />

Sobre princípio da mínima ação já se falou<br />

em psicologia, em estética e até na ética (cf.<br />

JAMES, Princ. qf PsychoL, II, pp. 188, 239 ss.;<br />

SIMMEL, Einleitung in die Moral Wissenschaft,<br />

1892,1, p. 58). Não <strong>de</strong>ve ser confundido com o<br />

princípio metodológico da economia, que não<br />

diz respeito à ação da natureza ou <strong>de</strong> Deus,<br />

mas à escolha dos conceitos e das hipóteses<br />

para a <strong>de</strong>scrição dos fenômenos naturais (v.<br />

ECONOMIA).<br />

AÇÃO RECÍPROCA. V. RECIPROCIDADE.<br />

AÇÃO REFLEXA (in. Reflex action; fr. Action<br />

réflexe, ai. Reflex Bewegung; it. Azione<br />

riflessd). Em geral, uma resposta mecânica (involuntária),<br />

uniforme e adaptada, do organismo<br />

a um estímulo externo ou interno ao<br />

próprio organismo. Um reflexo é, p. ex., a contração<br />

da pupila quando o olho é estimulado<br />

pela luz ou a salivação pelo gosto ou pela vista<br />

<strong>de</strong> um alimento. Do reflexo assim entendido<br />

<strong>de</strong>ve distinguir-se o arco reflexo, que é o dispositivo<br />

anatomofisiológico <strong>de</strong>stinado a pôr o<br />

reflexo em ação. Tal dispositivo é formado<br />

pelo nervo aferente ou centrípeto que sofre o<br />

estímulo, pelo nervo eferente ou centrífugo<br />

que produz o movimento e por uma conexão<br />

entre esses dois nervos, estabelecida nas células<br />

nervosas centrais. A importância filosófica<br />

<strong>de</strong>ssa noção, elaborada primeiramente pela fisiologia<br />

(séc. XVIII), <strong>de</strong>pois pela psicologia,<br />

está no fato <strong>de</strong> ter sido assumida como esquema<br />

explicativo causai da vida psíquica; inicialmente,<br />

apenas dos mecanismos involuntários<br />

(instintos, emoções, etc), <strong>de</strong>pois, também das<br />

ativida<strong>de</strong>s superiores. Tudo o que, da vida psíquica,<br />

po<strong>de</strong> ser reportado à A. reflexa, po<strong>de</strong><br />

ser explicado causalmente a partir do estímulo<br />

físico que põe em movimento o arco reflexo.<br />

Em vista <strong>de</strong> sua uniformida<strong>de</strong>, essa A. é previsível<br />

a partir do estímulo: isso quer dizer que<br />

ela é causalmente <strong>de</strong>terminada pelo próprio<br />

estímulo. Desse modo, a A. reflexa não é senão<br />

o mecanismo pelo qual a causalida<strong>de</strong> psíquica<br />

se insere na causalida<strong>de</strong> da natureza, como<br />

parte <strong>de</strong>la.<br />

Essas noções foram sendo elaboradas a partir<br />

da meta<strong>de</strong> do séc. XIX, isto é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a<br />

psicologia se constituiu como ciência experimental<br />

(V. PSICOLOGIA). De acordo com a orientação<br />

atomista, própria da psicologia durante<br />

muito tempo, ela procurou resolver os reflexos<br />

complexos em reflexos simples, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> circuitos nervosos elementares. A doutrina<br />

dos reflexos condicionados, fundada por Pavlov<br />

em bases experimentais (a partir <strong>de</strong> 1903;<br />

cf. os escritos <strong>de</strong> Pavlov recolhidos no volume /<br />

riflessi condizionati, Turim, 1950), obe<strong>de</strong>ce à<br />

mesma exigência e, aliás, contribuiu para<br />

reforçá-la durante algum tempo, fazendo nascer<br />

a esperança <strong>de</strong> que os comportamentos su-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!